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A POPULAÇÃO BRASIL

Por:   •  23/1/2023  •  Resenha  •  720 Palavras (3 Páginas)  •  58 Visualizações

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Uma população recém saída do estado novo, a cultura se torna um reflexo dessa sociedade, sendo discutido nesse campo a política e a sociedade com suas estruturas, mas surge no meio desse caldeirão movimentos das camadas populares, identificadas como subprodutos dessa nova cultura brasileira.

Esse movimento cultural surgia pautado em uma utopia nacionalista, que buscava industrialização, urbanização e tecnologia, surge o ISEB - Instituto Superior de Estudos Brasileiros, onde caberia a burguesia nacional liderar o processo de desenvolvimento, sendo assim trabalho dos intelectuais traçar uma linha divisória entre a nova e a velha sociedade. Surgindo movimentos como a Bossa Nova, Teatro do Oprimido e a música de protesto, que segundo Velloso[1] buscam-se, enfim, novas formas de expressão artísticas capazes de integrar cultura, modernidade e desenvolvimento.

Entrando em um movimento cultural acelerado, surge os programas de auditório das rádios. Por Velloso[2] podemos entender o poder simbólico desses programas:

“Através dos programas de auditório e dos fã-clubes, as camadas populares buscam, mesmo que no plano simbólico, seus canais de participação. O mito da mobilidade social e da felicidade oferecido pelos ídolos causa forte impacto nos fãs.”

As chanchadas fogem do padrão burguês do desenvolvimento industrial, trazendo para o centro do palco os camelôs, donas de pensão e empregadas domésticas. Cria-se uma identificação com essa camada popular que estava a beira do desenvolvimento sonhado pela burguesia e seus intelectuais.

Os intelectuais começam a perceber esse movimento e tentam coloca-lo em seu lugar, a periferia, junto aos seus consumidores. A ideia de uma cultura apenas para diversão, sem profundidade em debates ou estética, não era vista com bons olhos, pois se convertia a um objeto de consumo.

Surge o embate do “teatro sério x teatro de para rir”, classificando o segundo como uma forma degradada de arte, uma arte inferior.

Velloso traz como exemplo o caso da atriz Bibi Ferreira que participou de um espetáculo chamado Escândalos 1950, Velloso traz para a discussão um questionamento que recorreu em certa ala da imprensa brasileira de como uma atriz do “gabarito”, representante do “teatro sério” poderia se rebaixar ao “teatro de revista”. Podemos então ver como essa estrutura de segregação funcionava dentro do imaginário brasileiro. O teatro de revista era visto como algo visceral, rebaixado, inferior enquanto o teatro ´serio visto como algo intelectual, da cabeça, superior.

O cómico aparece como um espaço para criança ou do louco, e era assim que a intelectualidade via e imaginava as camadas sociais mais populares, camadas essas que a própria alta sociedade mandou para a periferia, com a ideia do progresso eugenista.

Esse progresso eugenista que modifica a cidade na Belle Epóque, chega a cultura e delimita através de uma topografia da cidade, onde cada meio cultural ocuparia certos espaços. O “teatro baixo” por exemplo, deveria se manter nas periferias, nos subúrbios.

Segundo Velloso[3], quase todos associavam o teatro de revista à obscenidade e analfabetismo, vendo-o como verdadeiro sintoma de nossa decadência cultural. Caindo até sobre os intelectuais populistas, acusando-os de menosprezar o refinamento da sensibilidade e a cultura, para tornar o texto mais acessível as camadas populares. Esses diretores seriam impossibilitados de produzirem e dirigirem o teatro mais refinado. A solução seria deixar o teatro crescer para que depois possa ser incorporado essa parte problemática (cama popular, os inferiores).

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