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A Revolta dos Malês

Por:   •  29/11/2017  •  Resenha  •  556 Palavras (3 Páginas)  •  179 Visualizações

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Universidade Estadual de Campinas

Disciplina: HH483 Brasil II

Tema: Revolta dos Malês

Grupo: Luisa Gomes, Rafael Almeida, Camila Freitas, Letícia Moraes e Fernando Luchiari.

-O Levante dos Malês: uma interpretação política;

A revolta dos Malês foi uma rebelião escrava que ocorreu na cidade de Salvador no ano de 1835. Neste mesmo ano, na capital baiana, 33% da população de aproximadamente 65.500 habitantes era de origem africana, incluindo escravos e libertos. Oriundos principalmente do golfo do Benin, sudoeste da atual Nigéria, esses escravos foram importados vítimas de revoltas políticas, coflitos étnicos e guerras relacionadas com a expansão do islã na região. Uma vez na Bahia, o islã, além de subverter a ordem simbólica dominante, também potencializou a união de vários grupos étnicos retirando dos escravistas a vantagem política da divisão entre africanos e fazendo com que o levante de 1835 possuísse um caráter não só de classe, mas também de etnia e religião.

-Sobre o autor

-As fontes utilizadas pelo autor:

Para construir essa narrativa histórica sobre a revolta de 1835, João José Reis utilizou relatos, entre depoimentos e relatórios de escravos, ex-escravos, juízes e até policiais da época para obter informações sobre o período em questão. Através do cruzamento de fontes, muitas vezes até destoantes, o autor conseguiu obter informações para entender a situação da sociedade no  período e as articulações que culminaram na insurgência de 1835. Muitos desses documentos estavam escritos em árabe, o que demonstra o sincretismo etnico-religioso que envolvia a população de Salvador da época e que está intrinscicamente ligada a História Muçulmana na Bahia. Relatos de escravos e libertos contam que muitos dos que estavam dispostos a se rebelar não sabiam do plano até horas antes do ocorrido e foram convidados de ultima hora para fazerem “guerra aos brancos”, como assim descrevia um os líderes malês. Além disso, fontes comprovam que a rebelião foi planejada para acontecer em um momento especíalissmo do calendário religioso muçulmano, na verdade o mais importante do ano, o Ramadã. Em um dos relatos utilizado pelo autor, de um policial, noticia o desaparecimento de farinha de amemdoim e de rapadura das feiras de Salvador, ambos produtos consumidos pelos malês ao cair da noite durante o Ramadã.

-Debates historiográficos sobre o tema:

No que diz respeito à historiografia referente a esse período pode-se notar que existe um campo vasto. Nina Rodrigues foi o autor que deu ínicio aos estudos sobre os malês, no entanto sua análise sobre a revolta de 1835 possui um caráter diferente em relação a defendida por João José Reis. Nina Rodrigues juntamente com outros autores como Arthur Ramos, Pierre Verger e Etiense tratam a rebelião malê como uma jihad, ou seja, uma guerra santa de caráter religioso contra todos aqueles que são considerados infiéis. No entando, João José Reis defende a ideia de que não se trata de uma guerra santa, de caráter muçulmano, pois os líderes da rebelião aceitavam africanos das mais diversas etnias e crenças como um aliados potenciais. O autor, portanto, desconfigura a ideia de uma possível jihad levando em conta que a revolta de 1835 contou também com participação não muçulmana. Uma rebelião planejada entre malês, majoritariamente, mas também com alianças entre demais africanos que possuiam persuasões religiosas diferentes. João J. Reis diz  em seu livro “A Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês 1835” que: “a conspiração foi malê, mas o levante foi africano”.

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