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A Sociologia Contemporânea

Por:   •  11/7/2023  •  Resenha  •  1.659 Palavras (7 Páginas)  •  44 Visualizações

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        UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE SÃO BERNARDO

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS HUMANAS/SOCIOLOGIA

DISCIPLINA: Sociologia Contemporânea – CH: 45h.

DOCENTE: Prof. Dr. Hugo Freitas de Melo

DISCENTE: Bruno De Castro Braga

PERÍODO: 2023.1

ATIVIDADE AVALIATIVA

1ª. Questão: Em todo o mundo, o número de internautas cresceu exponencialmente. De acordo com um relatório produzido pela We Are Social e Hootsuite, divulgado em janeiro de 2022, são cerca de 4,6 bilhões de usuários da internet, um aumento de 316 milhões (7,3%) em relação a janeiro de 2020. Isso corresponde a mais da metade da população global, estimada em torno de 7,8 bilhões de pessoas. No Brasil, as redes sociais estão entre as mais utilizadas pelos internautas. Segundo o mesmo relatório, Facebook (130 milhões), Youtube (127 milhões), WhatsApp (120 milhões) e Instagram (110 milhões) lideram, com folga, o ranking das redes virtuais com maior número de inscritos.

Todavia, com o aumento de usuários da internet e das redes sociais, multiplicaram-se os casos de roubos e vazamentos de documentos secretos e de dados pessoais (conforme denunciado pela organização WikiLeaks e pelo exagente da CIA, Edward Snowden), de invasões de sites e perfis por hackers, de espionagem de autoridades políticas (caso da ex-presidenta Dilma Rousseff pelos EUA, em 2013), de manipulação de informações (cujo sintoma mais grave são as fake news) e de vigilância dos internautas (conforme analisado no livro “A Era do Capitalismo de Vigilância”, da filósofa Soshana Zuboff, e demonstrado no documentário “O dilema das redes”, de 2020, disponível na Netflix).

Com base nestas informações e nas concepções de “microfísica do poder”, “disciplinarização” e “vigilância social” de Michel Foucault, analise criticamente a relação entre o aumento da exposição da vida privada dos usuários nas redes sociais (alimentada com posts diários sobre suas rotinas, fotos íntimas, vídeos em família etc.) e o aumento da vigilância nas redes e nas ruas por empresas, políticos, instituições de “segurança pública”, agências de espionagem. (Vale 4 pontos!)

Como se pode ver no documentário “O dilema das redes” de 2020, disponível na Netflix, observamos as preocupações crescentes sobre o impacto das redes sociais na nossa vida cotidiana e, principalmente, sobre como essas plataformas estão         manipulando a opinião        pública. Nota-se que as entrevistas com os ex-funcionários das grandes empresas de tecnologia, como Google, Facebook, Twitter e Instagram trazem à tona questões éticas e morais do universo das redes sociais, revelando os mecanismos através dos quais as plataformas exploram o cérebro humano e ressaltam o quão viciante podem ser essas redes.

 Ademais discute-se a ideia do "capitalismo de vigilância", fruto dos modelos de negócio adotados pelas empresas de tecnologia, que monetizam os dados pessoais dos usuários. Além disso, as máquinas de aprendizado de máquina utilizadas nas redes sociais permitem prever os comportamentos humanos e personalizar cada vez mais o conteúdo das plataformas para cada usuário, o que reforça a sensação de encapsulamento em "bolhas de informação" e a não-exposição a opiniões concorrentes, bem como o impacto das redes sociais na política e na democracia, como as redes sociais estão sendo usadas para disseminar notícias falsas, promover um discurso de ódio e até influenciar resultados em eleições.

Evidentemente ao compartilhar essas informações, os usuários podem estar descuidadosamente contribuindo para a vigilância e monitoramento praticados por empresas, governos e agências de espionagem, por causa disso, essas entidades têm acesso aos dados pessoais, e muitas vezes os usam para fins lucrativos ou para monitorar o comportamento das pessoas,
além disso, o aumento do controle sobre a vida privada das pessoas é também uma ameaça para a liberdade de expressão, uma vez que aqueles que se sentem monitorados podem se sentir desconfortáveis em expressar suas opiniões e divulgar suas ideias online, além disso é importante lembrar que a exposição excessiva nas redes sociais pode ter um efeito negativo na vida das pessoas, o excesso de informações pode afetar a vida pessoal, profissional e financeira dos usuários.

Em suma, a crescente exposição da vida privada nas redes sociais, alimentada pelo compartilhamento diário de informações pessoais, pode ter implicações significativas para a privacidade e segurança das pessoas. Essa prática pode contribuir para a vigilância por empresas, políticos, instituições de segurança pública e agências de espionagem, o que é uma ameaça à privacidade, liberdade de expressão e individualidade dos usuários.

Segundo o filósofo Michel Foucault, em sua teoria da “Microfísica do Poder”, argumenta que o poder não é exercido apenas pelos governos ou instituições oficiais, mas também é espalhado e presente em todas as relações sociais. Ele mostra como o poder opera por meio de mecanismos disciplinares, que vigilam e controlam os indivíduos de forma constante e sutil, através de normas, regras e rotinas de comportamento. Ainda de acordo com Foucault a vigilância social, por sua vez, é um mecanismo importante para a efetivação dessas práticas disciplinares.

No contexto das redes sociais, o aumento da exposição da vida privada dos usuários pode ser compreendido como uma forma de auto-vigilância, em que os indivíduos se disciplinam no momento em que compartilha publicamente informações sobre suas rotinas, preferências e relações pessoais, a lógica por trás deste comportamento é construída de forma social por meio do que Foucault chama de dispositivos de poder, isto é uma série de mecanismos, práticas e relações que se unem para impor uma forma de poder sobre os indivíduos. Segundo ele estes dispositivos de poder podem ser vistos como sistemas estruturais que influenciam nosso comportamento, nossas relações sociais e nossa subjetividade, aliás estão presentes em todas as esferas da vida social, desde as instituições governamentais e religiosas até as formas de controle social do cotidiano, como a vigilância e a disciplina.

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