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A igreja no brasil

Por:   •  26/3/2019  •  Projeto de pesquisa  •  3.006 Palavras (13 Páginas)  •  184 Visualizações

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FACULDADES INTEGRADAS DE TAQUARA (FACCAT)

ALUNO: KENNEDY FELIPE BEHLING AZEVEDO – 1150781

DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL I

PROFESSORA: DÓRIS REGANE FERNANDES

A igreja no Brasil-colônia

(Eduardo Hoornaert)

Introdução: ‘’Uma’’ leitura não ‘’a’’ leitura

        Partindo das afirmações de Eduardo Hoornart, Autor que afirma que para se entender a entrada da Igreja Católica no Brasil, deve se aceitar o fato de que a mesma não pertence a história antiga do Brasil, e sim que a Igreja faz parte de um movimento de expansão, chamado por ele de expansão colonial. O autor também afirma que ‘’colonial’’ não era apenas um período na história, e sim uma estrutura política, social, econômica e ideológica, sendo assim o Brasil, colônia de diversos países da Europa.

        O Autor expõe dois discursos referentes ao estudo da história do Brasil, sendo o primeiro de Dom João III, Rei de Portugal (1521-1557), afirmando que o principal motivo dele povoar o Brasil foi a conversão dos habitantes da ‘’gente’’ do Brasil a Igreja Católica, justificando a evangelização. Já o segundo discurso parte do ‘’outro lado’’, representados por um indígena venerável nas palavras de Abbeville, ed. 1978, afirmando que com a vinda a igreja foram levantadas cruzes, executados batizados, porém nem os próprios Padres viviam sem possuírem escravos. Neste relato é possível notar a relação entre a Igreja e a escravização no Brasil.

        Hoonaert inicialmente divide o estudo da história do brasil em três partes, sendo a primeira a organização da Igreja que entrou no brasil com os colonizadores deixando margem para articulações e seus quadros. Já na segunda parte a fragilização na evangelização, na economia e na história militar do Brasil, além de destacar a cana-de-açúcar, o gado e a caça aos índios, tópicos que segundo o autor formaram ciclos.  Na terceira parte destacada por hoornaert, ele trata da vida dentro da cristandade e a aliança formada pela hierarquia eclesiástica, além do estado colonizador, buscando entender o catolicismo a partir da relação entre a sociedade global e seus problemas.

Organização da Igreja que entrou no Brasil e seus quadros

        A partir do século XVI, aos poucos o Brasil foi englobado nos quadros organizatórios da Igreja católica, na forma de se ocupar da maneira mais eficiente do território hoje chamado de Brasil. Fazendo parte de um movimento mais complexo ligado a política, economia e sociedade, que partiu da Europa expandindo o sistema capitalista, assim Hoornaert afirma que os quadros organizatórios da igreja católica mantiveram estreita aliança com o estado, mesmo possuindo certa liberdade em vários casos.

Aliança com o Estado

        Entre 1550-1800, grande parte da organização da Igreja era controlada pelo Padroado, seguindo a prerrogativa da coroa, baseando-se no fato de o Rei ser o grão-mestre das três ordens tradicionais, militares e religiosas de Portugal, sendo elas a de Cristo, São Tiago da Espada e a de São Bento. Foi cedido pelo Papa aos Portugueses os direitos do Padroado, com o intuito de promover a organização da Igreja nas terras descobertas e por intermédio do Padroado a expansão do catolicismo fio financiada.

        Segundo Riolando Azzi, para controlar a igreja, Portugal também possuía outros meios, como a ‘’Mesa da consciência e ordens’’, que dava pareceres em questões de direito colonial, porém o Padroado continuou sendo o mais importante, pela influência de Roma sob o Brasil. Além do concilio de Trento. A influência das dioceses no Brasil era reduzida devido a sua lenta organização. A partir de 1676 foram aumentando seu número. Até a Independência manteve-se em sete o número das dioceses, ficando elas vagantes pela falta de interesse na função episcopal e sacerdotal, além das dificuldades das viagens e a distância das mesmas que não permitiam aos Bispos obedecerem ao concílio de Trento, afetando assim em pouco a vivencia real da religião.

        As ‘’Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia’’ e o Sínodo foram as únicas legislações eclesiásticas elaboradas no Brasil no primeiro período colonial. Sendo que o clero atendia a necessidade da administração dos sacramentos obrigatórios. Parte das atividades do clero eram dividias sendo uma parte de responsabilidade das capelanias das confrarias nas vilas e outra das paroquias. As paroquias eram organizadas a partir da legislação pombalina, e eram visitadas pelos párocos regularmente. A pregação era reservada aos missionários do clero, divididos em alto clero e baixo clero pagos pelo Padroado. A literatura do clero religioso europeu, era muito mais abundante do que a do clero secular. Basicamente o clero regular era responsável pela abertura de fronteiras para evangelização, financiadas pelo Padreado, porem buscavam independência do mesmo através de patrimônios próprios, o patrimônio santo constituía o núcleo primordial do povoamento, além de ser um meio da agricultura de substância existir no meio dos escravos.  

        As missões foram um quadro organizatório muito importante, pois as experiências dos aldeamentos não se limitaram ao sul, mas também pelo litoral e interior, sendo a experiência mais valida partindo da instituição. No dia 30 de julho de 1556 firmou-se o acordo que permitia as aldeias a possuírem territórios livres, porém a mesma não se aplicava a escravos o que demonstra a luta dos padres jesuítas contra a escravização dos indígenas, além da mesma ser a culpada de os quilombos não serem considerados asilos, além dos mesmos darem origem a diversas cidades do nosso país.

        Os missionários pensaram na possibilidade de distanciar os aldeamentos das vilas, pois as doenças dos brancos matavam milhares de índios, além das guerras justas, pela torturam e os regimes de trabalho.  Com esse afastamento uma nova mentalidade criou-se entre os jesuítas, chegando a formar um aldeamento de quatro mil habitantes, e por isso foram expulsos pois a coroa se viu sem o poder em suas mãos, e temiam que as tropas indígenas treinadas pelos índios.  Após a expulsão dos Jesuítas, os colonos fizeram sua entrada nas aldeais indígenas descaracterizando e iniciando o processo de miscigenação.

A Relativa liberdade

        Algumas organizações religiosas escaparam do controle do sistema, organizações como a das beatas, a dos eremitas e dos quilombos, possuindo nos quilombos um papel de expansão da religião católica praticadas nos mesmos, justamente pelo fato de muito dos habitantes dos quilombos não terem contato com as religiões africanas, servindo como forma de uma certa espécie de união entre os negros africanos trazidos da África, e também mostrando o papel da evangelização nesses locais,  porém as práticas religiosas que foram trazidas continuaram a ser praticadas clandestinamente, o que contribui para se manter viva a cultura desses povos.

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