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ANÁLISE DO LIVRO OS BESTIALIZADOS - CAPÍTULO V – BESTIALIZADOS OU BILONTRAS

Por:   •  20/11/2018  •  Resenha  •  1.393 Palavras (6 Páginas)  •  861 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO.

CURSO EDIFICAÇÕES - TURMA 412

HISTÓRIA – PROFESSOR: GILMARY FAÇANHA

ALUNA: ENZA RAFAELA SÁ RÊGO

ANÁLISE DO LIVRO OS BESTIALIZADOS - CAPÍTULO V – BESTIALIZADOS OU BILONTRAS

São Luís

2018

INTRODUÇÃO

Venho por meio desta análise, falar um pouco sobre o livro “Os bestializados”. Abordarei os principais tópicos sobre o capitulo V, cujo título é bestializados ou bilontras, abrangendo sucintamente o conteúdo como um todo, a fim de que seja de fácil compreensão, espero que este trabalho seja de grande proveito intelectual, já que buscarei trazer de forma breve a análise do capítulo proposto.

O autor divide o livro em cinco capítulos, fora a conclusão e a introdução, na qual José Murilo de Carvalho realiza um recorte sobre o que será abordado no livro, estabelecendo desde já a pergunta que pretende responder ao decorrer dos capítulos, que gira em torno de nos fazer entender o motivo pelo qual o povo brasileiro era considerado bestializado diante dos acontecimentos. Tendo seu objetivo voltado para o estudo do imaginário e da prática política desse povo.

Enfim, espero que o leitor possa desfrutar deste trabalho que aqui introduzi e que, a partir dele, tenha interesse em conhecer a obra de José Murilo de Carvalho, uma história social e literária, antropologia urbana, crítica cultural e análise política.

DESENVOLVIMENTO

No ultimo capítulo do livro de José de Murilo de carvalho, que tem o título de “bestializados ou bilontras”, ele faz um questionamento e que iria a discorrer argumentos a favor da astúcia popular. Logo no início deste capitulo o autor já contrapõe a visão dos reformistas políticos e relação à atuação do povo na república.

Para a maioria das lideranças políticas, cidadão é aquele que é consciente dos seus direitos e deveres que sai às ruas organizadamente reivindicando suas demandas. Acontece que esse cidadão não existia exatamente como esperavam os reformistas. Havia cidadãos que não tinham sua cidadania plena por conta de discriminação por sua posição social, escolaridade e etnia, mas, para o aborrecimento de muitos os cidadãos abastados, faziam muita agitação, organizavam festas e tudo mais, pelo simples desejo de se encontrarem e se divertirem onde havia também o espírito associativo que era focado nas sociedades de auxílio mútuo e de natureza religiosa.

Jose Murilo diz que:

“Segundo levantamento encomendado pela prefeitura havia na cidade, em janeiro de 1912, 438 associações de auxílio mútuo, cobrindo uma população de 282.937 associados. Isto representava, aproximadamente, 50% da população de mais de 21 anos, um numero impressionante”.

Essas associações, que eram baseadas em grupos de pertencimento, vão ao longo do tempo adquirindo uma conotação civil e mesmo política, mas de modo geral não eram colocadas demandas, mas sim, estabelecido limites: era importante a defesa de valores e direitos considerados acima do poder do Estado. As queixas não se revelavam como oposição ao governo, e entre a população havia uma ideia de até aonde ia o domínio legítimo da ação deste. Segundo o autor, a população tem uma visão “antes de súdito que de cidadão, de quem se coloca como objeto da ação do estado e não de quem se julga no direito de influenciá-la”.

E a presença constante de líderes políticos e de organizações operárias nessas associações, acabou mudando o caráter de assistência e cooperação para órgãos de luta e de resistência. Essa relativa organização da classe trabalhadora contribuiu para estabelecer estratégias de luta que não se encaixavam nos meios legais da república.

Muitos trabalhadores de diversas áreas inclusive os funcionários públicos passaram a reivindicar por melhorias nos serviços públicos ou mesmo até repudiar algum ato arbitrário do governo. Foi o que aconteceu com a maior manifestação pública e repudio a uma medida do governo, a revolta da vacina. Mesmo que desorganizada, o povo pôs a valer o seu direito e barrou a ação do Estado. Mas, como o autor diz:

“de modo geral, não eram colocadas demandas, mas estabelecidos limites. Não se negava o Estado, não reivindicava participação nas decisões do governo; defendiam-se valores e direitos considerados acima da esfera de intervenção do Estado ou protestava-se contra o que era isto como distorção ou abuso”.

José Murilo de Carvalho chama a atenção para o aspecto de que esse movimento popular não era uma exigência de redução da ação do Estado. Pois não é de interesse dos trabalhadores que o Estado reduza, para eles o Estado é essencial, é útil.

“O Estado aparece como algo a que se recorre, como algo necessário e útil, mas que permanece fora do controle, externo ao cidadão”.

De um lado, percebia-se um comportamento participativo na religião, na assistência mútua e nas grandes festas, em que a população parecia reconhecer-se como comunidade. Surgiram na cidade diversas festas e organizações de cunho não político. Havia um grande peso da religião no cotidiano da população e ainda na virada do século eram famosas a festa da Penha e a festa da Glória. As festas de entrudo e carnaval eram bastante populares na cidade. Nota-se que a as associações operárias também se mobilizavam para o carnaval. A população construía e transformava manifestações populares em ocasiões de auto reconhecimento, como nas festas; para o autor, o que marcava e continua a marca o Rio é a “carnavalização” do poder e das relações sociais. 

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