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Cinema E Política

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Por:   •  16/6/2014  •  3.432 Palavras (14 Páginas)  •  145 Visualizações

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Introdução

Desde os primórdios do cinema, quando ele passou a ser forma de entretenimento para a população, sua relação com a política se estreitou e passou a ser usado como instrumento de conscientização e propaganda ideológica. Nesse trabalho iremos acompanhar alguns dos principais fatos históricos do cinema político no mundo, desde suas primeiras aparições em 1915, com o polemico filme O Nascimento de Uma Nação, passando pela propaganda nazista de Hitler e Goebbels, o contra-ataque dos EUA e sua propaganda antinazista e o cinema político na Itália de Mussolini e no Brasil de Getúlio Vargas.

O Início da relação entre cinema e política: O Nascimento de uma Nação

A primeira grande influência da política na história do cinema aconteceu ainda no ano de 1914, em O Nascimento de Uma Nação (The Birth of a Nation), filme sobre a Guerra de Secessão norte-americana, dirigido pelo cineasta David Wark Griffith e exibido no ano seguinte nas salas de cinema dos Estados Unidos da América. Mesmo o cinema sendo, na época, uma forma cara de entretenimento, o filme foi grande sucesso de público atraindo 1 milhão de espectadores. Porém, o grande sucesso de bilheteria e sua inovadora técnica e narrativa, que caracterizou Griffith como o criador da linguagem cinematográfica, não são os fatores que caracterizam O Nascimento de Uma Nação como o primeiro grande marco político na história do cinema.

Cinquenta anos após a abolição, em uma época em que já havia um forte discurso anti-segregacionista, o filme polemizou contando um ponto de vista onde a Ku Klux Klan era a verdadeira salvadora da nação. O racismo no filme era tão evidente que os negros lá representados eram interpretados por atores brancos pintados de preto, o cunho racista e a ideologia abordada no filme, mesmo que fosse o pensamento de parte da população, não podia ser bem aceito publicamente pela sociedade. Após ser exibido ao presidente Wilson na Casa Branca, o governo publicou uma nota de repúdio do presidente ao teor do longa alegando que não sabia do que se tratava a película antes da exibição, embora dizia-se na época que Wilson havia assistido o filme outras vezes em sessões secretas.

As críticas maçantes à Griffith e sua obra comprometeram seriamente sua carreira. Em 1916, ele teve uma tentativa frustrada de redimir sua imagem com Intolerância (Intolerance: Love's Struggle Throughout the Ages), porém, sua reputação jamais foi a mesma.

A Propaganda Política Nazista no Cinema

Outro grande marco da influência política no cinema pôde ser visto durante todo o regime nazista na Alemanha, graças a Joseph Paul Goebbels, braço direito de Adolf Hitler. O movimento nazista na Alemanha dos anos 1920 não era de fato ainda um partido e mal chegava a ter seus 1000 filiados quando Goebbels, contratado por Hitler, iniciou as primeiras estratégias do que hoje chamamos de marketing, para difundir as ideias do nacional-socialismo. O uso da cor vermelha nos cartazes publicitários foi só o primeiro e pequeno golpe para desestabilizar as ideias comunistas.

Em 1928, Hitler deu ao doutor em filosofia, jornalista, bem-sucedido orador e brilhante propagandista, o posto de diretor de propaganda do Partido, para toda a Alemanha. Goebbels começou, então, a criar o mito do "Führer" (líder) ao redor da pessoa de Adolf Hitler e a instituir o ritual das celebrações e demonstrações do partido, o que teve um papel decisivo para converter as massas ao nacional-socialismo. Ao assumir o ministério de Esclarecimento e Propaganda do Terceiro Reich, Goebbels administrava vários departamentos que se ocupavam de cultura e publicidade, desde política, leis, finanças, problemas raciais, viagens, proteção contra a contrapropaganda no país e no exterior até o controle de todos os meios de comunicação: rádio, imprensa, teatro e cinema.

E foi através da utilização das mídias para auto-promover o regime nazista, que o cinema ficou marcado como arma ideológica e de influência de Hitler para a implantação do nazismo na Alemanha, na Europa e no Mundo. Os filmes fabricados na Alemanha nazista tinham como temática a glorificação do nacional-socialismo. O partido nazista estava se tornando uma religião. O objetivo de Hitler era esse: eliminar a presença da religião cristã para implantar a religião ariana a partir do nacional-socialismo. As propagandas, bem como os filmes, além de glorificar o partido, o povo e o "Führer" também tinham mensagens antissemitas.

Em 1934, foi criado um novo regulamento cinematográfico: é instaurada a censura prévia dos projetos de novos filmes. Para o devido cumprimento da legislação é também criado um departamento destinado a regular a importação e exportação das películas. Estas deviam não só refletir os ideais nazistas, como ser dirigidas por responsáveis pertencentes à raça ariana. O mais famoso filme da Alemanha nazista é o premiado O Triunfo da Vontade (Triumph des Willens, 1935) dirigido pela cineasta Leni Riefenstahl, um dos filmes de propaganda política mais conhecidos na história do cinema, com grande reconhecimento das técnicas utilizadas por Riefenstahl, que depois passaram a influenciar filmes, documentários e comerciais. O filme, do gênero documentário, retrata o 6° Congresso do Partido Nazista, realizado no ano de 1934 na cidade de Nuremberg e que contou com a presença de mais de 30.000 simpatizantes do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores da Alemanha, mostra como o povo alemão era leal a Adolf Hitler, membros do partido e soldados marchando ao som de música clássica, cantando, jogando e cozinhando; também inclui trechos sonoros de discursos dados por vários conselheiros e de discursos do próprio Hitler. Goebbels tinha total confiança no poder do cinema e acreditava que através dele ganharia e conservaria o coração do povo.

Foi, então, que em 1938 com os noticiários obrigatórios em todas as salas comerciais, que a Alemanha apresenta o cinema informativo, com seu formato jornalístico onde eram exibidos os atos do partido. Com o aproximar da Segunda Guerra Mundial, os noticiários serviram, também, para preparar psicologicamente a nação para a guerra. Eram frequentes as notícias e reportagens sobre as operações militares alemãs.

Entre 1939 e 1940, realizaram-se inúmeros filmes com um novo objetivo: denegrir a imagem do inimigo, sendo que o principal alvo eram os judeus. Tanto em O Eterno Judeu (Der Ewin Jude), de Fritz Hippler, como em O judeu Suss (Jud

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