Democracia no Brasil contemporaneo

DEMOCRACIA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

Diversas teorias ressaltam benefícios democráticos das práticas associativas como a defesa de grupos mais excluídos, o caráter pedagógico no sentido da promoção de processos de educação política, de relações de confiança, cooperação e espírito público, denúncias no que se refere a poder e também a participação no controle de políticas públicas. Marte Warren (2001), indica a emergência de um consenso no interior da teoria democrática a cerca da concepção Tocquevilliana de valor da vida associativa para a democracia, onde as associações serem vistas entre outros como cultivadoras de virtudes cívicas consideradas cruciais para uma sociedade democrática, além disso as associações permitem ampliar os domínios das práticas democráticas para inúmeras esferas da vida social, se constituindo por meios alternativos dando voz aos desfavorecidos em função das condições de desigualdade de distribuição de dinheiro e poder.

Em análise a literatura sobre o tema as últimas décadas, no Brasil, pode-se afirmar que o país testemunhou a emergência de um quadro associativo diversificado e vigoroso. Essa temática de acúmulo de pesquisas propiciou a sistematização de balanços mais abrangentes que as diferentes fases na trajetória das ações coletivas no país, nascendo o surgimento de um novo associativismo. No decorrer dos anos 70 que rompe com os padrões tradicionais devido à homogeneidade e pela baixa densidade na constituição de um novo processo de pluralização de aumento no ritmo, número e nos tipos de associações existentes. Nos anos 80 marcam na constituição de diversas associações e movimentos sociais onde surgem diferentes mobilizações e reivindicações, como questões urbanas, de gênero, ambientais, sexualidade, culminando com articulações mais gerais, como a defesa de uma constituição pautada por princípios de participação e de justiça social. Em 90 surge nova característica nas práticas associativas do país.

O processo de globalização e a realização de enumeras conferências veio ampliando a interlocução entre movimentos sociais e gerando novos desafios analíticos devido à variedade das articulações.

Surgem outros coletivos com novas preocupações contra a violência e novas ONG´S, nas várias áreas temáticas, que resultam o estilo as parcerias entre sociedade civil e poder político. A abordagem de rede torna-se corpo, no que se refere movimentos sociais, como as novas formas de institucionalidade e as novas sociabilidades decorrentes das lógicas de cooperação solidária estimuladas entre organizações voluntárias, pastorais, etc. Por outro lado à participação da sociedade civil nos espaços de gestão das políticas públicas, como os Conselhos Gestores. Gerenciais, orçamentos participativos, etc, têm impacto e complexificado as práticas, orientações e repertórios de diversos setores do campo associativo. Nos anos 90, estudos incorporam uma perspectiva teórica sobre a importância das organizações da sociedade civil para a democracia que teve como base fatores importantes como a complexificação, diferenciação e fragmentação das sociedades contemporâneas que vem testemunhando a diminuição do peso político da classe operadora e registrando novos sujeitos coletivos, o processo de globalização que proporcionou maior transparência e autonomia do social e a suposta crise da democracia apresentativa com impactos negativos no funcionamento e identidade dos partidos políticos de esquerda, já abalados pela dificuldade de reprodução dos sujeitos sociais clássicos e diminuição do sentido das grandes utopias políticas.

Novas estruturas participativas surgem como os conselhos Gestores de Brasil como ingrediente a mais nova valorização da