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Django unchained – Quentin Tarantino.

Por:   •  27/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.270 Palavras (6 Páginas)  •  113 Visualizações

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Django unchained – Quentin Tarantino.

Django livre é a oitava produção do ilustre diretor Quentin Jerome Tarantino, que além de cineasta é roteirista, produtor e ator. Alcançou rápida notoriedade com seus roteiros não lineares e o uso de violência gráfica exacerbada misturada com criatividade e humor. No longa de Tarantino (que se passa em 1858, antes da Guerra Civil), na segunda metade do século XIX. Django é um escravo “libertado” por um “dentista” e caçador de recompensas alemão, o Dr. King Schultz (interpretado pelo ator Christoph Waltz). O pistoleiro (Jamie Foxx) consegue a liberdade através da ação de um europeu de caráter duvidoso, e não por sua própria luta.

O passado do protagonista é contado ao público por flashbacks, rápidos e claros, situando o espectador no plano geral da trama através de recortes com a câmera. Das mais belas cenas do filme, pode se pontuar a fuga onde Django e sua esposa Brunnhilda (Kerry Washington) correm em busca de liberdade ao som da música "Freedon" de (Anthony Hamilton) e (Elayna Boyngton), uma cena forte que ganha mais força pela sonoridade que a torna memorável. Já no terceiro ato a trama se desenvolve em meio a um plano traçado por Dr. King Schultz para ajudar a recuperar a mulher de Django, Brunnhilda, que deve ser salva do jugo do fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), dono de escravos e proprietário da fazenda “Candy Land”.

No primeiro encontro entre os protagonistas e o escravista vitoriano, fica claro o tesão que a sociedade burguesa tem pela violência. O que segundo o autor Peter gay “Como todos os hábitos coletivos, as inibições à agressão se originam no lar, e mais visivelmente na família moderna. (Gay,2002, pág. 120).

O vilão do filme é um burguês ainda com aspectos do velho mundo, pois, embora tenha demasiada inclinação para o padrão de vida vitoriano é um senhor de escravos do sul dos Estados Unidos. Essa ideia se reflete claramente na construção do cenário "Candy Land", e nos aspectos comportamentais do personagem "Sr. Candy".

O hobby de Sr. Candy, nada mais é do que assistir a de sujeitos negros escravizados lutando até a morte em sua propriedade. Algo que considera como um esporte, luta de mandigos. As reações do personagem não escondem a terrível sensação de diversão diante da violência explícita.

Contudo, deve-se salientar que o tema central do filme não é, portanto, a “escravidão”, em si, mas a ideia de vingança, um assunto excessivamente explorado no cinema hollywoodiano. E em consonância, a violência tão presente no núcleo da família vitoriana que “para o século XIX era a escola do amor. Era também a escola do ódio. Ou menos melodramaticamente, a escola da agressão e seu controle”. (Gay, 2002, pág. 120). Desde já, é importante salientar que não há o “sujeito coletivo” contra a instituição da escravidão, nem mesmo o papel protagonismo dos negros no sentido da coletividade contra seus opressores. Django, afinal, é um “individualista.

O filme de Tarantino, que possuí ritmo rápido e desenvolve seus personagens de maneira linear, se configura como aquilo que o autor Peter gay chama de “biografia de uma classe social” (Gay, 2002, pág. 11). Ou seja, ela propõe a cosmo visão a nível social de uma sociedade da segunda metade do século XIX seus interesses e particularidades. Ademais, o filme traz consigo o além do retrato de uma respectiva classe social suas contradições explícitas. Como por exemplo em meio à partida dos protagonistas rumo ao cenário final da trama, a fazenda “Candy land”. É justamente ali na dita “Candy Land”, ou seja, um trocadilho para “terra doce” que nos deparamos com a mais amarga situação e condição humana. Onde, logo na entrada dos protagonistas naquela respectiva particularidade geográfica configura-se uma cena estarrecedora após a tentativa da fuga de um escravizado. Na qual o proprietário vitoriano Sr. Candy permite que seus cachorros devorem vivo o escravizado D’artagnan interpretado por (Ato essandoh). O que enfatiza que na verdade a dita “terra doce”, (propriedade familiar) nada mais é do que uma geografia “agridoce”. Com uma pluralidade de sabores que a faz um retrato daquilo que o autor Peter gay chama de “Família nuclear”.  Já em seu último ato o filme traça o diálogo entre o vitoriano Sr. Candy após a descoberta do plano de libertação de Brunnhilda e os respectivos protagonistas Django e Dr. King Schultz. E em meio a mesa da sala de estar com o crânio de um ex-empregado negro da fazenda se encontra o que o autor peter gay chama de o melhor álibi. “Na era vitoriana o melhor álibi para safar os agressores na ativa, diplomatas, políticos, empresários, pais e milícias cidadãs de qualquer motivo de arrependimento era a certeza de sua indiscutível superioridade em relação à seres menores. (Gay,2002, pág. 130).  Ou seja, apropriação e deturpação do pensamento de Darwin. “Era quase inevitável que a teoria científica da evolução gerasse alguns álibis toscos, embora altamente populares, para a belicosidade. Darwin observou com irritação que suas opiniões estavam sendo interpretadas como desculpas para o egoísmo e para a crueldade”. (Gay, 2002, pág. 118).

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