Estudando A Escravidão

História da Escravidão , de Olivier Pétré-Grenouilleau, (Editora Boitempo, 152 páginas, tradução de Mariana Echalar) é um livro que fala do passado – e não só porque traz a palavra “história” no título. Fala do passado porque seu tema pertence ao passado: a escravidão, apesar de certos resquícios aqui e acolá, não existe mais no ordenamento jurídico de país algum e não encontra idéia que a referende nem voz que a defenda. É, muito simplesmente, um inimigo a ser combatido, como a fome, as doenças ou a criminalidade. Mesmo assim, tem um longo passado, e não é fácil abordar um assunto tão vasto livrinho tão pequeno. Apesar disso, Petré-Grenouilleau não se limitou a contar uma história resumida da escravidão em 152 páginas. Estuda o fenômeno em suas bases sociais, culturais, políticas, econômicas e filosóficas, desde os sumérios, há 4 mil anos, até a década de 70 do século passado, quando ela deu seus últimos suspiros. Para tanto, dá espaço para autores de tendências tão diferentes quanto Gilberto Freyre e Alain Testart, perfeitamente amoldados ao tom levemente didático do texto e à brevidade que o tamanho do livro exige. Reside aí, nessa capacidade de manter o rigor conceitual num pequeno livro de introdução, um dos méritos mais notáveis numa obra cheia de méritos, levemente manchados pela leitura algo superficial que o autor faz de Aristóteles e do seu conceito de escravidão natural.

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