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Extrato de Fontes

Por:   •  18/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  521 Palavras (3 Páginas)  •  125 Visualizações

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Herodianous, autor dos dois primeiros extratos analisados, foi um um funcionário público romano de posição menor e, a julgar por seus escritos, conhecedor das intrigas palacianas. Inicia seu texto sobre Severo por meio de uma comparação com Nigger, a quem demonstra pouco apreço.

Herodianous critica Nigger, chefe militar das legiões sírias por este se agarrar a incertas esperanças, e exalta a capacidade, o espírito entusiasta e a resistência física de Severo, então governador da Panonia, que diante das notícias que chegavam de Roma sobre a morte de Pertinax e da alarmante exposição do Império valeu-se de sua habilidade em governar e perspicácia, tomando o império para si. Astutamente, Severo teria acusado os pretorianos por sua deslealdade uma vez que derramaram o imperial sangue de Pertinax, ocasionando a guerra civil. Desse modo, dissimulou sua aspiração pelo poder e pelo Império, ao se posicionar como vingador do imperador assassinado. Assim, Herodianous constrói para Severo a imagem de um homem, ainda que ursupador, inteligente e qualificado.

Porém no que toca Maximino, o Trácio, o autor não é tao gentil, ao afirmar que este abusava do poder, inclusive exercendo-o de maneira cruel e aterradora. E frisa ainda, que antes de sua tirania, o governo do Império Romano era mais humano e tolerante. Herodianous associa as faltas de Maximino às suas origens bárbaras e humildes, e considera igualmente bárbaro o seu caráter. De acordo com o autor, o imperador teria herdado sanguinário temperamento de seus antepassados, e munia-se de crueldade e temor afim de se manter no poder e evitar o desprezo por parte de seus súditos e do Senado. Tal desprezo atribuí-se à intrigas que corriam a respeito do já referido baixo nascimento de Maximino, incluindo a história de que antes de entrar no exército por conta de sua força e estatura, teria sido pastor nas montanhas da Trácia. Imputando à sorte a ascensão de Maximino, o autor deixa clara sua opinião de que este não tinha qualificação nem tampouco virtudes dignas do título que possuía.

O terceiro extrato tem por autor Lactantius, conselheiro de Constantino I e um dos primeiros cristãos, fato esse que se reflete no modo como retratou Valeriano. O autor encara como a vontade de Deus a desgraça que se abateu sobre o imperador, tendo este derramado o sangue dos justos, e afirma que tal castigo divino viria a servir de exemplo para os que viessem a fazer tal qual Valeriano.

De acordo com Lactantius, ao ser capturado pelos persas, o imperador não só perdeu o poder do qual se servia de modo insolente como também foi destituído de sua liberdade, sendo relegado a uma vida de humilde servidão. Nos três extratos, a construção da imagem dos imperadores, tanto positiva a fim de legitimar o poder quanto a negativa, está presente e assim também está o modo como esse poder é utilizado. O que se obtém portanto dessa análise é que o posicionamento do autor, a maneira como encara os fatos, permeia sua escrita. Sendo uma escolha consciente ou não, tal situação dentro da historiografia pode vir a ser usada como ferramenta política.

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