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Fichamento Alain Guerreau Feudalismo

Por:   •  17/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  650 Palavras (3 Páginas)  •  368 Visualizações

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Em o Feudalismo de Alain Guerreau, é notório que o mesmo expõe como objeto de análise não apenas o feudalismo, como também a historiografia crítica sobre o período e a visão atual do medievo a qual pode ser apontada como um produto de um momento de ruptura. A problemática será respondida tendo em vista o contexto que deu origem a dupla fratura conceitual à luz do Iluminismo e a definição de feudalismo segundo os tópicos apresentados pelo autor.

Guerreau elege por enxergar o conceito de Feudalismo como a representação de um sistema  através de uma dupla fratura conceitual, a qual  é definida como dominium e ecclesia. É compreendido que essa fratura integra o centro do sistema feudal e que são justamente essas ideias que buscam manter o homem trabalhando no solo. Esse conceito de dominium qualifica uma relação social constituída pela simultaneidade e unidade de dominação sobre o homem e suas terras. Já a ecclesia, é apresentada como um mecanismo de controle, o qual impunha e, através de seus simbolismos, influenciavam diretamente o modo de viver, agir e pensar. Todavia, o dominium é a principal forma de relação que existia no interior da sociedade feudal e a ecclesia, era vista como o principal instrumento de coerção da sociedade, já que, supostamente, possuía o elo de salvação do indivíduo. Desse modo, ao mesmo tempo em que o homem estaria preso ao solo ele também estaria preso à religião.

Existia uma relação entre a estrutura dominium e a instituição eclesiástica, segundo o autor, que indaga como a ecclesia exercia o papel determinante para o dominuim, como forma de manter a dominação com um mínimo de coerção, a resposta dada foi, com base na elaboração de um sistema de representação (dos homens e do mundo), o mundo se encontrava dividido entre dois campos, o bem e o mal, o espírito e carne, e isso só poderia ser possível com um terceiro elemento que foi o Cristo-ecclesia, em que sua definição conduzia ao conjunto das estruturas de dominação de controle da sociedade. A ecclesia permitiu que houvesse a passagem de um plano abstrato para um campo prático, através da união de dois objetos: as hóstias e as relíquias. Inicialmente foi dessa forma que a ecclesia ligava os homens a um locus, permitindo o bom funcionamento do dominium.

As conclusões do autor a respeito de pesquisas voltadas para a tese apontam para a falta de aproximação racional sobre o tema. A partir do século XVII, em virtude de teorias baseadas em análises filosóficas iluministas, antagônicas da estrutura social da Idade Média, foi-se progredindo as teorias que desfaziam-se com a ideia de ecclesia, pois entendiam a religião como subordinada ao Estado e em conformidade com os deveres de cidadão. É inconveniente que a ecclesia, base central da sociedade medieval, a qual possuía diversos mecanismos sociais para eliminar os seus opositores, com a brutal ação do braço secular para eliminar heresias, fosse tão deslegitimada.

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