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Fichamento O continente Negro - Braudel

Por:   •  18/11/2021  •  Resenha  •  1.502 Palavras (7 Páginas)  •  87 Visualizações

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BRAUDEL, Fernand. O continente negro. In: Gramática das civilizações. São Paulo: Martins Fontes, 2012, p. 127-143.

A África negra está fechada entre dois oceanos e dois desertos. Ou seja, barreiras difíceis, porém o autor afirma que não são intransponíveis: o oceano Índico foi utilizado desde muito cedo e o Atlântico conquistado pelos Europeus no século XV. O deserto Kalahari só fecha parte do sul e o Saara ao norte foi atravessado desde a antiguidade (p. 127)

Os espaços

O determinismo geográfico não comanda tudo por si só, é o que podemos ver ao estudar as fronteiras da África Negra. (p.128)

Quais são os limites da África negra?

AO NORTE:

Do mediterrâneo até o Sahel sudanês a população da África é branca. Além dessa porção, Braudel aponta que deve-se incluir a Etiópia, pois possui muitos elementos brancos além da sua religião cristã, agricultura (que conhece o gado e o arado).

Assim, o Saara se prolonga até a Etiópia, Eritréia e pela Somália, uma zona arida que demarca o limite do continente negro ao norte. (p.128)

AO SUL:

        No século XVII os holandeses se estabeleceram no sul da África na intenção de estabelecer uma escala no caminho para as Índias. Em 1815 os ingleses invadiram a área obrigando os colonos holandeses a emigrarem para o norte chegando aos planaltos do Veld.

        Dessa forma, a África branca se constitui tanto no norte quanto no sul do continente, são prósperos enriquecidos pelo ouro, diamante e pelas indústrias. (p. 128-129)

ILHA DE MADAGASCAR:

        Essa também deve ser colocada fora do continente negro. Sua população é formada por bantos e indonésios, e apesar do número superior do elemento banto a unidade cultural favorece o elemento indonésio. (p.129)

Para Braudel, na compreensão do mundo negro a geografia prevaleve sobre a história. Apesar de não ser o único elemento significativo, é o que mais conta. O clima e a vegetação explicam a distinção no modo de vida da África negra.

O autor divide a África em duas zonas principais: uma ao centro, na linha do equador, com florestas densas e chuvas frequentes, e outra ao redor tanto ao norte quanto ao sul, que são as savanas. (p.131)

Em todo caso, é bem evidente que a grande divisão se estabelece entre esses dois tipos de vida rural: com e sem animais domésticos. Ao norte e ao leste praticam a criação de animais e são os mais ricos e mais equilibrados, sendo os mais abertos também para o mundo externo e foram o ‘’grande teatro da história’’ (p. 131)

A essa divisão rural se sobrepõe a divisão étnica. Os africanos negros se dividem em linhas muito gerais em 4 grupos: (p.131)

  • os pigmeus: atrasados, com uma linguagem mal articulada.
  • khoi-khoi (hotentotes): vivem na orla do Kalahari
  • saan (bosquímanos)
  • sudaneses: de Dacar à Etiópia.
  • bantos: Etiópia à África Austral

Os dois grupos principais são os sudaneses e os bantos, e formam unidades linguísticas e culturais. Os bantos conservaram uma coesão maior que os sudaneses, cuja mestiçagem com os povos islâmicos deve ser considerada. (p. 132)

A África Negra é marcada por muitos conflitos, movimentos, migrações, avanços de uns e recuo de outros. Essas tensões se reencontram através de todo o continente, onde o povoamento se deu muitas vezes pela sucessão de povos que ou se justapuseram ou se repeliram. (p.132)

É na zona de povoamento sudanes que está o auge dessas tensões. Há muitos povos diferentes em pequenos agrupamentos étnicos. Esses povos têm crenças, estruturas sociais e culturas muito diferentes. Segundo Braudel, é nessa diversidade que está o interessante da África, e os diversos tons de pele desde os mais claros dos bosquímanos até o mais escuro dos sudaneses é apenas uma característica física de uma diversidade cultural e social muito maior. (p.133)

O continente sofre e sofreu numerosas penúrias e graves fraquezas globais:

Um ponto importante que o Braudel assina-la é a precaria abertura do mundo negro para o exterior, o que é grave já que o processo civilizatório, segundo ele, se dá pelas relações entre civilização e civilização. Esse fechamento da África negra explica as lacunas importantes de desenvolvimento antes da chegada dos europeus: não havia roda, arado, animais de tiro, escrita (menos os sudaneses, mas foi graças ao Islã). (p.133)

Outras fraquezas: a pequena espessura de terras aráveis lateríticas vermelhas; o clima que diminui os dias de trabalho agrícola, a insuficiência de uma alimentação rica em carne (na maioria das tribos africanas a carne só era consumida em grandes festas) (p.133-134)

Porém, o autor afirma que nem tudo foi atraso. A África praticou bem cedo a metalurgia, seguramente desde a Idade Média já haviam aperfeiçoado os processos metalúrgicos. (p.134)

Três séries de fatos emergem desse passado confuso da África Negra: (p.135)

  1. O desenvolvimento de cidades, impérios, etc, todos com mistura de sangues e civilizações.
  2. o tráfico negreiro, muito antigo e que assume proporções diabólicas no século XVI.
  3. A colonização europeia, que partilha a África na Conferência de Berlim sem ter conhecimento total desse vasto continente.

(1) Na África Negra, foi possível eclodir formas políticas e culturais superiores áreas com recursos da agricultura e da criação ou com contato com o mundo islãmico. Esse contato com o Islã nem sempre foi agradável e muitas vezes resultou em colonização, mas assim pode respirar para o exterior (p.135)

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