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Formação Da Nação

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Por:   •  6/3/2014  •  1.042 Palavras (5 Páginas)  •  281 Visualizações

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GRAHAM, Richard. Construindo uma nação no Brasil do século XIX: visões novas e antigas sobre classe, cultura e Estado? In: Diálogos. DHI/UEM, v. 05, n.01, 2001. p.11-47.

Richard Graham inicia seu texto, Construindo uma nação no Brasil do século XIX: visões novas e antigas, questionando o porquê a América portuguesa emergiu como uma entidade única, enquanto a América espanhola foi fragmentada em 18 países? Para ele, essa questão faz emergir a percepção de como alguns historiadores tinham considerado a relação entre estado brasileiro e a nação, e como, eles compreendiam a relação entre o estado e os grupos sociais dominantes. Dessa forma, Graham acredita e defende que o estado levou a formação de uma nação, e não ao contrário, mesmo crendo que o processo fosse mais circular do que linear.

Diante disso, o autor realiza um debate historiográfico entre os historiadores que acreditavam que o estado fosse o primeiro passo para a criação de uma nação, e os que afirmavam que a nação existia antes da independência do estado.

Benedict Anderson, em seu estimulante livro Comunidades imaginárias (Imagined Communities), pertence à categoria, que acreditava que já existiam nações na América Latina antes da independência e refere-se ao aparecimento da consciência nacional americana, no final do século XVIII. Já na concepção de Hobsbawm a criação de uma nação só é possível mediante a constituição de um estado, pois é ele que dar a unidade nacional possível; Nações não fazem estados e nacionalismo, mas o contrário. Já na visão de José Honório Rodrigues, D. Pedro I descobriu que os brasileiros estavam animadamente preparados para endossar sua declaração de independência do Brasil e que permaneceram unidos, a partir de então, por um sentimento nacional. Não existiu nenhuma única cidade centralizadora na América portuguesa, assim como não existiu nenhuma na América espanhola como um todo. O autor considera que, no período denominado Brasil Império crescia um grande medo da inquietação social, levando líderes regionais e locais a procurarem apoiar-se mutuamente através de um governo central e forte, no qual eles pudessem dominar, e logo perceberam que esse mesmo estado poderia assegurar-lhes autoridade local, até mesmo sobre sua própria camada social. Entretanto, muitos dos proprietários de terras das províncias não estavam satisfeitos com a política centralizada da regência. Essas insatisfações encorajaram as elites a instigar a população a revoltar-se contra o governo central no Rio de Janeiro com a intenção de se tornarem independentes e terem mais autonomia. Vale ressaltar que não havia coesão entre as províncias, pois as mesmas costumavam se reportar diretamente a Lisboa do Rio de Janeiro. A comunicação e articulação interna era escassa. Se por um lado os líderes, cafeicultores, agricultores e etc., objetivavam a liberdade no poder e interferência nas decisões administrativas. Por outro lado, não queriam a libertação dos escravos e nem perder suas terras. Como a maioria da população era formada por escravos e pobres, essa equação não batia. Havia um receio enorme de que, ao dar armas aos menos favorecidos, estes praticassem um “golpe em cima do golpe”, e a lembrança da revolução ocorrida no Haiti ainda era muito fresca na cabeça dos senhores de terras. Assim, apesar dos desejos autonomistas e separatistas das diversas províncias do Brasil, ao instigarem suas revoltas e verem-se deparadas com uma massa enorme de insatisfeitos que poderiam ir contra seu status quo, optaram pelo caminho seguro de apoiar o Império e a figura do Imperador, pela qual as pessoas consideravam a autoridade legitima. A partir desse apoio, as posições regionais e locais foram sendo consolidadas e tornava-se mais fácil manter a ordem social.

É partindo dessas considerações, que Graham vai falar da monarquia como salvação. Segundo o autor, assim como na América Portuguesa, na América Espanhola também havia apoio à monarquia como forma de alcançar

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