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Historia geral da africa

Por:   •  26/5/2015  •  Ensaio  •  2.062 Palavras (9 Páginas)  •  320 Visualizações

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[pic 1]UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: ESTUDOS DA NAÇÃO

PROFESSORA: MÔNICA MARTINS

ALUNA: ANNE KAROLINE RODRIGUES DA COSTA

RESUMO: História Geral da África – capitulo 15: Construção da nação e evolução das estruturas políticas.

Desde o início da era colonial até os dias atuais, a África trava um combate político sustentada por dois pilares importantes: o desejo por maior coerência à nação africana e o desejo por maior estabilidade ao Estado africano.  Isso nos mostra que tanto a nação como o Estado passar por crises, onde a nação tem uma identidade coletiva insuficiente e o Estado possui instabilidade da autoridade.

Essas crises de autoridade e identidade perduram na África tendo em vista que no período colonial o continente foi dividido na base da régua, onde os colonizadores ergueram fronteiras invisíveis separando seus territórios sem respeitar as fronteiras já existentes entre as tribos nativas. Os colonizadores instalaram o caos ao unir no mesmo território tribos rivais e dividindo ao meio uma única tribo, sem levar em conta nenhuma questão nativa, apenas dividiram entre se as terras e suas riquezas e o povo que ali habitava veio como acessórios indesejados.

Um dos produtos do regime colonial foi a instituição de um exército permanente, pois antes da colonização a maioria das sociedades africanas só mobilizavam seu exército em casos de conflitos. Sendo assim, se não havia guerra não tinha motivo para mantê-lo até porque isso iria requerer uma grande demanda de recursos do país.

Com relação a política colonial, uma questão importante foi levantada: seria necessário manter a autoridade dos chefes e dos soberanos tradicionais ou deveria confiar essa função de autoridade a uma elite intelectual mais ou menos ocidentalizada?  Nas colônias britânicas, como o uso da ideologia administração indireta, optou-se por manter a autoridade dos chefes e dos soberanos tradicionais que mantinham seu posto de liderança, mas sofriam influência direta dos colonizadores. Já nas colônias francesas optou-se pela criação de uma elite intelectual afrancesada em detrimento dos chefes tradicionais. Após a independência as os conflitos de autoridades perduraram entre chefes tradicionais e intelectuais ocidentalizados e entre civis e militares em vários países africanos. Contudo, podemos ver que a África atual é fruto de sua história anterior.

Segundo o autor o conceito de nação aplica-se a pelo menos três tipos de categorias de grupos humanos: 1. Uma comunidade estável e historicamente evoluída de pessoas tendo em comum um território, uma vida econômica, uma cultura que os distingue e uma língua; 2. As pessoas habitantes de um território unificado sob a autoridade de um governo único; um país e ainda um Estado; 3. Um povo ou tribo. Sendo assim, é possível notar que a definição da ideia de nação é composta por atributos objetivos como: língua, história, território, cultura, organização política e a vida econômica; e subjetivos como: o sentimento comum de identidade e um engajamento ou fidelidade de cada um frente ao grupo.  O autor discorre a respeito do primeiro conceito de nação que fala da nação a partir das diversas tribos habitantes dos países africanos, no entanto ele nos revela que o seu ponto de vista com relação a nação está relacionado ao segundo conceito de nação que define nação como Estado.

    As teorias da edificação da nação frequentemente nos mostram um processo pelo qual os indivíduos pertencentes a uma pequena etnia, comunidades ou lugarejos, fazem uma transferência de sentimentos de fidelidade e pertinência em proveito do sistema político central, no entanto, o autor discorda dessa ótica por acreditar que o processo de edificação da nação não implica necessariamente na transferência do sentimento de pertinência e de fidelidade. Segundo o autor não é possível deixar de ser de uma determinada tribo simplesmente porque alguém decidiu, sendo assim, ele nos revela que o processo não se trata de uma transferência mas, na ampliação do horizonte até o qual os grupos restringidos reconhecem a sua própria identidade, a ponto de englobar entidades mais vastas, como o Estado.

Para o autor ao falar de edificação da nação evocamos duas dimensões da identidade. A dimensão vertical onde há um Estado e uma comunidade que o legitima e vivem em seu governo a representação simbólica da sua comunidade política e; a dimensão horizontal consiste em que cada um aceite igualmente o outro como parte de um corpo cívico, como membro de uma nação juridicamente constituída.

Um dos fatos que o autor discorre são que os processos de edificação do Estado e de edificação da nação que podem desenrolar-se simultaneamente ou o Estado pode preceder a nação como em muitos Estados africanos onde povos foram arbitrariamente agrupados no seio de uma unidade territorial que posteriormente formou uma entidade geopolítica, em meio aos povos incorporados a tais Estados, numerosos eram aqueles junto aos quais não existia nenhuma identificação frente ao Estado, na qualidade de símbolo de um povo ou de uma comunidade política. Tendo em vista que a maioria dos Estados africanos nasceram após 1960, o período de edificação do Estado é muito recente e o de edificação da nação segue a mesma macha e esse quadro multiplica as tensões exercidas sobre o sistema político em todos os Estados africanos.

Os britânicos criaram em suas colônias conselhos legislativos para viabilizar a prática da administração indireta, a composição desses conselhos evoluiu e ao final da era colonial a maioria que antes composta por administradores brancos e de membros nomeados agora davam lugar a uma nova maioria formada por africanos e membros eleitos, esta democratização realiza-se na justa medida da definição sobre a perspectiva da autonomia e independência. No curso dos últimos anos do regime colonial, os britânicos transferiram, por assim dizer, o seu modelo de governo metropolitano para o âmbito dos seus territórios coloniais.

Um dos traços específicos manifestados pelos novos Estados no momento da independência são a religião tradicional e o Islã que haviam sobrevivido à colonização, ao passo que o cristianismo, último participante no tríptico das religiões africanas, aumentara a sua influência. Esta circunstância não se configuraria sem consequências no que tange à estabilidade do edifício coletivo, bem como no tocante a construção da nação.

Os chefes tradicionais e a sua autoridade haviam igualmente sobrevivido ao regime colonial, com papéis diferentes nos Estados francófonos e naqueles de língua inglesa, apresentando maior influência política nestes últimos. Este quadro produziu desdobramentos não somente no referente a construção do Estado mas, também, para a edificação da nação.

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