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Historiografia Brasileira

Por:   •  10/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.345 Palavras (6 Páginas)  •  222 Visualizações

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SOUZA, Laura de Melo e. Aspectos da Historiografia da Cultura sobre o Brasil Colonial. In: FREITAS, Marcos Cezar. (org.) Historiografia Brasileira em perspectiva. 6.ed., 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2010.

  •  Painel geral da produção historiográfica no período colonial – Brasil – América Portuguesa. (p.17)
  • Critérios e recortes. (p.17)
  • O autor examina trabalhos que trazem subsídios importantes à compreensão do período, conferindo-lhe inteligibilidade por intermédio da análise da cultura. (p.17)
  • Nas abordagens históricas, é sempre prudente tomar distância ante o objeto focalizado. (p.17)
  • Não cabe ao historiador definir o que seja cultura. Na definição de Carlo Ginzburg a cultura é uma “jaula flexível”, ou, na de Clifford Geertz, que vê cultura como uma “teia de significados”. (p.18)
  • Na produção historiográfica aqui examinada, não se privilegia a cultura erudita, ou letrada, procurando captar, ao contrário, a dinâmica e a multiplicidade dos níveis culturais. Vai-se inclusive do nível mais simbólico ao mais concreto: tanto os autores que buscaram sentido na produção letrada quanto sobre os que se debruçaram sobre a vida material. (p.18)
  • Os capítulos de História Colonial – Capistrano de Abreu (1907). (p.18)
  • Perspectiva de análise: ver nossa formação sob o impacto da cultura material, que o meio específico e não raro adverso moldou decisivamente, mas que acabou se tornando elemento diferenciador, capaz de conferir certa identidade aos agentes sociais. (p.18)
  • Cultura material influenciada igualmente pela pluralidade étnica dos habitantes. (p.18)
  • Mas a cultura material dotada de importância a caracterizar todo um período da história da América Portuguesa: “a época do couro”. (p.19)
  • O objetivo último é a compreensão de um caráter nacional (Macunaíma, de Mário de Andrade).
  • Na valorização da vida material como elemento de inteligibilidade da cultura de um povo, (José de Alcântara Andrade) aproxima-se de Capistrano, mas leva longe a ênfase nos aspectos menos nobres e aparentemente sem importância na vida, mostrando como podem ser altamente reveladores. (p.19)
  • Mas o marco inaugural nas análises da cultura brasileira seria Casa Grande & Senzala, estampada em 1933. (p.20)
  • Freyre foi o pioneiro nas análises da infância, da velhice, da festa, da família, do amor, do sexo, da morte, da comida, da natureza e da paisagem. (p.20)
  • Sem utilizar a expressão ou problematizar o conceito, Freyre lançou, portanto, as bases da mestiçagem cultural no Brasil. (p.21)
  • Entretanto, a abordagem de Freyre valoriza sobretudo o aporte cultural africano, destacando-lhe o caráter positivo e mostrando que tudo quanto se imputou como traço negativo dizia respeito antes à escravidão. (p.21)
  • Gilberto Freyre foi um precursor da moderna história das mentalidades e da nova história cultural; Sérgio foi um dos seus criadores, e o fez simultaneamente aos franceses. (p.24)
  • A problemática entre história e cultura na formação do Brasil (p.24)
  • A cultura Brasileira, de Fernando de Azevedo (1943) ... Tal perspectiva trai a opção teórica já na época discutível e hoje insustentável: identificar cultura e educação, acreditando que a primeira se resume às instituições. (p.24)
  • A obra de Fernando de Azevedo fica, em todos os sentidos, aquém da de Freyre. Para este, Cultura, então, já era muito mais do que instrução; multifacetada e plural, não se restringia às elites, construindo uma espécie de escala cromática de todo um povo. (p.24)
  • Muito mais rica e complexa é a posição de Sérgio Buarque de Holanda. Monções (1945) e Caminhos e fronteiras (1957) marcaram sua consolidação como historiador da cultura, voltado para o estudo minucioso das técnicas e práticas da vida cotidiana. (p.24)
  • A produção historiográfica sobre o período colonial não conheceu, durante a década de 60, obras particularmente significativas no tocante às abordagens de história da cultura. Isto se deveu, possivelmente à influência conjugada da conjuntura histórica – o inicio do longo período ditatorial no Brasil. (p.29)
  • Como diria Maria Beatriz Nizza da Silva já no final da década de 70, a história da cultura era vítima de um sem número de preconceitos.
  • Publicado em 1967 – batizado de história das mentalidades – Resíduos seiscentistas em Minas – textos do século de ouro e as projeções do mundo barroco, de Afonso Ávila, bastante influenciado pela teoria estética do barroco – Wolfflin, Weisbach e Hatzfeld. (p.30)
  • Ávila postula a tese de caráter residual, arcaico, extemporâneo das manifestações barrocas mineiras, ocorridas quando o gênero já desaparecia da Europa – ou pelo menos de sua porção Ocidental. (p.30)
  • Mais do que o aspecto propriamente artístico, ressalta dessas análises o enfoque do barroco como um “estilo de mais civilização [...] o qual favorecido pelas condições geográficas da região, acabou cristalizando-se no seu insulamento e marcando fundamente a trajetória fundamental do povo das montanhas”. (p.30)
  •  Se a problemática das mentalidades entra nos ensaios de Afonso Ávila por meio da reflexão mais teórica da estética do barroco, é de forma muito mais direta e deliberada que ela influi no trabalho pioneiro e inovador de Anita Novinsky, Cristãos novos na Bahia, concluído como tese no início de 1970 e publicado em 1973.
  • A grande originalidade do trabalho de Anita Novinsky está na forma como enfoca o problema do cristão novo. Mais do que esmiuçar a autenticidade de sua crença judaica, como fizera Yves Révah ou, no sentido oposto, vê-lo como quimera fabricada pelo Tribunal do Santo Ofício – na linha das interpretações ilustradas do século XVIII que impregnaram a historiografia liberal do século XIX e, nos anos 60, influenciaram a perspectiva marxista de Antonio José Saraiva, discutível mas, sem dúvida brilhante –, a autora procura entender o universo mental e cultural daquele homem. (p.31)
  • Já nos trabalhos de Evaldo Cabral de Mello é evidente a influência da historiografia francesa, combinada à tradição historiográfica pernambucana.
  • Maria Beatriz Nizza da Silva, autora que se dedicou não apenas a uma história da cultura mais afiliada à história das ideias ... mas procura estabelecer as conexões entre sociedade, cotidiano e produção cultural, entendendo como componentes da cultura não apenas as atividades própria à cultura erudita e sua produção de livros, como também os hábitos e costumes – alimentação, vestuário, moradia, religiosidade, lazer... [Cultura multiforme]. (p.33)
  • Cultura nos séculos XVI, XVII, XVIII – 4 núcleos temáticos básicos: os que destacam grupos de pessoas, suas ideias e obras; os que incidem sobre a publicação de livros sua circulação e sua influência; os que se atêm a sistemas de crenças na América portuguesa; os que refletem nas trocas culturais verificadas entre a Europa e a América. (p.33- 34)
  • 1) Ideologia e escravidão, de Ronaldo Vainfas, publicou-se em 1986 e versa sobre os escritos de quatro letrados, todos religiosos, que produziram obras fundamentais à compreensão do escravismo na América portuguesa: Antônio Vieira, Jorge Benci, Antonio José Andreoni, o Antonil, e Manuel Ribeiro da Rocha. Preocupado com a forma por meio da qual "a sociedade escravista foi percebida, pensada ou recriada pelos letrados coloniais entre os séculos XVI e XVIII", o próprio autor considerou o trabalho como pertencendo ao âmbito da história das ideias. (p.34)
  • 2) Kátia Queirós Matoso, Afonso Carlos Marques dos Santos, Rubens Borba de Moraes, Frieiro, Silvio Gabriel Diniz, etc. (p.34-35)
  • 3) Laura de Mello e Souza – 1986 – O diabo e a Terra de Santa Cruz – que utilizou, pela primeira vez entre nós, os processos do Santo Ofício para estudar as práticas mágico-religiosas nos três primeiros séculos de nossa história.
  • 4) Raminelli pensa as imagens da colonização tanto do ponto de vista da produção escrita quanto da iconográfica; retoma, aprofundando, questões que eu havia indicado em Inferno atlântico, a saber, de que demonologia europeia sofreu impacto considerável com a leitura dos relatos sobre o canibalismo tupinambá; traz subsídios importantes para se repensar o papel ocupado pelas teorizações acerca do índio no pensamento renascentista português.
  • SÍNTESE:O presente texto é um artigo, referente ao primeiro capítulo da obra Historiografia Brasileira em Perspectiva organizado por Marcos Cezar de Freitas. A autora Laura de Mello e Souza, Dra. em História Social pela USP, busca enfatizar mais o momento formador de uma história da cultura no Brasil do que a produção recente. Nessa perspectiva, discorre acerca de várias obras e autores buscando refletir sobre aspectos da cultura colonial de destaque e que se aproximam, ou se autodenominam, historiografias pertencentes à cultura, as mentalidades ao imaginário, etc.

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