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História

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Por:   •  28/3/2015  •  4.633 Palavras (19 Páginas)  •  320 Visualizações

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1. A ARTE GÓTICA

Segundo Proença (2007), no começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a românica, mas já começam a aparecer às primeiras mudanças que conduzirão a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios. No século XVI, essa nova arquitetura foi chamada desdenhosamente de gótica pelos estudiosos, que a consideravam de aparência tão bárbara que poderia ter sido criada pelos gados, povo que invadiu o Império Romano destruiu muitas obras da antiga civilização romana. Mais tarde, o nome gótico perdeu seu caráter depreciativo c ficou definitivamente ligado à arquitetura dos arcos ogiva.

De acordo com Williamson (1998), em meados do século XII, o prestígio dos grandes mosteiros era incontestável. Os religiosos e intelectuais mais influentes eram monges, como o abade beneditino Surger e o organizador da Ordem Cisterciense, São Bernardo de Clairvaux. Os empreendimentos artísticos eram totalmente dominados e controlados pelos principais hierarcas monásticos, e era nos mosteiros que se encontravam as melhores oportunidades de trabalho.

Para Duby (1978), por definição, a catedral é a igreja do bispo, portanto, a igreja da cidade, e o que a arte das catedrais significou primeiramente na Europa foi o renascimento das cidades. Estas, nos séculos XII e XIII, não param de crescer, de se animar, de estender os subúrbios ao longo das estradas. Captam a riqueza. Após um longuíssimo apagamento, tornam a ser o foco principal da mais alta cultura. Mas a vitalidade que as penetras vêm, quase toda, dos campos circundantes. Em parte alguma o impulso de prosperidade rural foi mais vivo nesta época do que no Noroeste da Gália. Por isso a nova arte foi reconhecida por todos os contemporâneos como sendo propriamente a arte de França.

Segundo Janson (1993), ao princípio, por volta de 1150, a região do gótico era bem limitada. Correspondia apenas a província conhecida por Île-de-France (arredores de Paris), o patrimônio dos reis da França. Um século depois já a maior parte da Europa “ficaria gótica”, da Sicília à Islândia, com exceção de algumas “ilhotas” românticas, aqui e acolá; o novo estilo alcançara mesmo o Oriente Próximo, levado pelos cruzados. Por volta de 1450, à área do gótico começou a diminuir, “a Itália já se encontrava de fora” e em meados do século XVI ficaria reduzida a quase nada. Por isso, o “estrato” gótico tem um aspecto complicado: a sua “espessura” varia desde 400 anos, em alguns lugares, até um mínimo de 150, em outros. Essa configuração, porém, não se define com a mesma clareza em todas as artes visuais.

De acordo com Janson (1992), ao longo do século 13, o novo estilo perde aos poucos o seu caráter “importado”, e adversidade regional volta a afirmar-se. Em meados do século 14, observa-se uma tendência crescente do intercâmbio de influencias entre essas realizações regionais, até que, c.1400, um estilo “Gótico Internacional” surpreendentemente homogêneo prevalece em quase toda parte. Pouco depois, quebra-se essa unidade: a Itália, liderada por Florença cria uma arte radicalmente nova, a do Pré-Renascimento, enquanto Flandres, ao norte dos Alpes, assume posição igualmente dominante no desenvolvimento da pintura e escultura do Gótico Tardio. “Um século mais tarde, finalmente, o Renascimento Italiano torna-se a base de outro estilo Internacional.”

1.2 A arquitetura Gótica

Conforme Gombrich (1993), era o aparecimento do estilo gótico. Era principalmente uma invenção técnica; contudo, em seus efeitos, tornou-se muito mais do que isso, foi descoberta de que o método de abobadar uma igreja por meio de arcos transversais podia ser desenvolvido de maneira sistemática e com objetivos mais ambiciosos do que arquitetos normandos sequer chegaram a imaginar. Era possível erigir uma espécie de estrutura de pedra para manter o edifício coeso. Bastava empregar pilares leves e costelas estreitas nas arestas da abóbada. Não havia necessidade alguma de pesadas paredes de pedra, pelo contrário, nas paredes podiam ser abertas grandes janelas. Essa era a ideia dominante das catedrais góticas desenvolvidas no norte da França. O princípio de cruzamento de “nervuras” não era bastante, por si só, para esse estilo revolucionário de construção gótica foi necessário um número de outras invenções técnicas para tornar possível o milagre.

Para Janson (1992), o termo “Gótico” foi cunhado para a arquitetura, e é na arquitetura que as características do estilo podem ser mais facilmente reconhecidas. Só nos últimos cem anos nos habituaram a falar de pintura e das esculturas Góticas, e ainda hoje, como veremos, existe alguma incerteza á cerca dos limites exatos do estilo Gótico nesses campos. A escultura Gótica, de início rigorosamente arquitetônico e em espirito, perdeu aos poucos essa característica após 1200; suas maiores realizações situam-se entre 1220 e 1420. A pintura por sua vez, chegou ao seu apogeu criativo entre 1300 e 1350, na Itália central. Por volta de 1400, tornou-se a arte mais importante ao norte dos Alpes. Assim, ao examinarmos a época Gótica como um todo, deparamo-nos com uma mudança gradual de ênfase, da arquitetura para a pintura ou, talvez, do caráter arquitetônico para o pictórico (e bastante característico que a escultura e a pintura gótica da fase inicial reflitam ambas a disciplina de seu contexto monumental, enquanto a arquitetura e a escultura do gótico, Tardio se empenham mais em obter efeitos “pitorescos” do que clareza e firmeza). Para além desse quadro geral, desenha-se outro: a difusão internacional em oposição a independência regional sendo incialmente um desenvolvimento local da Ile-de-France, a arte gótica alastra-se daí para o resto da France e para toda a Europa onde passa ser conhecida como opus modernum ou francigenum (“obra moderna” ou “francesa”).

Segundo Proença (2007), a primeira diferença que percebemos entre uma igreja gótica e uma românica é a fachada. Enquanto, de forma geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica- como Saint-Denis, por exemplo - tem três portais que dão acesso às três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais. Na fachada da abadia de Saint-Denis, os portais laterais eram continuados por altas torres. O portal central tem, acima dos frisos que emolduram o tímpano, uma grande janela, acima da qual há outra, redonda, chamada rosácea. A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.

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