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História Afrodescendente

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Por:   •  22/11/2014  •  5.064 Palavras (21 Páginas)  •  160 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho cujo título é “História Afrodescendente” tem por objetivo dar uma visão panorâmica do início da escravidão negra no Brasil até o evento da Abolição da escravatura.

A História do Brasil é dividida didaticamente em três períodos a saber: Brasil Colônia (1500 a 1808), Brasil Império ( 1808 a 1889) e Brasil República (1889 até os dias atuais).

O mencionado trabalho situa-se nos períodos da história do Brasil Colônia e Império, isto é, meados do século XVI até o segunda metade do seculo XIX.

O Brasil, na segunda metade do século XVI era colônia da Coroa Portuguesa. Naquele período, o comércio com as Índias havia entrado em declínio, e o o Brasil estava sendo invadido por nações estrangeiras (principalmente francesas) que não respeitavam o Tratado de Tordesilhas, e que queriam explorar o pau-brasil e se apossar do Brasil.

Em consequência, a Coroa Portuguesa iniciou o processo de Colonização. Para isso, era necessário incluir Brasil no contexto de exploração capitalista. Havia entre a Metrópole e a colônia: o pacto colonial. Iniciou-se o Ciclo econômico da Cana-de-açúcar.

Neste ciclo econômico havia o sistema de plantation (plantação de uma só cultura, exemplo: cana de açúcar) e a exploração de mão-de-obra escrava.

É importante frisar, que além do Ciclo econômico da cana de açúcar, tivemos mais dois ciclos importantes: o da mineração e do café.

Em todos esses ciclos foram utilizados o trabalho da mão de obra escrava negra.

Referido trabalho irá abordar os seguintes capítulos: invasão da África e América; suplantação da mão-de-obra indígena; tráfico negreiro; o negro no Brasil; a reação negra; os quilombos; quem utilizava os escravos; o trabalho do escravo; a vida do escravo; castigos e maus tratos; documentário e por fim as “Leis Abolicionistas”.

2- INVASÃO DA ÁFRICA E AMÉRICA

O processo feudalismo-mercantilismo-capitalismo inicialmente seguiu esse curso em uma parte da Europa. Em outros continentes como na América e parte da África, à altura do “ mercantilismo”, os povos se organizavam, viviam de forma diferente, geralmente em comunidades com trabalho coletivizado.

Na época “mercantilista”, uma das atividades mais importantes era buscar as chamadas “especiarias da Índia” (cravo, canela, etc, ), trocando-as por tecidos, vinhos e outros produtos.

Entretanto, em 1453, Constantinopla que era uma das mais importantes cidades situada às margens do Mar Mediterrâneo e que servia de entreposto comercial, passou para o domínio dos turcos, os quais passaram a impedir o comércio entre a Europa e Índia, através do Mediterrâneo.

Por causa disso, os europeus, principalmente os espanhóis e portugueses, procuram com mais afinco, encontrar outro caminho para chegar à Índia.

Investiram muito dinheiro na construção de navios e começaram a costear a África, e, por onde iam passando, iam dominando os nativos e fundando as chamadas “colônias”. Assim se iniciou a invasão da costa africana pelos europeus. Em 1498, Vasco da Gama chegou as “ Índias”, costeando a África.

Os europeus tentaram chegar às “ Índias” contornando a Terra, ou seja, navegando para o ocidente até chegar ao oriente. Em uma dessas tentativas, Cristóvão Colombo,em 1492, financiado pela Espanha, chegou no Continente Americano.

Em vista dessa “descoberta”, Portugal e Espanha que, na época, disputavam o domínio dos mares, assinaram, em 1494, um pacto que foi denominado Tratado de Tordesilhas. Através desse acordo, ficou decidido que as terra que fossem “descobertas” até 370 léguas da ilha de Cabo Verde, seriam de Portugal e as que ficassem além de 370 léguas, seriam da Espanha.

Considerando que a parte leste do Brasil se encontrava dentro das 370 léguas estipuladas, mesmo não tivesse sido o português Pedro Álvares Cabral a chegar aqui em 1500, ainda assim, parte do Brasil seria de Portugal, por causa do Tratado de Tordesilhas.

Como se pode observar, na verdade não ocorreram descobrimentos e sim invasões, já que tanto na África, quanto nas Américas, existiam centenas de grupamentos nativos com suas culturas, os quais, a partir da chegada-invasão européia, tiveram suas vidas modificadas, população massacrada, enfim, toda sua história alterada.

3- SUPLANTAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA INDÍGENA

O negro foi trazido para o Brasil para atender a uma necessidade básica do colono branco: ser utilizado como mão-de-obra na lavoura canavieira.

Não sabemos precisar o momento em que desembarcou o primeiro negro no Brasil. Como antecedente, sabemos que a primeira mão-de-obra utilizada em terras brasileiras pelo homem branco foi a indígena.

Os portugueses inferiorizados numericamente e temerosos de forçar os índios a um trabalho obrigatório, restava usar o índio como trabalhador livre. E o mecanismo usado para alcançar tal objetivo foi a instituição do escambo.

Essa situação se alterou com a montagem da colonização e da empresa agroexportadora. Tornou-se então necessário explorar o índio na lavoura canavieira não mais como trabalhador livre, mas como trabalhador forçado, escravizado.

O índio foi finalmente submetido, pela força das armas, a um sistema até então desconhecido por ele: o do trabalho escravo. Em algumas capitanias como a de São Vicente, o índio foi escravizado até fins de século XVII, e no Pará e Maranhão, até fins do XVIII. Portanto, é falsa a ideia de que o índio não foi escravizado no Brasil porque reagiu à escravidão. É verdade que o índio, assim como o negro, reagiu, mas isso não impediu a escravização de ambos, pois o poder econômico, político e militar do homem branco definiu o dominador e o dominado.

A partir de meados do século XVI, o número de trabalhadores escravos africanos superou o de indígenas como mão-de-obra escrava explorada nas áreas produtoras de açúcar. A superação não se deu, como afirmaram falsamente alguns autores, pela superioridade da mão-de-obra negra em relação à indígena nem porque o índio não aceitou a condição de trabalhador escravo na lavoura. Na falsa afirmação desses autores está implícita também a ideia de que o negro foi escravo porque não reagiu a escravidão. Ora, nada mais falso, preconceituoso e racista.

A superação se deu

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