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História Contemporânea

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Por:   •  23/4/2014  •  2.913 Palavras (12 Páginas)  •  222 Visualizações

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IMAGEM E HISTÓRIA

Já faz tempo que a imagem entrou para o rol dos documentos históricos. Nesse sentido, é preciso entender o cinema e a televisão como parte da cultura de massa, ou melhor, para a massa. Por isso, essas formas de expressão têm algo de reprodutível. De certa maneira, tanto o cinema quanto a televisão acabaram por moldar a forma como vemos o mundo.

Quem não gostaria de ser um personagem de seu filme preferido?

Temos que tomar o cuidado para entender que as imagens de cinema ou de televisão (ou outras quaisquer) não são reproduções exatas da realidade. Esse é um cuidado que às vezes desprezamos. Toda imagem é uma reconstrução do mundo real através de uma linguagem e produzida em determinado contexto histórico.

Lembro-me muito bem de uma aula, ainda na graduação, em que a professora mostrou-nos o filme “Sociedade dos Poetas Mortos” (Dead Poets Society, 1989, D.: Peter Weir, com Robin Williams). O filme é muito bom. Conta a história de um professor que revoluciona os métodos pedagógicos de uma tradicional escola. O problema é que a professora apresentou o filme como um exemplo de como deveríamos ser: era como um sermão. Aqui é que eu quero que você preste bastante atenção: os acontecimentos de um filme são decididos pelos autores do filme! Então, as aulas revolucionárias do professor somente deram certo por que era um filme! O diretor fez assim, mas poderia ter feito diferente!

Você, com certeza, pode perceber a preocupação ecológica (meio romântica) típica da nossa época. Então, mesmo um filme de ficção corresponde ao contexto histórico em que foi feito.

Assim, como outros tipos de documentos, os filmes devem ser entendidos como produto das relações de poder existentes no momento de sua fabricação.

Mas o filme não é apenas produto. É também um agente histórico, ou seja, eles modificam a realidade. Como são formas de comunicação, caracterizam-se por transmitirem valores, ideologias, crenças, pontos de vista. Não foram poucos os governantes que perceberam o poder da imagem para a manipulação das massas. Porém, devemos considerar TODOS os filmes como produtos e agentes da história.

A televisão massificou ainda mais a imagem em movimento. Até o aparelho de TV modificou nossas relações. As salas tiveram de ser adaptadas para recebê-la. Alguma coisa como os computadores de hoje.

As TVs passaram para o centro da vida das pessoas. Então, nossas casas são inundadas de notícias, comerciais, filmes, músicas, desenhos e muitas outras coisas.

A televisão, portanto, incorporou as contradições da própria sociedade: refletindo os conflitos sociais e moldando a opinião pública. Graças à televisão, a noção de massa, enquanto povo manipulável, mudou. Já não é preciso reunir o povo em praça pública, basta reunir os cidadãos em frente à televisão.

A infância de muitos brasileiros foi marcada pelos desenhos e seriados norte-americanos. E eles sabem “vender” seu país, ao contrário de nós...

Padrões culturais foram e são transmitidos para o mundo todo pela televisão. Por isso, você pode utilizá-la como fonte histórica ou como instrumento de motivação em suas aulas de História. O que devemos ter em mente, como no caso do cinema, é que as produções televisivas também são representações do mundo real, mesmo os documentários e telejornais.

Nessa segunda aula, você vai acompanhar comigo algumas referências à música. Apesar de existir música há muitíssimo tempo, ela passou a ser um bem de consumo de massa no século XX. A música como outras formas de arte foram incorporadas à indústria cultural.

Assim deve ser entendida a música. Mesmo quando pretendia ser rebelde, a música comprometia-se com o sistema. Era mais uma mercadoria. É sempre bom lembrar que nem sempre um produto rotulado como fruto da indústria cultural é ruim. Digo isso, pois vejo, às vezes, há referência à indústria cultural como algo essencialmente negativo.

O SUPORTE DA MÚSICA

Vamos começar pelo começo. Antes de Thomas Edison ter criado o seu fonógrafo, patenteado em 1877, não havia como gravar som algum. As notas musicais datam da Idade Média, mas elas são representações gráficas de sons que formam as músicas.

A possibilidade de reproduzir o som realmente era uma inovação maravilhosa, mas possuía limitações técnicas que impediam que esse instrumento se transformasse, naquela época, em meio de transmissão em massa.

Uma nova “evolução” ocorreu em 1888, quando o gramofone foi inventado. A criação de Emile Berlier utilizava discos, cujos sulcos ficavam de um lado só. A vantagem dessa técnica é que permitia a duplicação e, portanto, a reprodução em série. Estávamos iniciando a era da música produzida em série.

A partir de então, os aperfeiçoamentos técnicos do aparelho e da gravação foram criando a forma que conhecemos, criando o hábito da ouvir música individualmente ou em família, em casa.

A partir da Primeira Guerra Mundial, entra em cena outro aparelho: o rádio, que rapidamente torna-se popular, concorrendo com os fonógrafos. O rádio tinha possibilidades que iam além da música. Não é por acaso que empresas de rádio passaram a controlar produtoras de discos. Isso foi importante para dar competitividade a essas empresas diante do crescente interesse popular pelo cinema.

A Segunda Guerra Mundial teve uma influência sobre a indústria fonográfica quando o conflito no oriente cortou o fornecimento de matéria prima para os discos. A adoção do vinil como suporte aconteceu nesse momento.

Após a guerra, a televisão passa a dominar o centro das atenções das famílias de classe média. Nesse mesmo contexto ocorreu a crescente popularização das fitas magnéticas, que recebeu impulso com o lançamento da fita K7 em 1963. A possibilidade de gravações domésticas revolucionou o mercado de música, inclusive com o surgimento do walkman.

Novas mudanças no mercado surgiram quando o CD foi lançado em 1983 e com o aparecimento dos formatos digitais de gravação de sons, na década de 1990. Hoje, vivemos numa época em que a informática permite a conversão de múltiplos formatos e suportes, alterando os hábitos de consumo da música. Afinal, quem já não baixou uma música da internet?

MÚSICA E SOCIEDADE

A seguir você tem um texto que traz um pouco das relações possíveis entre música e contexto histórico:

“O rock foi o ritmo que permeou todos os movimentos de contestação dos jovens, mas precisamente o rock’n’roll, surgido nos EUA, na década de 1950. Com seu balanço

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