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História Da Filigrana

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Por:   •  30/11/2014  •  Seminário  •  669 Palavras (3 Páginas)  •  195 Visualizações

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filigrana

Técnica de ourivesaria que consiste na combinação de delicados e finíssimos fios de ouro (o material privilegiado) ou prata aplicados sobre placas do mesmo metal, desenhando motivos circulares, espiralados ou em SS. Por vezes, estas peças de ourivesaria são complementadas com a decoração de pedras e esmaltes policromos, ou ainda com a aplicação de minúsculas esferas de ouro.

Após a alquímica operação de derreter o ouro, o metal precioso é vertido numa "rilheira", dando-se-lhe a forma de barra, o que permite a sua utilização nos cilindros do "laminador" e a sua transformação em chapa ou fio grosso. O processo de filigranação do metal prossegue numa "fieira", espessa placa de aço crivada de orifícios sucessivamente decrescentes, repuxando-se os fios até se obter a espessura desejada.

Procede-se depois à junção de dois fios com a mesma espessura e efetua-se a sua torção. Estes fios enrolados são passados novamente pelo cilindro, de modo a se proceder ao seu achatamento. Montada na armação e soldada a teia de fios, a peça de filigrana é "branqueada", para, finalmente, se proceder ao seu areamento e à sua brunição.

A origem desta arte milenar não está seguramente determinada, sabendo-se apenas que a sua prática era conhecida pelos chineses e indianos, bem como pelas civilizações clássicas da bacia do Mediterrâneo, nomeadamente Grécia e Roma. Os Árabes imprimiram uma notável vitalidade a esta forma artística de ourivesaria, concebendo, a partir da extrema maleabilidade e delicadeza dos filamentos, obras de arte que valorizaram esteticamente o desenho da linha.Contudo, quando estes chegaram à Península, a arte da filigrana era já conhecida e trabalhada pelos povos ibéricos. A génese desta arte em Portugal remonta às civilizações pré-romanas que habitaram o nosso território, como o comprova diverso espólio de ourivesaria e joalharia castreja descoberto em estações arqueológicas - nomeadamente três preciosos torques filigranados, provenientes da Póvoa de Lanhoso e em exposição no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga.Durante a Idade Média portuguesa, época em que a cidade italiana de Génova se afirmou como o maior centro europeu de filigrana, esta arte preciosa dos metais decorou algumas das melhores alfaias de culto, como são os cálices românicos de D. Gueda Mendes (1152) e de D. Dulce, em prata e apresentando no nó um admirável trabalho filigranado, ou ainda a soberba Cruz de D. Sancho I, datada de 1214 e oferecida por este monarca ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.No entanto, a moderna arte da filigrana portuguesa evoluiu, essencialmente, a partir de algumas alfaias de culto dos séculos XVII-XVIII, a partir de certos relicários ou cruzes e, igualmente, inspirando-se em peças de joalharia civil, como são as arrecadas ou os brincos. A forma singular da filigrana nacional advém-lhe do seu carácter marcadamente popular, que se vincou ainda mais a partir da segunda metade de Oitocentos.

A área geográfica da filigrana é circunscrita, localizando-se os centros produtores de melhor qualidade nos arredores do Porto - no concelho de Gondomar - e em Braga, no concelho da Póvoa de Lanhoso, particularmente na "aldeia do ouro" de Travassos - contando esta povoação, presentemente, com cerca de vinte pequenas oficinas.Tipologicamente,

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