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História Da Riqueza Do Homem

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Por:   •  22/5/2013  •  6.338 Palavras (26 Páginas)  •  804 Visualizações

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Esse livro é considerado um clássico da história moderna, abrange desde a Idade Média até o nascimento do nazi-fascismo. A história européia em uma visão crítica, pautada no materialismo dialético.

Com capítulos curtos e uma linguagem dinâmica, conseguimos captar e ler rapidamente o que o autor propõe, tornando assim uma leitura prazerosa da economia.

Huberman escreveu este livro magistral, cujo objetivo é explicar a História pelo estudo da teoria econômica e, ao mesmo tempo, explicar a Economia através do estudo da História. Huberman enlaça estas duas áreas do conhecimento humano, conseguindo tornar mais inteligível a aventura do Homem sobre a terra e patente o seu poder de transformar a vida. Essa é a grande lição que permeia o livro, uma obra que, abordando temas profundamente tão complexos, consegue manter um alto nível de transparência, de limpidez e clareza.

Leo Huberman, na História da Riqueza do Homem, observa que a formação da riqueza ao longo da história ocorreu por diversas influências sócio-econômicas. Ele descreveu um dos primeiros grandes movimentos de formação da riqueza no Estado nacional: a concentração econômica. Podemos recordar, com facilidade, do período colonial, quando todo ouro extraído do nosso país (colônia na época) era encaminhado à metrópole, Portugal. São inúmeros os exemplos de centralização econômica, mas o interessante é percebermos que ao longo do tempo o modelo de concentração econômica se transformou, se aperfeiçoou, se modernizou, mas continuou gerando desigualdades crescentes.

As desigualdades sociais e a concentração econômica, estudadas por Hurberman, nos remetem a mais dois desafios: 1) como vamos criar processos de geração de riqueza que sejam menos centralizados e, 2) como evitaremos que esta riqueza gere benefícios acumulados em grande escala para uma parte do planeta, excluindo a outra. O autor fundamenta uma análise histórica e social para ilustrar a transição da riqueza na sociedade através do tempo e dimensionar o comportamento e influências da mesma na economia.

Enredo

DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO - A sociedade feudal consistia dessas três classes - sacerdotes, guerreiros e trabalhadores, sendo que o homem que trabalhava produzia para ambas as outras classes, eclesiástica e militar. Isto era muito claro, pelo menos para uma pessoa que viveu naquela época.

A maioria das terras agrícolas da Europa ocidental estava dividida em área conhecidas como “feudos”. Um feudo consistia apenas de uma aldeia e as várias centenas de acres de terra arável que a circundavam, e nas quais o povo da aldeia trabalhava.

Nas diversas localidades, os feudos variavam de tamanho, organização e relações entre o que os habitavam, mas suas características principais se assemelhavam, de certa forma.

Cada propriedade feudal tinha um senhor.

O senhor feudal vivia (ou visitava, já que freqüentes vezes possuía vários feudos; alguns senhores chegavam mesmo a possuir centenas) com sua família, empregados e funcionários que administravam sua propriedade.

A terra arável era dividida em duas partes, sendo a terça parte do todo, pertencente ao senhor, e a outra ficava em poder dos arrendatários que, então trabalhavam a terra.

Eram essas, portanto, as duas características importantes do sistema feudal. Primeiro, a terra arável era divida em duas partes, uma pertencente ao senhor e cultivada apenas para ele, enquanto a outra era dividida entre muitos arrendatários; segundo, a terra era cultivada não em campos contínuos, tal como hoje, mas pelo sistema de faixas espalhadas. Havia uma terceira característica marcante - o fato de que os arrendatários trabalhavam não só as terras que arrendavam, mas também a propriedade do senhor.

O camponês vivia numa choça do tipo mais miserável, trabalhando longa e arduamente em suas faixas de terra espalhadas. Conseguia arrancar do solo apenas o suficiente para uma vida miserável. Teria vivido melhor, não fora o fato de que, dois ou três dias por semana, tinha que trabalhar a terra do senhor, sem pagamento. A propriedade do senhor tinha que ser arada primeiro, semeada primeiro e ceifada primeiro.

Uma estrada ou uma ponte necessitavam de reparos? Então o camponês devia deixar seu trabalho e atender à nova tarefa. Por pior que fosse o seu tratamento, o servo possuía família e lar e a utilização de alguma terra.

Havia vários graus de servidão: os servos dos domínios, que viviam permanentemente ligados à casa do senhor e trabalhavam em seus campos durante todo o tempo; os camponeses muito pobres, que mantinham pequenos arrendamentos de um hectare, que nem mesmo possuíam um pequeno arrendamento, mas apenas uma cabana; e os vilãos, que eram servos com maiores privilégios pessoais e econômicos. Alguns vilãos eram quase tão abastados como homens livres, e podiam alugar parte da propriedade do senhor, além de seus próprios arrendamentos.

Jamais se pensou em termos de igualdade entre senhor e servo. O servo trabalhava a terra e o senhor manejava o servo.

A organização, no todo, baseava-se num sistema de deveres e obrigações do princípio ao fim. A posse da terra não significava que pudéssemos fazer dela o que nos agradasse, como hoje. A posse implicava deveres que tinham que ser cumpridos, caso contrário, a terra seria tomada.

O senhor do feudo, como o servo, não possuía a terra, mas era, ele próprio, arrendatário de outro senhor, mas acima na escala. O servo, aldeão ou cidadão “arrendava” sua terra do senhor do feudo que, por sua vez, “arrendava” a terra de um conde, que já “arrendara” de um duque que, por seu lado, a “arrendara” ao rei. As pessoas que arrendavam diretamente ao rei, fossem nobres ou cidadãos comuns, eram chamadas “principais arrendatários”.

No período feudal, a terra produzia praticamente todas as mercadorias de que se necessitava e, assim, a terra e apenas a terra era a chave da fortuna do homem.

A Igreja constituía uma organização que se estendeu por todo o mundo cristão, mais poderosa, maior, mais antiga e duradoura que qualquer coroa. Tratava-se de uma era religiosa e a Igreja, sem dúvida, tinha um poder e prestígio espiritual tremendos. Mas, além disso, tinha riqueza, no único sentido que prevalecia na época - em terras.

A Igreja foi a maior proprietária de terras no período feudal. Homens preocupados com a espécie de vida que tinham levado, e desejosos de passar o lado direito de Deus antes de morrer,

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