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Resumo: História Da Riqueza Do Homem

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Por:   •  18/10/2014  •  8.278 Palavras (34 Páginas)  •  1.040 Visualizações

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História da riqueza do homem (Leo Huberman)

Resenha

PARTE 1

Do feudalismo ao capitalismo: Sacerdotes, Guerreiros e Trabalhadores

Leo Huberman inicia seu livro expondo os meios pelos quais se produzia na idade média, por volta do século X e XII. Para tal, o autor descreve em linhas gerais as principais características da sociedade feudal, assim como seu funcionamento. Dessa forma ele destaca que: “A sociedade feudal consistia dessas três classes sacerdotes guerreiros e trabalhadores, sendo que o homem que trabalhava produzia para ambas as outras classes, eclesiástica e militar”. Tal sociedade, como fica evidente, já se estabelecia sobre uma relação de domínio entre seus membros, relação essa que data de muito tempo antes do estabelecimento do regime de feudos.

Quanto ao funcionamento, como nos permite entender o autor, era claramente proveitoso para o proprietário do feudo, para o senhor feudal, enquanto que para o servo, era árduo e fatigante, consumindo toda a sua força. Nessa “convivência”, um terço do feudo era do senhor, sendo o restante do arrendatário. Todavia, a parte pertencente ao dono, tinha que ser de qualquer maneira trabalhada primeiro que as partes dos arrendatários. Tinham-se então três dias dedicados exclusivamente as terras do fidalgo.

É interessante destacar uma questão com relação às pessoas que arrendavam as terras. Não eram sempre essas mesmas pessoas que efetivamente cultivavam o solo. Com o aumento da divisão do trabalho e o acumulo de riquezas em diferentes níveis por parte de alguns, ocorreu que determinadas pessoas arrendavam a terra e colocavam os servos propriamente ditos para nela produzirem, enquanto que os primeiros assumiam uma função mais administrativa. Como coloca Huberman, “Havia vários graus de servidão”.

Na estrutura hierárquica estabelecida entre esses graus a igreja católica tem, de modo geral, uma relevante importância. Esta instituição chegou a deter até metade das terras da Europa ocidental. Tal situação era refletida no poder que a igreja demandava na idade média. Os documentos do Monastério, atualmente depositados no Louvre, revelam que a igreja daquele período, representava de fato um grande senhor de feudos. Huberman a descreve em poucas linhas da seguinte forma:

a Igreja constituía uma organização que se estendeu por todo o mundo cristão, mais poderosa, maior, mais antiga e duradoura que qualquer coroa. Tratava-se de uma era religiosa e a Igreja, sem dúvida, tinha um poder e prestígio espiritual tremendos. Mas, além disso, tinha riqueza, no único sentido que prevalecia na época- em terras (1981, p. 15)

Com tamanha força “econômica”, é natural que se torne confuso em seu seio a devida distinção entre as questões puramente divinas, espirituais, e aquelas ligadas diretamente as suas posses terrenas. A igreja iniciava então, o processo que a levou a se tornar hoje a grande indústria que conhecemos.

Ressaltamos, que, o sustendo direto dessa classe de senhores feudais (mais organizados economicamente que outros) provinha daqueles mais ao pé da hierarquia, e que, em conseqüência, eram também os mais explorados, inclusive pela própria igreja. Leo Huberman descreve o quanto tal instituição tirava daqueles miseráveis medievais menos desprovidos. Ele escreve: “agricultores e camponeses eram obrigados a entregar não apenas um décimo exato de toda sua produção... Cobravam-se dízimos de lã até mesmo da penugem dos gansos”. Percebe-se então que na organização feudal da idade média existiam vários graus hierárquicos, entretanto dois desses, realmente mantinham o controle sobre os demais, quais sejam, porção composta pelos grandes reis e a outra pelo clero. Vale destacar, todavia, que algumas organizações internas da igreja católica ousavam até ameaçar o trono de poderosos reis franceses, como foi o caso dos Templários, ordem cavalheiresca patrocinada pela igreja católica, que se auto-intitulava o exército de Cristo. (HENRY LINCOLN, XXXX)

CAPÍTULO II

Entra em cena o comerciante

No período em questão o comércio estava iniciando seu desenvolvimento. Por esse motivo, a compra e venda de mercadorias era bastante diferente da forma que conhecemos hoje. Isso se dava pelo fato, segundo o autor, de ausência de necessidade em adquirir muitos objetos. O mesmo autor argumenta que tudo que era necessário ao consumo do feudo era produzido dentro do próprio feudo. Entretanto, por circunstancias adversas, havia a possibilidade de alguém não ter lã suficiente para produzir os agasalhos que precisa. Daí então, buscava-se suprir essa carência de alguém que tivesse um pouco a mais do que o suficiente para seu agasalho.

Assim, Leo Huberman afirma que “nos primórdios da sociedade feudal, a vida econômica decorria sem muita utilização de capital. Era uma economia de consumo, em que cada aldeia feudal era pratica- mente auto-suficiente”. Além da pouca necessidade para o estabelecimento de um comércio, havia outro problema, as condições de infra-estrutura, de suporte a uma atividade mais intensa de comércio, eram praticamente nulas. Os acessos eram ruins, e apesar disso o proprietário da terra pela qual cruzava esse péssimo caminho, cobrava altas taxas pelo uso daquele caminho.

Tal situação desfavorece a circulação de capital. Como já descrito acima, a principal riqueza da época era a posse de terras, entretanto, os senhores feudais assim como os clérigos senhores feudais, tinha acumulações de em ouro ou moedas da época. O problema era como investir, como fazer esse capital circular. Ou seja, esta é uma situação completamente adversa da atual, onde os capitais estão em constante fluxo sob ânsia do proprietário em aumentar esse referido capital.

Vale ressaltar, entretanto que, no período feudal tratado pelo autor, quem mais encheu seus cofres foi a igreja católica. Tal se realizou por meio das cruzadas, entre outros meios usados para usurpar as propriedades, seja do arrendatário mais simples, seja do rei.

A passos vagarosamente, entretanto, esse aspecto de economia parada e segmentada de feudo em feudo foi se modificando. A descoberta de algumas regiões possuidoras de artigos de uso e consumo já mais encontrado em outra parte do mundo favoreceu a paulatina intensificação da troca de produtos. Daí então surge as feiras e mercados. Os produtos anteriormente trocados por outros, conforme se entendesse que estes se equivaliam, passou a dar lugar ao trabalho de venda mais fixo. A partir de então ganha destaque os grandes centros comerciais da Europa como Veneza, Troyes,

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