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História de aprendizagem: erros, conquistas e perdas

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Por:   •  22/12/2014  •  Artigo  •  1.448 Palavras (6 Páginas)  •  485 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

Departamento de Educação – Campus II – Alagoinhas - 2º Semestre

Discente: Rômulo Boaventura Sales

Docente: Eliane Brito

Disciplina: Laboratório de Ensino de História II: Ensino e Pesquisa

Ensino de História: errâncias, conquistas e perdas

O ensino de Historia na educação básica brasileira foi objeto de intenso debate, lutas políticas e teóricas no contexto de resistências a política educacional da ditadura civil-militar brasileira (1964-1984). Isso significou refletir sobre o estado do conhecimento histórico e do debate pedagógico, bem como combater a disciplina “Estudos Sociais” e a desvalorização da Historia, os currículos fragmentados, a formação de professores em Licenciaturas Curtas e os conteúdos dos livros didáticos difundidos naquele momento, processo articulado as lutas contra as políticas de precarização da profissão docente. O encerramento daquela experiência ditatorial não significa a inexistência de novas e velhas dificuldades a serem enfrentadas no cotidiano do ensino de Historia.

Algumas tendências nesse campo específico se fortaleceram a partir daquela conjuntura e de sua superação em termos políticos gerais. O crescimento da indústria editorial e das escolas privadas, nos vários níveis de ensino, simultaneamente ao recuo de sindicatos e outras entidades associativas, marcam certa inflexão do debate das políticas educacionais para o ensino de Historia desde a década de 1990, com a perda ou o recuo de lutas coletivas.

Ao mesmo tempo, cresceu a pesquisa cientifica cujo objeto de estudo e o ensino e a aprendizagem de Historia; passou-se a valorizar, cada vez mais, a cultura escolar, os saberes e as práticas educativas, desenvolvidos em diferentes lugares por docentes e outros atores do processo educativo. Essa foi uma conquista importante porque reafirmou, entre nós, a concepção de que ensinar História não e apenas repetir, reproduzir conhecimentos eruditos produzidos noutros espaços: existe também uma produção escolar. As culturas escolares, dotadas de especificidades, mantém laços, diálogos permanentes com outros espaços culturais, desde a formação dos professores nas universidades, passando pela produção erudita continuada (artigos, livros, exposições) e pela divulgação (livros didáticos, cursos) elaborada a partir desses mesmos espaços.

A produção acadêmica e as publicações sobre ensino de Historia se ampliaram,assim como muitas problematizações relevantes sobre Ensino de História, por diferentes agentes e instituições, procurando responder a questões emergentes nesse campo de analise.

Objetivamos, nos limites deste espaço textual, refletir criticamente sobre o lugar, o papel, os objetivos e a importância da História na educação básica, mais especificamente, no ensino fundamental. Na construção da análise, trataremos de novos e velhos temas, percursos e documentos, sugestões curriculares e produções textuais, frutos de políticas públicas, movimentos sociais e experiências de ensino e pesquisa. É importante enfrentarmos, neste debate, alguns fetiches que passaram a marcar o debate sobre Ensino de História nas últimas três décadas:

1. O fetiche dos “Novos objetos”, inspirado na Nova Historia francesa:

a inovação derivaria de explorar temas nunca dantes navegados (fósforos queimados, fraldas descartáveis, calos nas cordas vocais...). Sem problematizações, esse fetiche conduz a um ensino sobre eventuais exotismos e a perda de questões gerais de conhecimento histórico.

2. O fetiche do dernier cri (ultima palavra ou moda mais recente), aparentado ao anterior, com leve variação de fonte inspiradora – autores ingleses, norte americanos, italianos, poloneses... Já foi Historia dos vencidos, Historia da vida privada... A novidade do argumento surge como um bem em si, sem reflexão sobre sua efetiva importância. E aqueles campos de saber correm o risco de descarte quando não são mais novidades: a velhice da Nova Historia...

3. O fetiche da cultura escolar isolada de outras culturas (universitária, industrial, não escolar, tradicões populares). A escola se vê reduzida a uma ilha fora da Historia.

4. O fetiche da Academia como único lugar do saber: ele tem como consequência a desqualificação de professores e alunos da escola fundamental e media, mais a sociedade inclusiva.

A história da disciplina História, na educação escolar no Brasil, tem sido objeto de vários estudos, tanto no âmbito das pesquisas e publicações acadêmicas, como no da produção de diretrizes curriculares, livros didáticos e paradidáticos, de programas e projetos de formação de professores. Análises da produção, na área do ensino e da aprendizagem, evidenciam preocupações recorrentes com o papel da História como disciplina escolar; os currículos, critérios/modos de organização e seleção curricular; livros didáticos e paradidáticos; metodologias e práticas de ensino consideradas adequadas, críticas ou formativas.

Em diferentes contextos da historia do Brasil, é possível dimensionar a preocupação do Estado com a institucionalização de currículos e programas de

História para a educação básica. No caso especifico da disciplina História. A partir do século XIX, identificam-se dezoito programas de Ensino relativos ás reformas curriculares entre os anos de 1841 e 1951. Esses programas foram organizados pelo Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, de acordo com as diretrizes das varias reformas curriculares ocorridas naquele período.

Ao revisitar a problemática da disciplina na historia dos últimos anos do século XX e da primeira década do século XXI, outro movimento relevante merece ser registrado e analisado: as demandas

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