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História do Brasil II Maria Odila

Por:   •  9/6/2020  •  Resenha  •  1.600 Palavras (7 Páginas)  •  215 Visualizações

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História do Brasil II – Textos: A interiorização da metrópole e outros estudos (Maria Odila), O Primeiro Reinado em revisão (Gladys Ribeiro e Vantuil Pereira), A Cabanagem, a Terra, os Rios e os Homens na Amazônia (Magda Ricci)

        O primeiro capítulo de interiorização da metrópole de Maria Odila trata da não formação do Estado Nacional brasileiro durante a Independência e da busca por desvincular a figura de uma luta entre metrópole x colônia do processo de Independência a partir da análise da Independência brasileira.

        Para cumprir tal objetivo, a autora busca dialogar com as ideias de independência de Caio Prado e Sérgio Buarque e também discute o processo de formação da identidade do povo brasileiro, além de refletir sobre a questão da continuidade do processo de transição da colônia para o Império.

        Inicialmente, ela discute como a ideia da independência do Brasil para Caio Prado tem a ver com a falta de nexo moral do “povo brasileiro”, ou seja, a falta de ligação entre o “povo do Brasil”, e indo ainda mais adiante, a falta de uma consciência e uma identidade nacional, o que contribui para que o processo de independência que atingiu seu ápice em 1822 não tenha como resultado a formação de um Estado Nacional, processo esse que, segundo Caio Prado, só estaria completo em 1850. Essa ausência de nexo moral contribui para a instabilidade pela qual passa o Império no período do Primeiro Reinado e das Regências, já que nesse momento não existe apenas um Brasil, mas diversos brasis que possuem contradições e conflitos sociais entre si, existem, nesse momento, no Brasil pessoas que se identificam com seu local e como súditos da Coroa, não existe um povo brasileiro.

        Já Sérgio Buarque, diminui o papel de Dom Pedro na Independência e dá importância ao ano de 1808 (A chegada da Família Real ao Brasil). Para ele, a chegada de Dom João começa a traçar as perspectivas de luta no Império entre o Norte e o Centro-Sul já na disputa entre Salvador e Rio de Janeiro para acolher Dom João. Esse processo se acentua ao longo da estada da Família Real com as altas taxações sobre o Norte com a justificativa de custear a guerra contra Napoleão.

        Partindo dessa perspectiva, Maria Odila debate como esse processo de hostilidade entre o Norte e o Centro-Sul contribui para a quebra do mito Soriano ( a Metrópole como grande centro opressor), já que desde a chegada dos Bragança na Colônia, o Centro-Sul passa a agir como a Metrópole das províncias do Norte, interiorizando na Colônia a ideia de um centro de poder (uma Metrópole) e dando continuidade no Império ao processo iniciado 300 anos antes por Portugal de colonização brasileira através das permanências nas estruturas políticas, administrativas, econômicas e sociais.

        Os ilustrados trabalhados no capítulo 2 não possuem uma noção de ruptura com a Metrópole, já que foi a própria Coroa Portuguesa que patrocinou os seus estudos, demarcando assim uma ideia de continuidade. O que esses pensadores buscam, na verdade, é um processo de reformulação na relação entre Metrópole e Colônia, mas não uma revolução. Em sua visão, o Brasil deve ser um continuador da cultura europeia nos trópicos.

        O segundo texto, “O primeiro reinado em revisão” de Gladys Ribeiro e Vantuil Pereira, trabalha o primeiro reinado a partir da ótica da construção do edifício legal do Império, para isso, os autores dividem o primeiro reinado em 3 ciclos, utilizando como critério para esses ciclos as tensões populares: o primeiro ciclo vai de 1820 a 1826, anos representativos da Revolução do Porto e da abertura do Parlamento brasileiro, respectivamente; O segundo ciclo indo da abertura do Parlamento à Abdicação de Dom Pedro I, em 1831 e o terceiro ciclo se estende até 1837 com o regresso do Estado Conservador brasileiro, para os autores, as regências ainda fariam parte do Primeiro Reinado.

        No caso desse texto, os autores focam principalmente nos dois primeiros ciclos, na influência das ruas nas decisões do Império brasileiro e em como foi o processo de formação das informações que levaram vários segmentos da sociedade à luta.

        O primeiro ciclo, para os autores, seria baseado nas ideias de liberdade associada ao constitucionalismo, influenciadas pela queda do absolutismo na Revolução do Porto e a repercussão das ideias constitucionais nas comunidades populares a partir dos espaços de sociabilidade dessas, portanto os populares estiveram o tempo todo pensando as discussões travadas na Câmara de Portugal, inicialmente, e depois na Assembleia brasileira, sobre a questão da cidadania, as formas de governo e o futuro da nação.

         Junto à isso, há a questão da busca da ala conservadora do parlamento português por redesenhar o papel do Brasil no Reino, ou seja, a busca por tornar Lisboa o único centro de poder do Império Português, ao invés dos dois centros que existiam à época (Lisboa e Rio de Janeiro), por isso a disputa com a classe dominante do atual Sudeste pela autonomia política do Brasil.

        O segundo ciclo seria representado pela busca da Soberana nacional e as tensões geradas nas ruas a partir exatamente da já menciona busca da população menos favorecida por liberdade enquanto forma de autonomia e participação e, no Congresso, pela disputa entre o Imperador e os deputados por causa da Guerra da Cisplatina, do Tratado de Paz e Amizade com Portugal e do Tratado Brasil- Inglaterra, decisões de Dom Pedro que irritaram os deputados e senadores por desfavorecerem o Império brasileiro.

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