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IMPÉRIO BIZANTINO - ONZE SÉCULOS DE PROSPERIDADE

Por:   •  7/5/2018  •  Artigo  •  2.406 Palavras (10 Páginas)  •  160 Visualizações

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 IMPÉRIO BIZANTINO - ONZE SÉCULOS DE PROSPERIDADE

                                                                                   Thiago do Nascimento Andries

                                                                          Universidade do Estado de Mato Grosso

                                                                          Campus Universitário Jane Vanini

                                                                          Curso de Licenciatura em História

RESUMO

Bizâncio era uma antiga polis grega, às margens do Bósforo, um estreito que liga o mar Negro ao mar de Mármara e marca o limite dos continentes asiático e europeu na Turquia. Essa polis teve uma grande importância durante a Antiguidade e Idade Média, quando o Imperador Constantino, o Grande (306-37), herdou a parte oriental do Império Romano, no qual, restabeleceu como a nova capital imperial, rebatizando-a como Constantinopla, em sua própria homenagem. Do ponto de vista estratégico e geográfico, esta cidade era importante em função de sua localização na entrada do Mar Negro e sua ligação entre a Europa e a Ásia. Através de um dos imperadores mais importantes dessa trajetória, Justiano I (527-65), Bizâncio recebeu novas transformações da ordem romana, criando uma nova identidade, o qual passou a se referir como Império Bizantino. Durante mil anos e pelo comando de diversos Imperadores, originário de uma mistura de influências romanas, gregas e orientais, o Império Bizantino foi marcado pelas grandes construções, por uma civilização com características originais, cujas maiores contribuições situaram-se no campo da arte e da cultura. Como os antigos gregos e romanos, os bizantinos consideravam-se os únicos habitantes do mundo civilizado, rotulando de bárbaros todos os que não partilhavam de sua cultura.

Palavras-chave: Império Romano do oriente, Bizâncio, Império Bizantino, Idade Média, Constantinopla, cristianismo, ortodoxo e dinastia.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo tem por finalidade compreender a importância do Império Romano do Oriente durante a Idade Média, ressaltando os aspectos socioeconômicos, políticos-administrativos e culturais. Além disso, fazer o leitor compreender que durante toda a trajetória imperial, foi um importante centro comercial, marcado por grandes construções e uma forte crença cristã que procurou dar uma unidade ao cristianismo, facilitando a monarquia. O artigo mostra também que, este império conseguiu atravessar toda a Idade Média como um dos Estados mais fortes e poderosos do mundo mediterrâneo. Entretanto, com o enfrentamento de revoltas internas, tentativas de invasão e a migração de povos germanos e hunos, o império não resistiu, fragmentando-se em reinos independentes.

2 – DESENVOLVIMENTO

Com uma multiplicidade de povos, raças, línguas e credos se instalando sob suas fronteiras, criou-se um processo de expansão e retrocesso alterando constantemente a feição do império. Constantinopla se pretendia a capital de um império greco-cristão, porém apenas uma pequena parcela da população era constituída por gregos. Para ser “bizantino” não implicava em ter a nacionalidade, pois bastavam os estrangeiros falarem grego e serem ortodoxos para serem considerados “romanos de origem”. Podemos sintetizar a sociedade do Império Bizantino sendo rigidamente hierarquizada e aristocrática, marcadas por diferentes grupos sociais como: elite – composta por grandes comerciantes; donos de oficinas manufatureiras, banqueiros, alto clero e funcionários destacados; classe remediada – formada por artesãos, pequenos comerciantes; - trabalhadores pobres – maioria da população, composta dos trabalhadores das manufaturas, os servos dos latifúndios e os escravos.   Não se pode deixar de destacar que a civilização bizantina era profundamente influenciada da fé cristã, pois a religião ocupava um lugar de destaque na vida da população do império, em especial, de sua capital, Constantinopla. A Igreja exercia papel de legitimação do poder do rei que por sua vez trabalhava para que a doutrina fosse mantida. Para se ter uma ideia do poder da religião, até os problemas políticos ou sociais que aparecessem tomavam feições religiosas.

A organização política do Império Bizantino está caracterizada pela Monarquia hereditária, teocrática e cesaropapista. O governo foi extremamente centralizador e intervencionista. Havia um controle rígido do Imperador sobre a Igreja, exército, corte, administração, sistema fiscal e econômico. O imperador era eleito pelo Senado, pelo Exército e pelo povo de Constantinopla. Entretanto, como não havia uma regra de sucessão definida, o imperador ainda vivo, coroava seu sucessor, para que ele não fosse contestado futuramente. Dessa forma, explicitamente o imperador era soberano nas decisões, e constitucionalmente os eleitores deveriam aclamar. Seu centro político foi Constantinopla, pois comandava uma vasta região e muitos povos. Durante mais de mil anos de império e em torno de 16 dinastias, iniciando da dinastia constantiniana (306-337) até a dinastia paleóloga (1261-1453), cabe destacar a dinastia justiniana. Em 527, o Império de Justiniano I foi o que mais se destacou sendo conhecido como Império de Ouro. Para ter uma melhor governabilidade, Justiniano aprimorou as leis do Império Bizantino e assim fez surgir o Corpus Júris Civilis, que foi marcado pelo Código Justiniano, no qual, recodificou todas as leis romanas. Além disso, resgatou territórios para o Império Romano, destacou-se nas construções do Hipódromo (centro da vida pública) e da Igreja Hagia Sofia, no qual revitalizou o poder em Deus, tornando Constantinopla a capital do Mundo Cristão.  Os objetivos de Justiniano eram unir o Oriente com o Ocidente por meio da religião, para tanto se fazia necessário vencer e superar as diferenças doutrinárias e acabar com o paganismo. Para a realização de um desenvolvimento arquitetônico e cultural se fez necessário o aumento de impostos, o que desagradou grande parte da população, causando o caos, resultando em uma cidade em cinzas. No Hipódromo de Constantinopla, por uma discussão de qual cavalo havia ganhado a corrida, na qual, "Nika" era o cavalo pelo qual a população torcia, e que chegara quase que empatado com outro concorrente, o do time do Imperador. Consultado para resolver o dilema, Justiniano declarou que o vencedor era o seu cavalo. A plebe, enfurecida, se rebelou e começou uma discussão entre as várias classes sociais, o qual ficou conhecida com revolução de Nika. Como consequência desse fato, foi incendiada quase por completo a Igreja Santa Sofia, o Palácio Imperial com grandes devastações e uma cidade em cinzas. Entretanto a revolta não se deu pelo motivo da discussão de qual cavalo ganhou. A fome, a falta de moradia, um regime autoritário e, sobretudo, os altos impostos foram os maiores motivos de revolta da população. Desse cenário houve muitas mortes tanto do lado do Imperador quanto da população, na qual, teve a maior perda, sendo degoladas quase trinta mil pessoas em pleno hipódromo. Além disso, os adversários do Imperador foram praticamente todos mortos, como descreve AGNOLD (2002, p.33):

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