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Islã - O Mudo Arabe

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Por:   •  17/3/2015  •  3.244 Palavras (13 Páginas)  •  148 Visualizações

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Trabalho de Historia

Tema: Islã – O mundo Árabe.

Islã – O mundo Árabe

Povos Sunitas x Povos Xiitas

Geralmente, muito se fala sobre a contenda entre os xiitas e sunitas, mas poucos ainda conseguem distinguir que tipo de diferenciação é essa. Para tanto, devemos voltar os olhos para o processo de formação da religião muçulmana e a expansão do mundo árabe. Por volta do século VII, logo após a disseminação do islamismo na Península Arábica, os convertidos a essa nova religião organizaram investidas militares que deveriam empreender a conversão religiosa de outros povos estrangeiros. Também conhecida como jihad, essa ação tomada pelos árabes islâmicos possibilitou a conquista de um vasto território que, com passar do tempo, se estendeu por regiões da Ásia, do Norte da África e da Península Ibérica.

A partir de então, o poderio sobre as ricas terras conquistadas com o processo de avanço da crença muçulmana estabeleceu uma contenda política sobre quem deveria de fato prosseguir controlando as regiões subordinadas ao comando árabe-islâmico. Sem dúvida, o crescimento da comunidade islâmica contribuiu fortemente para que novos grupos políticos aparecessem. Foi por meio de tal disputa que os sunitas e xiitas passaram a ganhar terreno como os dois principais partidos políticos do mundo árabe.

Partindo de uma noção de viés religioso, os sunitas adotam a Suna – livro que conta a trajetória do profeta Maomé – como referencial na resolução das questões não muito bem esclarecidas pelo Alcorão. Seguindo tal livro sagrado, os sunitas somente reconhecem a ascensão dos líderes religiosos que fossem diretamente escolhidos pela população islâmica. Ao todo, os sunitas representam cerca de 80% da comunidade islâmica espalhada pelo mundo.

Tomando outras justificativas, o grupo xiita prefere uma interpretação mais rígida do Alcorão e não reconhece os conselhos e exemplos provenientes de qualquer outro livro. De acordo com os xiitas, o mundo islâmico deve ser politicamente controlado por membros diretos da família do profeta Maomé. A justificativa apresentada para tal opção se baseia na crença de que somente os descendentes da casa de Maomé teriam a sabedoria necessária para conduzir os fiéis.

Apesar das divergências políticas apresentadas, os árabes muçulmanos conseguiram propagar a sua crença para diversas civilizações espalhadas pelo mundo. Segundo indica algumas pesquisas, oislamismo é uma das religiões que mais crescem ao redor do mundo. Atualmente, o grupo político xiita é comumente associado aos pequenos grupos terroristas que mancham a reputação do mundo árabe. Contudo, tais alas radicais não refletem as posições políticas e religiosas de grande parte da comunidade muçulmana.

• Alcorão

Alcorão ou Corão é o livro sagrado do Islã. Os muçulmanos creem que o Alcorão é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé (Muhammad) ao longo de um período de vinte e três anos. A palavra Alcorão deriva do verbo árabe que significa declamar ou recitar; Alcorão é, portanto uma "recitação" ou algo que deve ser recitado. Os muçulmanos podem-se referir ao Alcorão usando um título que denota respeito, como Al-Karim ("o Nobre") ou Al-Azim ("o Magnífico").

É um dos livros mais lidos e publicados no mundo. É prática generalizada nas sociedades muçulmanas que o Alcorão não seja vendido, mas sim dado.

O Alcorão está organizado em 114 capítulos, denominados suras, divididas em livros, seções, partes e versículos. Considera-se que 92 capítulos foram revelados ao profeta Maomé em Meca, e 22 em Medina. Os capítulos estão dispostos aproximadamente de acordo com o seu tamanho e não de acordo com a ordem cronológica da revelação.

Cada sura pode por sua vez ser subdividida em versículos. O número de versículos é de 6536 ou 6600, conforme a forma de contá-los.

A sura maior é a segunda, com 286 versículos; os suros menores possuem apenas três versículos.

Os capítulos são tradicionalmente identificados mais pelos nomes do que pelos números. Estes receberam nomes de palavras distintivas ou de palavras que surgem no inicío do texto, como por exemplo,A Vaca, A Abelha, O Figo ou A Aurora. Contudo, não se deve pensar que o conteúdo da sura esteja de alguma forma relacionada com o título do capítulo.

Tendo como objetivo a recitação o Alcorão, pode também ser dividido em partes de igual tamanho (7, 30 ou 60), que tem como objetivo a leitura conforme as possibilidades de cada pessoa. A divisão do Alcorão em 60 dias é a mais habitual, sendo utilizada no ensino. Cada divisão em sete partes recebe o nome de manzil e em trinta o nomes de jus. As frações são também divididas em meios, quartos e oitavos.

O Alcorão não foi estruturado como um livro durante parte da vida de Maomé. À medida que o profeta recebia as revelações, ele solicitava a jovens letrados que integravam a sua comitiva que transcrevessem os textos. O chefe desta equipe de secretários, que surgiu de forma institucionalizada após a Hégira, em Meca, foi Zayd ibn Thabit.

O texto foi preservado em materiais dispersos tão variados como folhas de tamareira, pedaços de pergaminho, omoplatas de camelos, pedras e também na memória dos primeiros seguidores. Durante as noites do Ramadão, Maomé recapitulava as revelações, numa conferência onde estavam presentes os logógrafos (escritores profissionais) e os hafiz, ou seja, pessoas que conheciam passagens de memória (que escutaram nas prédicas do profeta).

Após a morte de Maomé em 632 iniciou-se o processo de recolhimento dos vários extratos.

Para alguns, o Alcorão teria sido reunido na sua forma atual sob a direção do califaAbu Bakr nos dois anos que se seguiram à morte de Muhammad; outros defendem que foi o califa Omar o primeiro a compilar o Alcorão. Considera-se que a verdade está a meio termo: Abu Bakr foi aconselhado por Omar a compilar um primeiro manuscrito, auxiliado na tarefa por logógrafos e por dois hafiz.

Consta que os Primeiros Alcorões escritos no mundo estão em três diferentes museus, sendo destes um no Iraque, outro no Cairo e o último no Uzbesquistão. Para os Muçulmanos, isso é a maior prova de que o Alcorão nunca foi modificado em sua existência.

Somente em 1694 uma versão completa do Alcorão foi publicada no Ocidente, na cidade de Hamburgo, por Abraham Hinckelmann, um estudioso não muçulmano.

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