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João Candido: O negro que desafiou a marinha branca

Por:   •  6/12/2018  •  Artigo  •  914 Palavras (4 Páginas)  •  134 Visualizações

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JOÃO CANDIDO: O ALMIRANTE NEGRO QUE ENFRENTOU A MARINHA BRANCA.

 

 

Para compreender as relações de trabalho no Brasil é preciso voltar na construção social da colonização brasileira, como também, entender seu processo de independência. A base das relações sociais estabelecidas dentro no Brasil Colônia é baseada no sistema escravista, onde a utilização da mão-de-obra escrava negra era forte e base também do sistema econômico brasileiro.

O negro estava em todos os lugares da sociedade colonial, contudo, ocupando espaços de inferioridade, aos homens negros era dado o espaço de trabalho pesado nas lavouras e como toda atividade de produção pesada, as mulheres negras eram dadas os trabalhos domésticos que envolvia também todo cuidado da família do seu senhor branco, como também assumia os trabalhos pesados junto ao homem negro na lavoura. Ângela Davis no livro “Mulheres Raça e Classe” classifica as colonizações nas américas como uma metodologia ao estrupo, fato esse que levou as consequências do povo negro nesse continente.

Ao processo de mudança das estruturas econômicas e políticas brasileiras não muda as relações sociais de subordinação do negro ao branco, mesmo obtendo sua liberdade perante o estado brasileiro, o povo negro ainda continuou com papel forte de subordinação das relações de trabalho. Assim, começa as questões da “Revolta da Chibata”, entender essa revolta é compreender o papel das forças armadas nesse contexto, ligados fortemente pela marinha, seguido pelo papel de colonizador da “Ilha de Vera Cruz”, e isso estabelece um forte elo entre marinha e armada.

As forças armadas eram fortemente organizadas e compostas por homens da elite, homens brancos que estavam na organização de toda estrutura, mesmo depois do processo de libertação do povo negro, as organizações das forças armadas reproduziam fortemente as relações do sistema escravista, onde homens brancos e da elite estavam na organização e controle das forças e os negros ocupando o papel de submissos aos trabalhos de inferioridade nas forças.

João Candido, um almirante negro, carregou para sua imagem coordenador do processo de levante dos marinheiros negros que estavam abordo dos navios, é importante ressaltar que as relações de classes se estabelecem dentro de um contexto que o papel do negro é de submisso ao branco, assim, muito do movimento negro no Brasil é colocado aos tapetes da historiografia brasileira, não apenas por modo consciente, mas a reformulação dos heróis brasileiros tem que ir de encontro ao reflexo da elite dominante, nesse contexto as representações de “heróis” que por inúmeras vezes constituídos para estabelecer uma construção de imaginário identitária, vem para construir também um ideal de sociedade, marginalizando aqueles que desagradam aos olhos de quem ocupa um papel hegemônico na sociedade.

A revolta dos almirantes negros, vem decorrente de algumas questões importantes, com a reprodução das relações do sistema escravista dentro dos navios da esquadra brasileira, os almirantes negros foram submetidos as punições igual de negros pertencentes a algum senhor de engenho, como chibatada e palmatoria, realocado também dentro das solitárias dentro dos navios, como forma de atribuir um processor disciplinar aos negros. Contudo é importe ressaltar que existia uma grande revolta dentro dos navios, revoltas que estavam baseadas em um serviço praticamente escravo, que não existia uma forma de pagamento justa, sem qualquer qualidade de convívio dentro desses espaços, além do processo de recrutamento ser estabelecidos pela força, como forma de manter uma disciplina dentro desses espaços era grande a reprodução da violência contra os negros.

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