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Marieta de Moraes Ferreira. O lado escuro da força. A ditadura militar e o curso de história da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (FNFi/UB). In: História da historiografia. Ouro Preto. N. 11. Abril. 2013.

Por:   •  26/4/2015  •  Resenha  •  1.560 Palavras (7 Páginas)  •  659 Visualizações

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Aluno: Lorrans Costa de Azerdo.

Marieta de Moraes  Ferreira. O lado escuro da força. A ditadura militar e o curso de história da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (FNFi/UB). In: História da historiografia. Ouro Preto. N. 11. Abril. 2013.

        Marieta de Moraes  Ferreira, professora do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro-IFCS/UFRJ (desde1988), editora da Revista Estudos Históricos - CPDOC (desde 1993) e pesquisadora associada do CPDOC, tem como sua área de pesquisa a História do Brasil República, Historiografia, História oral e História Política.

        Ferreira escreve este artigo com proposta de analisar os últimos anos de existência do curso de história da FNFi/UB (1958 - 1968). A autora tem interesse de reviver os embates políticos ocorridos para melhor entender os processos ocorridos com o campo disciplinar e seu processo de profissionalização, numa época de muitas transformações.

        Utilizando diversas fontes para desenvolver discussões a respeito dos problemas que caracterizavam as memórias dos acontecimentos traumáticos e a história do tempo presente. Para que isso acontecesse a autora consultou fontes como depoimentos orais, jornais, documentos da FNFi e arquivos policiais.

        Na introdução do seu artigos, Ferreira, leva o leitor a se situar nas questões recentes sobre as dificuldades, mais recentes, sobre a disciplina de História, formação de seus profissionais e o campo de atuação de um historiador, mas ela vai além, confrontando essas questões com outras, como: as demandas sociais e o dever de memória. E ainda abre uma outra discussão sobre a disciplina de História e a carreira de historiador e, também, confronta com a ideia de memória.

        Termina esses confrontos de ideias com a discussão a respeito da regulamentação da profissão de historiador, segundo o projeto de lei n° 368/09. Destacando dois grupos: os que são contra toda e qualquer regulação profissional, e os que se opõem especificamente à criação da profissão de historiador.

        Antes de discursar sobre a proposta do artigo, de analisar os últimos anos da existência do curso de história da FNFi/Ub, a  autora ainda vem contando sobre as diferenças dos primeiros cursos de histórias e o que acontece na sua atualidade.

        Este artigo também analisa as lutas políticas e a repressão que atingiu professores da FNFi. Tendo em vista produzir uma análise que possa garantir as regras de cientificidade dessa história sensível.

        Através do próprio acervo, a FNFi forneceu material que auxiliou para saber sobre as estruturas do curso oferecido e a grade curriculares. Os boletins do Centro de Estudos de História foram importantes para se mapear os conflitos políticos e historiográficos em pauta no curso de história, para os anos de 1958 - 1963. E para complementar a pesquisa foram utilizados matérias de alguns jornais do Rio de Janeiro, O Globo, Jornal do Brasil e O Jornal.

        A Faculdade Nacional de Filosofia, criada em 1938, vinculado à Universidade do Brasil, tinha como objetivos a consolidação de uma universidade padrão, servindo de modelo para as futuras universidades que viesse a surgir, e preparar candidatos ao magistério do ensino secundário e normal. Organizada em quatro seções fundamentais: de Filosofia, de Ciência, de Letras e de Pedagogia. História e geografia, entre outros cursos, estavam ligados à Seção de Ciências.

        Após o termino do regime Vagas a FNFi passou por algumas transformações, tanto no ponto de vista de ensino e pesquisa quanto administrativa e financeira. Logo em 1946, a FNFi passou a ser organizada em departamentos: Filosofia, Matemática, Física, Química, História Natural, História e Geografia, Ciências Sociais, Letras e Pedagogia. A partir dos anos de 1950, o curso de História ganha um lugar de maior destaque na Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1955 ocorreu a separação do curso de história e geografia em dois departamentos distintos.

        Os anos 1950 foram marcado por uma radicalização dos movimentos sociais de direita e esquerda. A virada de década também foi marcada por essa polarização política no pais. Esses temas eram muito debatidos na FNFi, destacando-se o curso de história. Este no qual, a cadeira de história do Brasil, ocupada por Hélio Vianna, tinha uma postura conservadora, onde não havia nenhum incentivo à pesquisa, nem com fontes ou com bibliografia.

        Essa falta de estímulos à pesquisas fez, segunda a autora, que os alunos se identificassem com as ideias esquerdistas. Desejando um curso que incorporasse a produção do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb). O ingresso do Partido Comunista no meio estudantil fez com que surgissem críticas e instigaram a aproximação com as ideias de esquerda.

        "O posicionamento defendido pelos estudantes engajados nas lutas sociais do presente e comprometidos com a necessidade de compreensão do mundo contemporâneo a partir de uma perspectiva brasileira conduzia a uma postura segundo a qual história deveria se envolver com os problemas da atualidade, e o conhecimento histórico deveria apresentar explicações e possíveis soluções (BOLETIM DE HISTÓRIA 1962; 1963)."

        Com isso os alunos do curso de história rejeitaram o ensinamentos ministrados na maioria das disciplinas oferecidas no curso e passavam a ser envolver com o Iseb e a planejar, sob a orientação de Nelson Werneck, a produção de uma coleção de livros didáticos, "História Nova".

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