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Memórias De Um Guerreiro De Selva Da Guerrilha Do Araguaia - Extrato Do Fichamento Do Livro Bacaba

Trabalho Escolar: Memórias De Um Guerreiro De Selva Da Guerrilha Do Araguaia - Extrato Do Fichamento Do Livro Bacaba. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/6/2014  •  1.339 Palavras (6 Páginas)  •  598 Visualizações

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OPINIÃO DE CHICO DÓLAR SOBRE A GUERRILHA DO ARAGUAIA

Nesta parte do livro, Chico Dólar apresenta as falhas e os acertos observados durante os seis meses em que participou dos combates nas selvas do Pará.

Falhas:

- Falta de uma senha, contrassenha ou outro sinal de reconhecimento, entre os GC (120 militares de Bacaba e 100 paraquedistas de Xambioá) e outras Forças Auxiliares, como a PM do Pará, que fazia blitzen nas rodovias Transamazônica e PA-70, o que ocasionou o “fogo amigo” que provocou mortos e feridos.

- Com as baixas na tropa, ocasionadas por doenças tropicais ou problemas psicológicos, houve necessidade de se fazer o recompletamento. “Os militares que vieram substituir os evacuados, oficiais, sargentos, cabos e soldados, não tiveram o mesmo treinamento que a primeira tropa teve, o que ocasionou inúmeros acidentes, culminando com mortos e feridos” (pg. 74).

- “A falta de planejamento e coordenação de nossos superiores, que lançavam um GC em uma determinada área, onde já havia outro atuando e não os avisava, ocasionando confronto armado entre os mesmos” (pg. 74).

- Falta de coordenação no emprego dos GC; alguns eram mais explorados que outros: “Nem bem chegavam à base de Bacaba, depois de oito ou dez dias na selva e no outro dia já eram mandados a retornar para cumprirem outra missão, sendo que sempre havia um ou dois GC descansados na base” (pg. 74-75).

- “Falta de um médico em Bacaba. Só no mês de dezembro de 1973 mandaram um” (pg. 75).

Acertos:

“A primeira tropa foi bem preparada e treinada. Refiro-me aos 220 que iniciaram a operação de aniquilamento (120 do Comando Militar da Amazônia e 100 paraquedistas).

O pagamento de prêmios em dinheiro à população, por qualquer informação ou captura de guerrilheiros, vivos ou mortos.

A formação na população de um Grupo de Auto Defesa (GAD), para se defenderem e capturarem guerrilheiros.

Levantamento geral da área, realizado pelo Centro de Informações do Exército (CIE), na 2ª fase da operação, resultando na elaboração dos Planos de captura e destruição, e busca e apreensão, onde citavam os nomes dos guerrilheiros, dos camponeses e povoados que os apoiavam, bem como as áreas onde atuavam e podiam ser localizados e capturados (vivos ou mortos).

Destruição de todos os paióis, depósitos de mantimentos, remédios e munição que os guerrilheiros tinham armazenado no meio da selva para sua sobrevivência.

Evacuação de quase todos os camponeses da área, deixando somente as mulheres e as crianças, o que restringiu o apoio destes aos guerrilheiros.

Ordens de atirar primeiro e perguntar depois, e só fazer prisioneiros de guerrilheiros ou camponeses se não houvesse nenhum risco de morte para qualquer combatente.

Bloqueio de toda a ajuda interna e externa de armas, munição, mantimentos, medicamentos e pessoal que a Força Guerrilheira do Araguaia do PC do B pudesse receber” (pg. 75).

Chico Dólar lembra que as rádios Tirana, da Albânia, e Havana, de Cuba, em suas transmissões diárias, incentivavam o movimento guerrilheiro, ao mesmo tempo em que atacavam, de forma grosseira, as forças de repressão à Guerrilha. Para que a Guerrilha do Araguaia não se transformasse em um “movimento de libertação nacional”, a exemplo do ocorrido no Vietnã e em Angola, p. ex., com a chegada de “brigadistas” armados de todos os cantos do mundo, foi importante o Governo Médici manter a guerrilha em absoluto sigilo, não permitindo que as ações no Pará vazassem para a imprensa. Nem nós, militares, tínhamos conhecimento das operações de Bacaba e Xambioá.

Vale acrescentar que os dirigentes do PC do B na Guerrilha do Araguaia foram João Amazonas, Elza Monerat, Angelo Arroio e Maurício Grabois. Desses, somente Maurício Grabois morreu em combate, os demais fugiram da área, de forma covarde, deixando os jovens “paulistas” entregues a uma luta inglória.

Angelo Arroio, em sua obra “Guerrilha do Araguaia” (Ed. Anita Garibaldi), afirma que os efetivos empregados pelas Forças legais chegaram aos 12 ou 15 mil homens, quando na verdade o maior efetivo foi de aproximadamente 2.500 homens, pelo prazo de 12 dias, somente. E era um efetivo de manobra, não de combate a guerrilheiros. O relatório de Arroio afirma, ainda, que a Guerrilha contou com o apoio de 90% da população (de aproximadamente 20 mil hab.), o que totalizaria 18.000 homens, quando na realidade esse apoio chegou a cerca de 200 pessoas, sendo que apenas 15 a 20 se tornaram combatentes (Cfr. “Guerrilha do Araguaia”, de Madruga, pg. 166-167). Para conhecer as várias fases da Guerrilha do Araguaia, sugiro ler o conteúdo de

http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=2738&cat=Ensaios&vinda=S.

O livro de Chico Dólar é um importante documento histórico que se soma a de outros militares que também participaram da Guerrilha do Araguaia. Entre as obras já publicadas, destacam-se:

- Guerrilha do Araguaia – Revanchismo – A Grande Verdade, do coronel do Exército Aluísio Madruga de Moura e Souza (abc BSB Gráfica e Editora Ltda, Brasília, 2002);

- “A Grande

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