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Fichamento Livro De Historia

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Por:   •  11/5/2014  •  2.034 Palavras (9 Páginas)  •  876 Visualizações

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Fichamento do capitulo 43 do livro A Nova Historia Critica, de Mário Schmidt

O Velho e o Novo

Na republica velha o Brasil ainda apresentava muitas características do tempo do Império, como o predomínio do latifúndio e da cafeicultura. Uma parte importante do Brasil moderno foi gerado neste período: a crescente importância das cidades e do capitalismo, o crescimento industrial, a importância do proletariado e das lutas de classes, a cultura modernista, as novas ideologias políticas.

A Revolta da Vacina (1904)

A exaltação da modernidade, inspirada nas ideias gerais do positivismo, fazia enorme sucesso entre as elites brasileiras. Uma das consequências deste novo modo de pensar foi o prestígio que o médicos e engenheiros ganharam junto aos governantes. Pereira Passos iniciou a reforma urbana da capital. O centro velho do Rio foi demolido para a abertura da avenida central. O problema é que para alargar a avenida vários cortiços foram derrubados, sem que o governo se preocupasse com os desabrigados.

Havia outra coisa pouco moderna, além dos cortiços: as epidemias. Foi convocado o Dr. Oswaldo Cruz, que recomendou o extermínio de ratos e mosquitos da cidade. Em nome da modernidade, cortiços do centro e barracos do morro foram derrubados. A tensão social cresceu. E explodiu em 1904 quando o governo anunciou que todo mundo teria que tomar a vacina contra a varíola. Naquela época nem os intelectuais sabiam direito o que era uma vacina e o governo também não se importou em esclarecer. Espalhou-se que o local da aplicação seria na virilha. Resultado: no dia marcado, quase ninguém se apresentou para ser vacinado. Qual foi a atitude das autoridades? Em vez de fazer uma campanha de esclarecimento, avisou que a vacinação seria obrigatória. A resposta popular foi a rebelião. Alguns lideres populares eram famosos capoeiristas. A repressão agiu com eficácia. O exército matou gente do mesmo jeito que se matam mosquitos e ratos. Na Europa também aconteceram revoltas contra a vacinação obrigatória.

A Revolta da Chibata (1910)

Não era fácil a vida de marinheiro. Soldo baixo, serviço pesado, num ambiente sem higiene. Para piorar, em pleno século XX, os marujos podiam ser punidos com chibatadas. O governo resolveu então modernizar a marinha. Modernizar era comprar navios de guerra novos na Inglaterra e manter no Brasil, os castigos corporais. Mas os navios sofisticados exigiam que os oficiais e até os marinheiros recebessem treinamento especial. Alguns marinheiros eram enviados para a Inglaterra para receber instruções. Foi então que eles tomaram contato com o movimento sindical europeu. Quando os cruzadores chegaram a Baía de Guanabara, sua tripulação não estava mais disposta a aceitar humilhações. Escreveram uma petição aos comandantes, reivindicando melhores condições de trabalho, melhor soldo e fim dos castigos humilhantes. A resposta do comando foi a prisão de alguns marinheiros e, pior do que tudo, o chicoteamento de alguns deles. Para o espanto das elites, os marinheiros, liderados por um cabo semi analfabeto chamado João Cândido, o Almirante Negro, manobravam espetacularmente os navios. E ameaçaram bombardear os bairros elegantes, caso não fossem atendidos. A histeria tomou conta da cidade. No senado, Rui Barbosa lembrava que se o governo não tinha capacidade de reprimir a revolta então deveria negociar. De mãos atadas, o governo teve que se curvar.

Contudo, as autoridades não podiam suportar a insolência dos marinheiros e preparam a vingança. Na calada, esperaram tudo voltar ao normal e pegaram os marinheiros desprevenidos e desarmados. João Cândido foi punido com severidade, mas sobreviveu.

Imigrantes continuam vindo

Além de africano e índio, o Brasil também é um país europeu e oriental. Durante a República Velha chegaram quase 4 milhões de imigrantes estrangeiros. Uma das primeiras providências do governo republicano foi decretar que todos os imigrantes estrangeiros que nada declarassem, se tornariam cidadãos brasileiros, depois de seis meses de residência no país. A grande maioria veio antes de estourar a 1ªGM. Depois que ela acabou vieram novas levas. A partir de 1930, quando Getúlio assumiu a presidência, a imigração diminuiu muito. O Sudeste e o Sul ficaram com quase 95% dos imigrantes. O maior número era de italianos. A maioria rumou para os cafezais, mas alguns se dedicaram a trabalhar nas cidades, inclusive nas industrias que começaram a surgir na época. Pobres como um rato de igreja, eram atraídos pelo incentivo do governo paulista. O governo italiano, preocupado, baixou o Decreto Prinetti, dizendo que só poderia emigrar para o Brasil quem pagasse a própria passagem.

Os portugueses vieram particularmente para o Rio de Janeiro e São Paulo. Geralmente traziam algumas economias e abriam pequenos negócios. Principalmente no Rio de Janeiro, houve conflitos. Os brasileiros acusavam os jovens imigrantes portugueses de roubar empregos porque aceitavam trabalhar por menores salários.

Quem anda pela capital paulista nos dias de hoje sabe da importância dos japoneses. O grosso da imigração japonesa começou a partir de 1910. A partir de 1920 começaram a chegar muitos judeus, principalmente os que nasceram em países da Europa Central e Oriental. Especialmente após 1933, fugidos da perseguição nazista.

O caminho da indústria

Foi na República Velha que se firmou nossa primeira revolução industrial. O surgimento de fábricas brasileiras foi quase espontâneo, já que não havia muita ajuda do governo. No século XIX apareceram umas poucas fábricas, geralmente para produzir tecidos ordinários de algodão para vestir escravos. No começo do século XX, algumas indústrias se instalaram no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, mas as principais estavam localizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. É claro que as fábricas não surgem do nada, existem pré-requisitos: capital disponível para ser investido, mão-de-obra abundante e barata, mercado consumidor, chances de obter altos lucros. No RJ, o capital veio indiretamente do café. Mas o passado cafeeiro e o fato de ser a capital do Brasil, dotaram o RJ de banqueiros e grandes comerciantes. Foram eles que começaram a botar dinheiro nas fábricas. Cidade grande, cheia de gente pobre disposta a trabalhar, porto ativo, bem servida de ferrovias, mercado consumidor, tudo isso favorecia. Assim, em 1889, quase 60% do capital industrial do Brasil estava na cidade do Rio. São Paulo saiu mais favorecido ainda. A coisa esquentou mesmo a partir de 1890. De onde veio tanto capital para investir? Do café. E como ninguém tinha tanto

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