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O IMPERIALISMO SEDUTOR

Por:   •  11/5/2018  •  Resenha  •  545 Palavras (3 Páginas)  •  539 Visualizações

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TOTTA, Antônio Pedro. O imperialismo sedutor: A americanização do Brasil na época da Segunda Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, pp. 9-40.

Débora Maria Alves Viana[1]

O livro O imperialismo sedutor, de Antônio Pedro Tota, professor de História da PUC (SP), analisa o processo de americanização do Brasil, em que muitos brasileiros são atraídos pelo modelo de vida norte-americano, como se fosse uma espécie de sonho que eles tomam para si. O autor afirma que os meios de comunicação tiveram um papel fundamental para que esse jogo de sedução fosse incorporado aos brasileiros.

O olhar que antes era voltado para a Europa, passou a se direcionar para o progresso norte-americano, seu cinema, as indústrias e, principalmente, seu estilo de vida moderno. Como o autor diz na sua introdução, “Nós não estamos ficando surdos com as coisas americanas, mas estamos ficando cegos;”(pág.9). E foi assim que se constituiu esse processo de americanização do Brasil. Outro fator que ele atribui a esse fato é a corrente marxista, como sendo responsável por destruir nossa cultura, privilegiando o individualismo e o materialismo consumistas norte-americanos. Essa influência caiu sobre nós através dos meios de comunicação americanos.

Diante disso, começaram a surgir criticas a esse estrangeirismo, o autor cita duas delas, feitas por Noel e Lamartine, em forma de canções, onde cada um se posiciona contrariamente ao processo de americanização, cada um a seu modo. Mas vale ressaltar que as criticas também vinham de brasileiros, e quem nem toda a população se deixou atrair por esse modelo americano. Isso fica claro quando autor cita o episódio constrangedor pelo qual passou a cantora Carmem Miranda em uma apresentação onde usou termos em inglês e cantou uma música de autoria estrangeira, e por isso foi duramente criticada por alguns, que diziam que ela teria voltado americanizada.

Para entender melhor esse processo, é preciso analisar seus pontos mais importantes, dentre eles está a democracia e o progressivismo, em que o primeiro está ligado aos heróis norte-americanos, aos ideais de liberdade de direitos individuais e independência, que superassem qualquer tipo de indiferença de classe raça e cor. Já o segundo termo se volta para a questão de racionalismo, da capacidade criativa do homem americano, capaz de transformar o mundo natural. Lembrando que não menos importante é o prazer pelo consumo que tinha o povo americano, tudo girava em torno do capitalismo.

Sendo assim, o autor define todo esse processo em alguns termos centrais, são eles, progresso, ciência, tecnologia, abundância, racionalidade, eficiência, gerenciamento cientifico e padrão de vida americano. São essas ideologias que impulsionaram a americanização do Brasil. Embora o tradicionalismo também estivesse presente nessas sociedades, ou seja, uma vida saudável, o contato com a natureza em uma cidade pequena, o que parece ser um pouco contrário a tudo que já foi dito, mas não é, pois são valores eficazes apenas para uma América de brancos, fundamentalistas religiosos e imperialistas apaixonados, como diz o autor na página 20. Embora considere que de todos os ideais, o mais importante para explicar esse acontecimento seja o progressivismo, por ter uma lógica simples e direta, ou seja, que o individuo deveria trabalhar, produzir, ganhar dinheiro e assim consumir, segundo ele era a forma adequada para conquistar as outras américas.

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