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O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

Por:   •  30/9/2021  •  Resenha  •  1.454 Palavras (6 Páginas)  •  64 Visualizações

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ENGELS, Friedrich, MARX, Karl. Trad. Maria Lúcia Como. O Manifesto do Partido Comunista. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1998.

Resenhado por SILVA, Joclesfran Alexandre da. 3º período de História/Licenciatura. Dom Pedro (MA): Universidade Estadual do Maranhão, Programa Darcy Ribeiro, 2014.

Friedrich Engels (1820 – 1895), nasceu em Barmen, na Renânia. Trabalhou nos negócios de sua família em Manchester, na Inglaterra, onde pôde observar a difícil vida do trabalhador fabril. Completou os seus estudos em Filosofia na Universidade de Berlin como discípulo de Hegel. Aderindo às ideias de esquerda, encontra Karl Marx, de quem se tornou amigo, coautor em diversas obras e principal colaborador na luta pelos direitos dos trabalhadores.

        Karl Marx (1818–1883) foi filósofo e revolucionário alemão. Criou as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Política, Direito, Teologia, Filosofia, Economia, entre outras.

O Manifesto Comunista mostra a formação da sociedade burguesa moderna, a partir de uma série de revoluções nos modos de produção e de troca. Dentre elas, destaca: Fim do vínculo entre um homem e outro, a não ser pelo “pagamento em dinheiro” sem qualquer tipo de sentimento; A expansão do comércio, da navegação e da comunicação por terra, expandindo a indústria e assim desenvolvendo a burguesia, deixando para trás todas as classes provenientes da Idade Média. Esta obra questiona o modo como o grupo burguês se “apropria” das relações mercantis, utilizando-se, para isso, da exploração do trabalhador, o que leva a divisão da sociedade em dois grupos que se opõem frontalmente: burguesia e proletariado.

O livro busca devolver aos proletariados, o sentimento de revolução, de se tornarem donos de seus próprios trabalhos (modos de produção e de troca), sem serem subjugados por outros. Propõe, para isso, a formação do proletariado em uma classe, a derrubada da supremacia burguesa e a conquista do poder político pelo proletariado.

Em seu primeiro capítulo, “Burgueses e Proletários”, os autores pronunciam aquele que será o cerne da questão: a luta entre as classes sociais, Burguesia versus Proletariado.


Engels e Marx adentram num rápido exame que visa elucidar o “como” e o “por que” de duas classes serem opostas, classificando a burguesia como opressora, pois ela era pintada como o grande vilão, afinal, segundo eles, a burguesia despedaçou sem piedade os laços “superiores naturais” que uniam o homem, substituindo-os por laços frios, comerciais e egoístas transformando todas as categorias profissionais em seus servos, etc., e, do outro lado, o proletariado como a classe oprimida que, para Marx e Engels, deveria seguir a ideologia comunista que pregava uma “revolução aberta” visando a “sua dominação pela derrubada violenta da burguesia” e tudo aquilo que lhe atribui a condição de classe dominante, pois afinal de contas, o proletariado não tinha nada mais a perder.

Os autores focam na evolução histórica da divisão de trabalho e das relações de produção e troca, priorizando o veloz enriquecimento da classe burguesa, num período que vai do início da Idade Média à Revolução Industrial, mas também no processo político e na dinâmica social daquela época, revelado através da conquista da “soberania política exclusiva no Estado representativo moderno” pela burguesia e sua conduta como agente de “profanação” de tudo que era “sagrado, secular e venerado” naquele tempo.

No segundo capítulo, “Proletários e Comunistas”, os autores ponderam sobre a relação entre os comunistas (e seus partidos) e os operários. Com isso, apoiam que os negócios mais urgentes dos comunistas são a constituição do proletariado em uma classe reconhecida, a derrubada da supremacia burguesa e a conquista do poder político. Esta atitude é a exata expressão das condições reais de luta de classes e do movimento histórico.

Para eles a fórmula mais correta seria a defesa da extinção das relações de propriedade, porém essa não era uma exigência original dos comunistas. Mas os autores insistem nesse alvo, alegando que, após a conquista do poder político, o ideal comunista só poderá ser realizado desde o começo, através de uma violação despótica do direito de propriedade e das relações de produção burguesa.

Marx e Engels ainda tecem outras críticas ao comunismo, entre elas: a alegação de que se quer abolir a família (pois a opinião comunista ataca o modelo de família, entendida como um modelo burguês, na qual a plenitude da família seria obtida às custas da opressão das famílias proletárias e da exploração das crianças pelos próprios pais) e a pátria/nacionalidade (baseado no argumento de que os operários não têm pátria, por isso a tomada de poder pelo proletariado em diversos países acabaria com as demarcações e as incompatibilidades, bem como com a exploração de nações por outras nações), o combate à religião, à filosofia e à ideologia (Eles entendiam que se tratavam de ideias – verdades eternas - da classe dominante, e, portanto, é necessária uma ruptura, a fim de conferir uma nova forma que contradiga o desenvolvimento histórico anterior).

Em “Literatura socialista e comunista”, que é o terceiro capítulo da obra em questão, Marx e Engels delineiam uma visão geral das ideias da época, censurando algumas correntes chamadas socialistas. Inicialmente, o socialismo feudal, defensor dos interesses aristocráticos, derrotados nos movimentos reformadores francês e inglês; atrelado a esse, incluíram o socialismo clerical. Logo após, o socialismo pequeno-burguês, que era, na realidade, uma classe de pequenos burgueses estabelecidas entre a burguesia e o proletariado, envolvendo os camponeses; A terceira corrente socialista recriminada pelos autores é o socialismo alemão ou “verdadeiro socialismo”, que tratava-se de uma distorção dos conceitos franceses comunistas, devido a interpretação feita na Alemanha, onde não predominavam as mesmas condições sociais da França. Portanto, Marx e Engels não consideravam a literatura comunista como a expressão da luta de uma classe contra outra, por causa de os alemães se gabarem por terem superado a ‘estreiteza francesa’ e terem defendido não verdadeiras necessidades, mas a ‘necessidade do verdadeiro’; não os interesses do proletário, mas os interesses do ser humano, do homem em geral, do homem que não pertence a nenhuma classe nem a realidade alguma e que só existe no céu nebuloso da fantasia filosófica. Com isso, para Marx e Engels, o comunismo alemão não passava de mera utopia.

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