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O Modo de Navegação Social

Por:   •  1/6/2015  •  Resenha  •  1.070 Palavras (5 Páginas)  •  127 Visualizações

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        “[…] Qual a nossa relação e a nossa atitude para com e diante de uma lei universal que teoricamente deve valer para todos? [...]” (p59)

O autor nos faz refletir com os questionamentos de como nós, brasileiros, nos comportamos diante de situações de relações pessoais e impessoais, de como encaramos e aceitamos a ordem e a desordem, sobre o bom senso e a coletividade geral.

        “[...]Entre os dois, o coração dos brasileiros balança. E no meio dos dois, a malandragem, o “jeitinho” e o famosos antipático “sabe com quem está falando?” seriam modos de enfrentar essas contradições e paradoxos de modo tipicamente brasileiro. [...]” (p60)

Apresenta-nos a tese do dilema das relações sociais e pessoais perante à lei que resulta em um sistema social dividido e equilibrado, entre duas unidades sociais básicas, o individuo (o sujeito das leis universais que modernizam a sociedade) e a pessoas (o sujeito das relações sociais, que conduz ao pólo o tradicional do sistema). Como forma de enfrentamento, mediante as situações, nos valemos da malandragem, o jeitinho e o famoso "sabe com quem está falando?".

              Nossa postura em situações, que nos fazem encontrar modos, para solucionar nossos problemas, como diante de um "proibido estacionar!", "proibido fumar!" e até a famosa "fila quilométrica", enfim, as dificuldades do nosso cotidiano, perpassam por uma curvatura específica que nos distancia da aplicabilidade universal das leis que tanto clamamos e reclamamos. (p61)


        “Nos Estados Unidos, na França e na Inglaterra, somente para citar três bons exemplos, as regras ou são obedecidas ou não existem. [...]” (p61)

Em uma comparação entre o Brasil e os países: Estados Unidos, França e Inglaterra, o autor demonstra que nestas sociedades, há uma coerência entre a regra jurídica e as práticas da vida diária, o que nos deixa confundidos e, ao mesmo tempo fascinados ao ver a obediência desses povos, em relação às leis universais, e isso acaba sendo traduzido em termos de: civilização, disciplina, educação e ordem. Conceitos que admiramos, no entanto não incorporamos em nossas práticas.

“[...] somos um país onde a lei sempre significa o “não pode!” formal, capaz de tirar todos os prazeres e desmanchar todos os projetos e iniciativas[...]” (p62)
         Os brasileiros,  temos um “jeitinho” de juntar o pode e o não pode e assim, criamos um mecanismo para realizar nossas necessidades.
Por essa razão o "jeito", é um modo e um estilo de solucionar as coisas, um simpático, desesperado ou humano de relacionar o impessoal com o pessoal, pacífico; e até legítimo de resolver tais problemas, provocando essa junção inteiramente causística da lei, com a pessoa que a está utilizando. Para exemplificar esse processo, o autor cita três atos, que consistem na relação da pessoa humilde, com superioridade do servidor público e este, com o "sabe com que está falando?". No primeiro ato, ele fala da hierarquização das posições sociais, em que a pessoa ignorada por sua aparência, não é atendida com respeito pelo funcionário público. No segundo, cria-se um impasse, porque o atendente complica as coisas e começa a falar das penalidades legais que o usuário pode sofrer. Após isso, o autor explica a posição do servidor e o valor social do solicitante. Dando continuidade, no terceiro ato, ele fala da questão do "pode" e do "não pode" dito pelo funcionário. (p63)
            Numa breve comparação de países igualitários e o Brasil, Damatta percebeu a grande diferença que há para resolver as coisas, visto que, no nosso caso, sempre encontramos um "jeito". Desta forma, como busca de uma resolução satisfatória ou menos injusta, tenta-se conciliar todos os interesses, para isso, busca-se uma relação aceitável e até mesmo banal (relação pessoal, regional, gosto, religião e outros fatores em comum).

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