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O PORQUÊ DE A POLÍTICA PRECISAR DO LOGOS

Por:   •  29/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  442 Palavras (2 Páginas)  •  133 Visualizações

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O PORQUÊ DE A POLÍTICA PRECISAR DO LOGOS

         A Grécia, entre os séculos VIII e V a.C., viveu períodos de crises, dispersões, contestações e mudanças. Estas transformações, quando relacionadas à política, trazem a tona os conceitos de mitos e logos que influenciavam diretamente nas questões políticas.

        A relação que o mito desenvolvia dentro dos âmbitos da política seguia paralela a preponderância da nobreza sobre os camponeses, e se dava de tal maneira que a nobreza era a única capaz de estabelecer justiça. Os discursos proferidos por esta classe eram entendidos como verdade absoluta e fazia com que os demais aceitassem estes discursos com respeito e também temor. Como aponta Gonçalves (2008, pág. 64),

era uma forma de ordenar a vida a partir de uma produção mental na qual não havia nenhuma ação singular por parte dos humanos, mas sim ações exemplares que reproduziam os movimentos das forças cósmicas.

[...] Era o seu dever [da aristocracia] ordenar, coordenar, mostrar para os outros o caminho, o ritmo da vida. Nesse mundo, verdade, justiça, lei se confundiam com as sentenças proferidas pelos aristocratas, já que eles tinham a témis, capacidade sagrada de dizer o justo.

Essa condição que o caráter mítico impunha na política tornava a mesma um privilégio dos nobres, que eram considerados (ou se autointitulavam) os detentores do poder divino. A política, a partir desta influência, era absoluta e contribuía para a classificação social através de uma hierarquia.

        Já a contribuição do logos para com a política é o estabelecimento do diálogo e do debate como forma de conquistar o que é dito justo. A justiça não é mais vista como uma fórmula pronta e aplicável, realizada somente por uma aristocracia que se dizia divina. E os discursos são analisados a partir de seu teor e não de quem o enuncia.

        O logos dentro da política procura desvincular o mítico de suas questões e introduzir a razão como ponto-chave para estabelecer seus debates. Através deste processo o homem torna-se um agente autônomo, detentor da capacidade de estabelecer seus próprios conceitos sobre verdade e justiça, sem condicionamento mítico. Assim, entre suas contribuições encontra-se a criação de leis escritas com base em princípios racionais. O logos pode ser entendido como “uma nova forma de pensar” (GONÇALVES, 2008, pág. 67) e como a capacidade do ser humano de explicar a realidade conforme seus próprios princípios, entre eles a razão.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GONÇALVES, Jussemar Weiss. Mitos e logos: uma superação ou uma oposição radical? Biblos, Rio Grande, 22 (1): 61-68, 2008.

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