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O Paul Ricoeur Revoluciona a Historia

Por:   •  4/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.323 Palavras (6 Páginas)  •  207 Visualizações

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François Dosse é um historiador francês, nascido em Paris, numa família de classe média. Desde bem cedo interessou-se por política. Estudou sociologia e história na Université de Vincennes - Paris VIII. Em 2001, produziu um trabalho sobre Michel de Certeau e consolidou sua orientação para a área de teoria da história e historiografia. Possui uma vasta produção nas áreas de História da História, teoria da História e História do tempo presente. No presente capítulo utilizado como referencial teórico é nítida a crítica pelo autor a Michel Foucault já no início, no próprio título do texto. Dosse já de início firma os pés quanto a historiografia.

Ora, quanto a filosofia da história na França o historiador atribui o termo “difícil”[1] e propõe a reflexão de Paul Ricoeur sobre tempo histórico como uma trilha pela qual o historiador precisa enveredar.

“Paul Ricoeur sempre soube opor uma posição média que leva em conta a dupla polaridade da prática historiadora presa entre [...] uma arqueologia do saber e uma teleologia histórica. [...] propõe a longa trilha hermenêutica como caminho indispensável da compreensão histórica” (DOSSE, 2001, p. 71 – 72)

Alguns pontos são desenvolvidos por Dosse para desenvolver as revoluções feitas por Ricoeur na História diz respeito a objetividade e subjetividade no conhecimento histórico. Para Ricoeur a História depende de uma epistemologia mista “de um entrelaçamento entre objetividade e subjetividade, de explicação e compreensão. ”[2] Uma subjetividade própria do historiador. E “nesse primeiro nível, a subjetividade de reflexão está empenhada na construção mesma dos esquemas de inteligibilidade”[3]. A história não deve se limitar ao passado como era possível no positivismo.

 Para ao filósofo a própria noção de escolha estava completamente mergulhada de subjetividade. “O historiador propõe um ‘juízo de importância’ que preside à seleção dos acontecimentos e de seus fatores”[4]; é o historiador que define as relações de causalidades “nesse aspecto, Ricoeur apoia-se no esforço metodológico de Fernand Braudel”[5];

Além disso, a distância histórica para com a sua fonte/objeto de estudo dá ao historiador a possibilidade de nomeá-lo, como quando afirma Dosse: “o historiador tem a tarefa de traduzir, de denominar em termos contemporâneos o que já não é, o que foi o outro”[6]; Para Dosse, Ricoeur também se aproxima do conceito de Bloch de que a história é a ciência dos homens no tempo[7] para relacionar “[...] o aspecto humano do objeto histórico: ‘O que a história quer explicar e compreender em última análise são os homens”[8], ou seja, o filósofo elege como objeto central da história e do historiador o homem no tempo e no espaço que será estudado. Mas não qualquer subjetividade, mas as relações do sujeito empírico, de tal modo, também, para o filósofo, não é objetivo da história julgar os homens, daí então, “a objetividade em história passa então de suas ilusões lógicas para sua necessária dimensão ética”[9].

O próprio subtítulo seguinte do capítulo demonstra outro destaque dado por Dosse quanto a revolução causada por Ricoeur “A história é uma hermenêutica”. Ainda segundo Dosse

“[...] a hermenêutica saiu de seu horizonte regional, religioso, para dotar-se um programa geral de elaboração de regras universais válidas, a fim de aproximar o que está longe, de superar a distância cultural, portanto de fazer progredir a compreensão do Outro”. ((DOSSE, 2001, p. 79)

Nesse sentido, a hermenêutica tem a preocupação de captar a camada mais objetiva da reflexão; o “programa fenomenológico” de Husserl imbrica com a noção de intencionalidade histórica possibilita a percepção de uma noção própria da história.

Outro importante ponto de inflexão nessa revolução feita por Ricoeur na história é a noção de tempo, diferenciando o tempo do historiador do tempo cósmico e do tempo contado. Outros conceitos citados pelo autor são: 1) “geração”, pois este permite perceber-se para além da finitude, além de compor outra relação com o calendário e a sequência de gerações; 2) “vestígio” que concebe um novo paradigma, de Ginzburg, definido como vestígio indiciário, materializado pelos arquivos, documentos, arquivos e rastros. A distinção entre história e ficção também figura, pois, há vínculo direto entre historiografia e a narrativa, para Ricoeur, contar é já explicar.

É, pois, através dos pontos supracitados, da discussão feita acima, que Dosse defende a tese de que Ricoeur revoluciona a história, nesse sentido lê-se também a historiografia, ou seja, a escrita da história, pois privilegiou e deu luz a discussões que até então estavam alheias ao estruturalismo.

02.

Resposta:

Como filho do seu tempo, Paul Ricoeur[10] foi um filósofo francês, nascido em 1913 e falecido em 2005. É um dos maiores autores pós Segunda Guerra Mundial. Possui 34 publicações 34 publicações e dentre as quais 4 traduzidas ao português. Aqui usaremos o livro A memória, a história e o esquecimento, especificamente o capítulo II História / Epistemologia, para dialogar sobre a rica contribuição de Ricoeur a história como ciência. Este livro foi publicado em francês em 2000, em português em 2007[11].

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