O SURGIMENTO DA HISTÓRIA SOCIAL.

O SURGIMENTO DA HISTÓRIA SOCIAL.

A referência ao movimento dos Annales se faz necessária por ter-se tornado o marco real ou simbólico de constituição de uma nova história. A manifestação mais efetiva e duradoura contra uma historiografia factualista centrada nas idéias e decisões de grandes homens em batalhas e em estratégias diplomáticas.

A interdisciplinaridade serviria como base para a formulação de novos problemas, métodos e abordagens da pesquisa histórica. Esta postura tornou-se generalizada e hegemônica entre os historiadores profissionais, em nível mundial, desde pelo menos a década de 1970.

Para Duby: o homem em sociedade constitui o objeto final da pesquisa histórica. É lícito questionar se existiria uma história que não a do social. A história social passa a ser encarada como perspectiva de síntese.

Conforme Eric Hobsbawm, a expressão "história social" foi ligada a três acepções diferentes:

• Em 1930 e 1940, vinculada a uma abordagem culturalista, costumes e tradições nacionais ligada ao pensamento conservador e à margem da diplomacia e da política, do público por excelência. A história social, nesta perspectiva, definiria como objeto o domínio do privado;

• no espectro político oposto, o avanço das idéias socialistas e o crescimento do movimento operário levou a que se desenvolvesse uma história social do trabalho e do movimento socialista. Aqui, a ação política coletiva se constituiria em seu principal objeto;

• por último, sob os Annales, desenvolvia-se, uma "história econômica e social". a "psicologia coletiva" e as hierarquias e diferenciações sociais também encontravam-se presentes.

As décadas de 1950 e 1960 foram marcadas pela antropologia estrutural a certas abordagens marxistas, pela euforia do uso da quantificação nas ciências sociais, pelos primeiros avanços da informática e pela explosão de tensões sociais.

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