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O Sentido Da Infancia: As Fases Da Vida

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Por:   •  6/5/2014  •  5.497 Palavras (22 Páginas)  •  500 Visualizações

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1 O SENTIMENTO DA INFÂNCIA

As Idades da Vida

Assim que uma criança nasce, passado um tempo, já começa a falar suas primeiras palavras, aprende a dizer seu nome, nome de seus pais e a sua idade. Mas no século XVI ou XVII, as exigências de identidade civil ainda não eram tão impostas desse modo. Achamos normal uma criança responder a sua idade corretamente quando questionada. Acontece que em certos lugares, como por exemplo, na savana africana, a noção de idade não se dá claramente como deveria. Nas civilizações técnicas, isso já se tornou corriqueiro, sabemos que precisamos da data de nascimento, para fazer viagens, votar, preencher formulários, entre outros tantos. A criança logo se tornará Fulano N, da turma X. Depois de adulto, ganhará um número de inscrição juntamente com sua carteira de trabalho, esse número passará a acompanhar seu nome. O cidadão será um número, que começa por seu sexo, seu ano e mês de nascimento. O serviço de identidade pretende chegar à meta de que um dia todos terão seu número de registro, por isso tantas campanhas conduzindo a fazer o registro de nascimento das crianças.

Foi na Idade Média que surgiu o sobrenome, um nome apenas estava muito impreciso, portanto resolveram completar esse nome com outro logo após, que muitas vezes era nome de lugares. Atualmente, a identidade da pessoa é um documento legalmente imensurável e muito preciso em questão numérica. Existem também outros tipos de documentos, como títulos de comércio, letras de câmbio, cheques, testamentos, que não exigem data de nascimento, mas que são importantes da mesma forma.

Acredita-se que somente no século XVIII, os párocos passaram a ter registros exatos como um Estado moderno deve ter, essa importância da idade deu-se a partir dos reformadores religiosos e civis que impuseram isso nas camadas mais ricas da sociedade, as camadas que frequentavam os colégios.

A idade passou a ganhar uma atenção muito especial desde então. Em retratos do século XVI, já se percebe essa preocupação em ressaltar as idades e as datas das pinturas. Nos retratos de pessoas da corte, isso se dava por ausente, um dos mais antigos exemplo era o admirável retrato de Margaretha Van Eyck,escrito no alto: meu marido me pintou em 17 de junho de 1439, e embaixo, 33 anos. Muitas dessas pinturas formavam quadros. Esses retratos de família funcionavam como documento da própria história familiar, assim como hoje seriam os álbuns de família. Também existiam os diários de família, que serviam para guardar os acontecimentos que haviam ocorrido, como por exemplo, os nascimentos e as mortes. As pessoas naquela época sentiam necessidade de dar á vida familiar uma história. No século XVII, espalhou-se o hábito de gravar uma data em objetos da casa. Na Alsácia, Suíça, Áustria e Europa Central no século XVII ao XIX, os móveis era datados e também vinham com o nome de seus proprietários.

A partir do século XVII, muitas dessas inscrições começaram a desaparecer de quadros, só havia algumas ainda em pintores de província ou provincializantes.

Referente à questão da criança a aprender seu nome e sua idade logo após começar a falar, pode verificar-se, por exemplo, que Sancho Pança não tinha conhecimento exato da idade de sua filha, era apenas algo inexato que descrevia que ela deveria ter uns 15 anos, ou mais, ou menos.

No século XVI, as crianças sabiam sua idade, mas existia um fato muito curioso em si, por questão de boas maneiras, elas eram obrigadas a não falar claramente e responder certas reservas. Thomas Platter,humanista e pedagogo, natural de Valais, relata a história de sua vida com exatidão quando refere-se aonde e quando nasceu. Ele diz que quando se informou da data de seu nascimento, responderam-lhe que ele teria nascido em 1499, no domingo de Qüinquagésima, no momento exato que os sinos chamavam para a missa. Estava aí um misto de rigorosidade e incerteza.

Na Idade Média, os autores faziam uma terminologia puramente verbal: infância e puerilidade, juventude e adolescência, velhice e senilidade, cada uma dessas correspondia a um período distinto da vida. As ‘idades da vida’ ou ‘idades do homem’ equivaliam a noções positivas, conhecidas, repetidas e usuais, que passaram da ciência a experiência comum.

A idade do homem fazia parte de um sistema de descrição e explicação física que voltava aos filósofos jônicos do século VI a.C dos escritos do Império Bizantino e que ainda sugeria os primeiros livros impressos de vulgarização científica no século XVI.

A ciência antigo medieval, em meados do século XVI, era objeto de vulgarização. Le Grand Propriétaire de toute choses é uma grande enciclopédia que abrigava todos os conhecimentos profanos e sacros, que traduzia a unidade essencial da natureza de Deus. Eram vinte livros que tratavam de Deus, de anjos, de elementos, do homem e do seu corpo, e, o último dos livros era consagrado aos números e as medidas. Existia uma ideia que dizia que a unidade fundamental da natureza não se separava das manifestações sobrenaturais. Essa concepção rigorosa pode ser relacionada ao atraso do avanço científico. O ato de conhecer da natureza limitava-se aos estudos das relações por meio de uma mesma causalidade. O simbolismo dos números vinha como uma das chaves da solidariedade profunda, os números eram familiares e estavam nas especulações religiosas, descrições de física, história natural e em práticas mágicas.

As idades da vida se tornaram também uma das formas comuns de conceber a biologia humana, ligada ás correspondências secretas internaturais. Essa noção pertencia ao Império Bizantino, no século VI.

Os textos da Idade Média traziam a ideia de que a primeira idade é a infância que planta os dentes, e essa idade se dá quando a criança nascer e durar até os 7 anos, e tudo que nela nasce é chamo de enfant que significa não-falante, pois nessa idade a pessoa não fala bem e não forma ainda claramente suas palavras. Depois disso, chega a segunda idade, que dura até os 14 anos. Após os 14 anos vem a adolescência, que segundo Constantino se encerra aos 21 anos, mas, porém segundo Isidoro se estende até os 28 anos. O crescimento podia terminar antes mesmo dos 30, 35 anos, devido ao trabalho precoce que abalava adiantadamente o organismo humano. Até os 45, 50 durava a juventude, era assim chamada devida á força que estava no cidadão para ajudar a si mesma e aos outros. Isidoro nomeia de gravidade, a idade da senectude, que estava entre a juventude e a velhice, porque nessa idade a pessoa é grave nos costumes e nas maneiras. Até os 70 anos ou até a morte, dava-se a velhice, a última fase dessas seria chamada de senies, em que o velho está sempre

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