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O teatro da fé - fichamento

Por:   •  24/2/2016  •  Abstract  •  1.350 Palavras (6 Páginas)  •  283 Visualizações

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Tese: No texto, Leandro Karnal coloca como foi a catequização dos indígenas na América Ibérica, dando ênfase no fato de que foi uma catequização, de certa forma, cênica. Onde os europeus estavam interessados em catequizar massivamente e não ensinar toda a doutrina cristã. Há também a análise sobre como se deu essa catequização diante das dificuldades na comunicação.

O autor inicia o texto falando sobre os problemas da evangelização na América Ibérica, que são três: os problemas em relação aos índios, os problemas internos do clero e os problemas entre clero e autoridades civis.

“Os índios foram retratados pelos cronistas como ‘dóceis’, aptos à evangelização, naturalmente inclinados à fé e profundamente devotados aos religiosos [...] Porém, a relação dos religiosos com os índios nem sempre foi de perfeita harmonia. Os mesmos índios que atendiam com tanto zelo aos apelos missionários, eram castigados corporalmente quando faltavam à missa dominical.” Pág. 191

Karnal evidencia a cobiça dos padres que vinham até as colônias com o propósito de enriquecer e não de catequizar os indígenas.

“O poder e a cobiça dos religiosos são denunciados por vários cronistas. Gonzalo de Cerventes constata que os conventos estão tão disseminados de tal forma pela Nova Espanha e os religiosos adquirem tantas fazendas e casas, que ‘la mitad de esta Nueva España está hoy em poder de frailes y teatinos’.” Pág. 194

“Mas não apenas índios insubmissos ou religiosos dissidentes e cúpidos agitam a vida religiosa da Nova Espanha. Também a ação dos bispos contra os religiosos foram frequentes, especialmente a partir do último quartel do século XVI. Depois das largas concessões do início da obra missionária, tanto o episcopado como a Coroa procuraram tomar o controle.” Pág. 194

Nesse momento, Karnal enfoca na catequese propriamente dita, como se dava, como eram as aulas e qual era seu alcance.

“Em primeiro lugar, é impressionante o relato da velocidade e do número de elementos convertidos. Padre de Gante, o primeiro catequista do vale do México, fala em 14.000 batizados por dia” Pág. 195

“É claro que tão grande massa de convertidos não implicava longa catequese ou nem sequer um rito sacramental completo. [...] O Papa Paulo III mais de uma vez advertiu aos missionários que não omitissem nenhuma parte da cerimônia, chegando a especificar a bênção da água batismal, catecismo e exorcismo de cada índio...” Pág. 196

“Além das dificuldades inerentes aos conceitos como vimos, acrescenta-se a dificuldade vocabular e de tradução. O catequista deveria ter dupla habilidade: tradução cultural no sentido mais amplo e tradução linguística.” Pág. 198

O autor fala sobre as dificuldades que os índios tinham para compreender certas coisas, uma vez que eles possuíam uma cultura totalmente distinta da dos europeus.

“Assim, tomamos maior consciência da dificuldade de compreensão de um índio diante de uma questão como: Venha a nós o Vosso Reino. Ora, os índios não conhecem o significado de Reino Político, e, por consequência, obviamente, não conhecem a ideia de um Reino de Deus, que não corresponde exatamente à expressão Reino Político. Não são apenas as palavras. A tradução literal do Credo em tupi traz ligeiras modificações em relação aos originais europeus.” Pág. 201

“Há aqui uma diferença fundamental para com a catequese franciscana. Os franciscanos evitaram catequizar em espanhol, evitaram contatos índios-colonizadores, evitaram um imbricamento maior da diversidade cultural espanhola com a diversidade cultural indígena. Trata-se aqui de um esforço segregacionista.” Pág. 202

Agora o autor começa a relatar como eram as práticas catequéticas.

“Como era a prática catequética? Temos várias descrições para o Brasil e o México. Para a colônia portuguesa, há uma descrição do jesuíta Pero Rodrigues. Os meninos entoam quando encontram um padre: ‘Bento e louvado seja o Santíssimo nome de Jesus’. As meninas, por seu turno, dizem: ‘E da Santissíma Virgem Maria, Madre sua, para sempre Amém’, No final da tarde ‘se torna o tanger o sino à doutrina, a que acode a gente que se acha pela aldeia, e se lhes ensina a doutrina com a outra parte do Diálogo, que contém a declaração dos sacramentos. Finalmente, à boca da noite saem os meninos em procissão, da porta da igreja até a cruz, cantando algumas orações e encomendando as almas do fogo do purgatório’.” Pág. 203

Os europeus utilizavam de palavras da linguagem indígena que possuíssem sons semelhantes as ibéricas, para facilitar a compreensão.

“O autor nos diz que Pater assemelha-se ao som de Pantli, uma espécie de bandeirinha com que contavam o número 20. Para o Noster, empregava-se a palavra Nochili, uma fruta que os espanhóis chamavam tuna. Assim, ao ensinar o Pai-Nosso, os padres pintavam a bandeirinha do número 20 e após desenhavam uma tuna. Os índios por associação fonética, pronunciavam Pater Noster.” Pág. 207

Outra prática muito usada na comunicação entre europeus e indígenas era o uso de figuras.

“As imagens eram a própria mensagem catequética. Em outras palavras: o pensamento indígena apreendeu o mundo cristão por meio de imagens e cenas. Incorporou-se um Cristianismo imagético à percepção indígena.” Pág. 208

“Essa

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