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Plano Cruzado

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Por:   •  6/6/2013  •  4.165 Palavras (17 Páginas)  •  527 Visualizações

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No dia 15 de março de 1985 Jose Sarney tomou posse na presidência do Brasil no lugar de Tancredo Neves que por motivo de doença não pode assumir, no dia 21 de Abril do mesmo ano Tancredo Neves faleceu.

Quando Sarney assume o comando e convoca sua equipe, fica claro que some ali qualquer sombra de Tancredo e suas idealizações. Também prolonga seu governo por cinco anos. Sua forma de governo era baseada na troca de favores e disputa por cargo políticos, alem de abusos de poder e corrupções, em seu governo de novo não havia nada. 

O retrato do Brasil era caótico os desafios era muitos e a necessidade de mudanças se tornava urgente.

Era importante haver uma mudança urgente em prol da população que a muito vinha sofrendo com as mazelas sociais de um governo autoritário.

Tentando ganhar a confiança dos setores democráticos Sarney restabeleceu as eleições diretas para presidente da republica, concede direito de voto dos analfabetos e prometeu uma nova constituição, tudo para buscar apoio popular seu lema era: "tudo pelo social". 

Mais era no campo econômico que se esperavam as medidas mais significativas, pois a inflação continuava afetando seriamente a economia .

A população sofria com os sacrifícios que lhe foram impostos provocando um descontrole na sociedade principalmente nas estratificações menos favorecidas com o desemprego e diminuição de investimento Social básico (moradia saúde educação alimentação).

Em apenas 5 anos entre 1986 a1990 o país assistiu a sete planos econômicos e dezenas de ajustes alterações e complementações nas políticas monetárias, e fiscal salarial e cambial todos com um mesmo objetivo: a estabilização da economia por controle da inflação 

A partir de novembro 1985 a inflação alcançou índices alarmantes, atingindo 17,8% em janeiro e 22,4% em fevereiro, além de não apresentar proposta de política econômica de médio e longo prazo, o governo tampouco indicava possuir resposta imediata ao agravo inflacionário; e sucessivas greves vinham aparecendo, em uma freqüência à qual a população não estava mais acostumada.

"Para derrubar a inflação o governo Sarney lançou um plano de grande Impacto em 28 de fevereiro de 1986. Era o plano cruzado"

Sob esse complexo cenário foi anunciado, no Governo José Sarney, pelo então Ministro da Fazenda, Dílson Funaro em 28 de fevereiro de1986, o conjunto de medidas conhecido como Plano Cruzado. Para total surpresa do país, implantou-se um choque heterodoxo por meio do qual se pretendia atacar de forma drástica o processo inflacionário, sem recorrer a métodos recessivos e agravantes da concentração social de renda. A inflação zero passa a ser a meta. Com isso, surgem novos elementos a serem considerados: a inflação passou a atuar a tal ponto como elemento desestabilizador da situação interna e de enfraquecimento da posição brasileira na renegociação da dívida externa, que valia a pena os riscos de um tratamento radical; as contas externas apresentavam condições favoráveis, com repetidos saldos comerciais positivos e volume respeitável de reservas em divisas; não havia evidências de que a agricultura pudesse criar dificuldades de abastecimento, com repercussões altistas sobre os preços; e o ímpeto expansionista demonstrado pela economia nos últimos dois anos permitia prever uma tendência natural a neutralizar eventuais efeitos estagnantes do Plano. Instantaneamente, o Plano Cruzado rendeu abundantes dividendos político, seduziu a nação e recondicionou a imagem do governo.

A linha de ação esboçada por Funaro foi ao sentido de procurar conter as tendências de aceleração inflacionaria através de expedientes como a busca de um acordo informal com os supermercados visando uma trégua parcial nos reajustes de preços falava-se em represar os preços de 60 a 80 itens durante 60 dias, para uma melhoria do sistema de controle de preços. Houve também anúncios de uma política de formação de estoques regulares (com a importação de produtos como arroz, soja, carne e batata) visando criar condições para atravessar o período de entressafra sem grandes sobressaltos, e correntemente com essas e mais tantas ações da correção monetária e cambial, já prontamente modificada.

2 CRUZADO CONTRA A INFLAÇÃO

O presidente Jose Sarney assessorado por Dílson Funaro e João Sayad (ministro da economia) baixou o decreto nº. 2.283 com medidas para estabilizar a economia, tratava-se do plano cruzado que buscava reverter à inflação, entre outras medidas substituiu o cruzeiro para o cruzado, cortando três zeros do seu valor, congelou os preços por um ano, criou o índice de preço ao consumidor (IPC), e cria o salário desemprego.

Outro instrumento do plano foi o gatilho salarial que era disparado quando a inflação atingisse 20%.

Nos primeiros meses o plano foi um sucesso e a popularidade de Sarney e Funaro subiu espetacularmente.

Neste cenário de glória nasce a folclórica figura "fiscal do Sarney". Qualquer cidadão poderia denunciar os comerciantes que desobedecessem ao congelamento.

Anunciado em rede nacional de TV e rádio o plano cruzado, baseado no congelamento de preços, dos salários e do câmbio e criação de uma nova moeda - o cruzado - foi abraçado por vários setores da sociedade, mas, em pouco tempo, apresentou problemas e a inflação voltou a crescer, ameaçando a economia e os políticos que estavam no poder.

Nos primeiros meses houve um grande excesso de demanda. Depois da adoção do congelamento dos preços e da manutenção dos salários em continua ascensão, o plano que já dava mostras de ser inconsistente, começou desmoronar, pois com o excesso de demanda começaram faltar produtos que os empresários escondiam e só vendiam quando cobravam o ágio, que era um valor cobrado acima do produto que não aparecia nas notas fiscais, houve produtos como, por exemplo: carne e leite em pó que praticamente desapareceram do mercado. O governo para evitar que o plano tivesse um viés recessivo, transformou a correção monetária em ativos pré fixados, sob a hipótese que a inflação futura seria nula,isso transformou a política monetária um tanto quanto folgada,contribuído para agravar o problema de excesso de demanda.

Que o plano cruzado acabou sendo uma das experiências mais catastróficas já empreendidas no Brasil, é questão passada em julgado. O que interessa examinar é porque essa experiência deu errada é porque tanto economistas ortodoxos aplaudiram na época...

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