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Projeto OLhar Vital

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Por:   •  7/5/2013  •  4.760 Palavras (20 Páginas)  •  513 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Conseguir alterar as relações de consumo e educar a população para o real significado das políticas de conservação do meio ambiente pode ser a única forma de garantir a sustentabilidade ambiental de forma efetiva e com resultados em médio e longo prazo. Fazer com que nossa população questione o seu modo de vida e fazê-la entender que se os recursos do planeta não tiverem a oportunidade de renovarem-se e de sustentarem-se sob a pressão de uma demanda constante de consumo exacerbado a vida no planeta, como a conhecemos, acabará de forma dramática. Somente através desse processo de conscientização poderemos garantir a sustentabilidade ambiental.

As Cascatas Véu de Noiva e Narcisos foram importantes atrativos turísticos do município de Gramado nas décadas de 70 e 80. Por volta do final dos anos 80 a exploração destes locais tornou-se inviável devido ao esgoto lançado nas águas por residências e estabelecimentos do entorno. Atualmente, ambas encontram-se em estado de extremo abandono.

Este projeto tem por objetivo propor diretrizes técnicas para a revitalização destes dois atrativos, já que receber estes espaços revitalizados é um desejo tanto da comunidade gramadense quanto dos turistas que visitam Gramado.

Para planejar o turismo visando à sustentabilidade dos empreendimentos turísticos é necessário identificar os impactos ambientais, seja nos aspectos históricos, sócio-econômicos ou naturais. O estudo foi feito através de pesquisa bibliográfica, de campo e documental, entre os meses de maio e julho. Tendo como fundamentação teórica os conceitos estudados nas aulas de Turismo e Meio Ambiente, Planejamento e Organização do Turismo e Introdução ao Turismo, realizamos diversas visitas às áreas das cascatas, coletamos dados, conversamos com moradores, entrevistamos pessoas ligadas ao mercado turístico, buscamos informações junto às secretarias municipais do Meio Ambiente, de Planejamento e de Turismo.

Nas páginas que seguem serão explicitados os passos do projeto, articulando a memória, a voz da comunidade gramadense, o diagnóstico e as sugestões de diretrizes técnicas para o processo de revitalização.

Somente com o desenvolvimento sustentável será possível garantir a sustentabilidade ambiental para com isso podermos reverter à situação atual. O mais importante de tudo é educar e fazer com que o cidadão comum entenda que tudo o que ele faz ou fará gerará um impacto no meio ambiente que o cerca. E que só com práticas e ações que visem a sustentabilidade é que ele estará garantindo uma vida melhor e mais satisfatória, para si mesmo, e para as gerações futuras.

Memória

Consta no livro Raízes de Gramado (Prefeitura Municipal, 1999) que Leopoldo Rosenfeld, o gênio a quem Gramado deve a escolha do turismo como forma de sustento, veio para Gramado em 1937, convidado pela Sociedade Herdeiros Joaquina Rita Bier para administrar o Loteamento da Vila Planalto que estava abandonado.

Para a sociedade, construiu o Parque Hotel com os objetivos de desenvolver o veraneio e vender os terrenos.

Em 1947, Leopoldo comprou o Loteamento dos Herdeiros Joaquina Rita Bier e alugou o Parque Hotel para Guilherme Nienaber Sobrinho.

Vítima de enfarto do miocárdio, faleceu em 05 de Junho de 1961, em sua casa, em Gramado, com 61 anos de idade.

A Vila Planalto tinha 196 hectares. Começava onde hoje é a Praça Leopoldo Rosenfeld, seguia até a Cascata dos Narcisos, em linha com o Tênis Clube. Dali, subia até o Kurotel passando pela Linha do Tiro de Guerra, passando pelos fundos do 25 de Julho, até a estrada da Várzea Grande, subindo pelos Três Pinheiros, passando pela Vila Jardim até encontrar a Praça Leopoldo Rosenfeld novamente.

Leopoldo Rosenfeld tinha seus objetivos fortemente definidos. Vendia seus terrenos apenas para quem tivesse dinheiro para construir aqui, e com isso determinou um alto padrão de qualidade a sua obra.

Fez o primeiro roteiro turístico da cidade, denominado “GRAMADO, MARAVILHA DO VERANEIO”. Também, fez o primeiro trabalho organizado de divulgação de turismo de Gramado em Porto Alegre.

Leopoldo preocupava-se com as atrações turísticas de Gramado. Dentro do projeto de loteamento da Vila Planalto, já haviam sido destacados os pontos turísticos, sendo os principais: Lago do Parque Hotel, Praça da Montanha, Vista Belo Horizonte, Lago Negro, Cascata dos Narcisos e Cascata Véu de Noiva. Sempre teve mania por lagos. Havia outros lagos que estavam projetados, mas que não foram construídos devido a sua morte prematura.

Além de mais de mil terrenos, foram doados à Prefeitura Municipal de Gramado a Praça da Montanha, a Carriéri, o Parque Joaquina Rita Bier (Parque Hotel), a Praça Leopoldo Rosenfeld, a Praça do Rotary, a Cascata dos Narcisos e a Cascata Véu de Noiva.

Mesmo que Leopoldo tenha deixado todos estes bens para Gramado, em nossa opinião eles não são nada comparados ao espírito turístico que ele semeou para a comunidade gramadense.

Leopoldo era um idealista. Não veio para Gramado para usufruir da cidade, e sim para deixar aqui a sua marca. E sua marca ficou registrada pela sua visão de futuro, por enxergar o potencial que Gramado tinha para a vocação turística. Gramado não seria o que é hoje se não fosse sua visão.

Sabe-se que a Cascata dos Narcisos recebe este nome em homenagem a família Narciso que foi a primeira a habitar o local. De acordo com o depoimento da professora aposentada Teresinha Andreis, seu pai, Avelino Andreis comprou uma área de 103.800 m2 do legado do Sr. Leopoldo Rosenfeld à Prefeitura. Era uma área sem benfeitorias, situada na Linha Ávila, zona rural de Gramado, dentro de área maior de 126.220 m2. Desta área o município se reservou de 9.920 m2 para o fim específico de um parque de turismo, onde está localizada a Cascata dos Narcisos para que se cumprisse a vontade manifestada pelo Sr. Leopoldo Rosenfeld. A preocupação com a preservação da área que circunda a Cascata dos Narcisos está inserida no projeto do loteamento da Vila Planalto, somando-se ao Lago do Parque Hotel, Lago Negro e Cascata Véu de Noiva.

Conta a professora Teresinha Andreis que seus familiares vivenciaram muito a vida da Cascata dos Narcisos. Ela era bonita, não poluída e muito visitada. Ao ocorrer uma forte chuvarada, sempre havia curiosos que vinham ver a bela queda d’água e se deliciavam com o ensurdecedor barulho dela. Às vezes quando as chuvas eram torrenciais a água arrastava consigo

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