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RESENHA: APOLOGIA DA HISTÓRIA OU O OFÍCIO DO HISTORIADOR

Por:   •  10/12/2017  •  Resenha  •  1.408 Palavras (6 Páginas)  •  666 Visualizações

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UFAL-UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMUPUS DO SERTÃO

CLEURIANE FEITOZA DOS SANTOS

RESENHA: APOLOGIA DA HISTÓRIA OU O OFÍCIO DO HISTORIADOR

DELMIRO GOUVEIA/ALAGOAS

 2017

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BLOCH, Marc. “Introdução”, “A história, os homens e o tempo”. In: Apologia da história. Ou o ofício de historiador, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

Palavras-chave: Marc Bloch – Historiografia – Ofício do historiador

Produzida pelo escritor francês Marc Bloch, co-fundador da Escola dos Annales, juntamente com Lucien Febvre; essa obra foi interrompida ocasionada pela morte do autor pelos nazistas em 1944, sendo publicada em 1949 pela primeira vez, inaugurando novas perspectivas de entendimento e de estudo do conceito da história e do papel do historiador.

Bloch neste livro revela novos fundamentos de metodologia em suas pesquisas em História, sempre tentando definir o “objeto” de pesquisa, reforçando o conceito da ciência histórica, partindo primeiramente de uma pergunta de seu filho "Papai, então me explica para que serve a história." (Bloch, 2001, p.41), tendo em vista esclarecer sua visão de história e o ofício do historiador.

Marc Bloch demonstra no primeiro capitulo que o papel principal da história é estudar o “homem” e não o passado, pois a história é ciência "Ciência dos homens", "dos homens, no tempo". O historiador não apenas pensa "humano" (Bloch 2001: 55p), enfatiza no final desse capítulo a conclusão de história como ciência, enfatizada não apenas pelo objeto, mas pelo processo próprio que seria a análise histórica, representando o homem como sujeito da sua história, trazendo a História não mais dirigida somente à fatos, relatos e datas, mas, ele buscava uma história que compreendesse as relações sociais produzidas através de fatos, indagações e contexto histórico.  

Bloch evidencia a dificuldade da observação histórica, na qual lembra que o historiador é incapaz de constatar os fatos estudados e que nos estudos de acontecimentos recentes, a capacidade de compreensão é muito maior, mesmo sabendo-se que os testemunhos são importantes em qualquer época, na atualidade com os vestígios ainda conservados, adquirem mais vida através da manipulação do pesquisador, pois, “A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo que o homem diz ou escreve, tudo que fabrica, tudo que toca pode e deve informar sobre ele.” (Bloch 2001: 79p). Os historiadores nas suas pesquisas históricas muitas vezes se restringem aos relatos de testemunhos, pois os fatos já aconteceram e os impossibilita de presenciá-los, permanecendo assim imutável podendo seu conhecimento ser aprimorado e contínuo.

No decorrer da pesquisa histórica o historiador deve ter perseverança, ressaltando que em suas pesquisas surgirão dois tipos de documentos: os explícitos, que são criados, e os implícitos, que surgem do desconhecido no decorrer das pesquisas. Bloch se renova ao falar que o historiador não deve basear-se apenas nos documentos escritos, mas se valer também do que as outras ciências têm a oferecer como, por exemplo, a arqueologia, onde a mesma nos mostra que o passado está sempre em evolução, fazendo com que o modo de avaliar e compreender de cada historiador se distinguia, podendo variar de interpretação a partir da visão de cada leitor. O historiador deve sempre manter o questionamento visando identificar o que alguns autores têm de divergente, muitos com investigações fracassadas, pois “Os textos ou os documentos arqueológicos, mesmo os aparentes mais claros e mais complacentes, não falam senão quando sabemos interrogá-lo” (Bloch 2001: 79p).

Em toda a Idade Média, os historiadores narravam o que lhes convêm , produzindo uma historia repleta de incertezas sobre possíveis alterações de testemunhos; reproduziam um momento completamente indiferente do fato em si ocorrido, guiados pelos filósofos e teólogos, vistos como donos da verdade, a análise crítica nessa época ainda não fazia parte do ofício do historiador.

Marc Bloch declara existir dois problemas na trajetória do historiador que seria: a imparcialidade histórica e a tentativa de reprodução, citando dois exemplos para a imparcialidade: - o cientista que orienta, sempre procurando provar o seu saber e chegar ao êxito de suas missões; e o - juiz de direito, que se utiliza da sua sentença para amparar-se na precisão dos autos, tornando-se um saber cientifico. Segundo Bloch, os historiadores têm imitado os juízes, com o intuito de condenar bandidos ou coroar heróis, dando ênfase a seus atos para só depois esclarecê-los, o que acaba os tornando insignificantes.

Bloch recorre para a clareza dos fatos, que levarão conseqüentemente para a ação desses homens, pois a investigação das ações humanas nos leva diretamente ao homem que atua e compartilha como autor e receptor de um espaço, levando em conta a leitura histórica a partir do tempo histórico. O autor argumenta que o historiador deve escolher o período histórico também conhecido como recorte histórico, e “escolher e peneirar” o seu estudo e análise, já que ninguém precisa conhecer o passado inteiro, pois as fontes se tornam muito extensas num período muito longo. O historiador precisa ter convicção da nomenclatura da história, utilizada pela matéria de seu estudo, disponibilizada de forma ultrapassada avante a época vivenciada pelo escritor “A história recebe seu vocabulário, portanto em sua maior parte, da própria matéria de seu estudo. Aceita-o, já cansado e deformado por longo uso; ambíguo, alias, não raro desde a origem, como todo sistema de expressão que não resulta do esforço severamente combinado dos técnicos” ( Bloch 2001:136p ).

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