Reconceituação Do Serviço Social No Brasil

Reconceituação do Serviço Social no Brasil:

Uma questão em movimento?

Autor: Vicente de Paula Faleiros

Introdução

Observamos no texto, que o autor coloca em ênfase na reconceituação do serviço social, o processo de desconstrução de um paradigma dominante na formulação teórica e prática do serviço social e a construção de um paradigma mais crítico e questionador.

Para entendermos a reconceituação não basta apenar comparar o “novo” e o “velho”, precisamos ir fundo com uma analise crítica de estratégias socioproficionais.

Surgiram então algumas formulações que se dominaram “reconceituadas”, mas que se mantiveram na perspectiva de melhorar o funcionamento do sistema dominante ou dos indivíduos e grupos dentro do sistema.

A primeira visão tenta incorporar ao serviço social uma perspectiva semelhante a das empresas, de “racionalização”.

A segunda tinha a proposta de uma re-novação (novo) do serviço social brasileiro e do cone Sul da América, pela lógica do planejamento então existente para se estabelecer o diagnóstico, um plano de ação e uma intervenção profissional.

A terceira vem expressa no Documento de Araxá, elaborado em 1967, a proposta era que a profissão teria tanto um caráter corretivo das causas que dificultam este desenvolvimento, como um caráter de promoção e prevenção, para evitar as causas dos desajustes.

Observamos também no texto o Documento de Teresópolis, de 1970, põe em ênfase o conceito das necessidades humanas, buscava aquilatar a distancia entre o provimento de necessidades da realidade e os limites estruturais.

O movimento social crítico

Mesmo com a ditadura, um grupo de profissionais, estudantes e técnicos, não vinculados a Igreja progressista, defendia uma perspectiva de profunda transformação social das estruturas de exploração e opressão das maiorias.

A formulação de um pensamento crítico no serviço social, vinculado à luta de classes, foi resultado de um processo histórico complexo de lutas, de resistência ao imperialismo e á ordem dominante, de organização das classes subalternas e de construção de um projeto político de aliança de intelectuais com os dominados, explorados e oprimidos, na luta por mudanças profundas.

O paradigma da reconceituação

Na metodologia explicitada por Marx, observamos que toda análise crítica implica a articulação do que está “posto” a seu “pressuposto” e de “pressuposto” ao que está “posto”, o que propicia a relação teórica/pratica um movimento dialético.

Esta perspectiva tem como base a inserção do serviço social heterogeneidade estrutural do capitalismo e a multidimensionalidade de relações de poder que dão as lutas e movimentos sócio-políticos econômicos, com relação de forças complexas, que se manifestam nas particularidades das demandas por serviços sociais.

A dialética teórica/ pratica é uma das questões-chave postas pelo movimento de reconceituação e que tem permanecido crucial ao longo de mais de quarenta