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Republica velha

Por:   •  12/9/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.830 Palavras (8 Páginas)  •  293 Visualizações

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O Rio Grande do sul na República Velha:

No RS, o poder estadual não estava nas mãos dos grandes fazendeiros, como nas outras regiões. Não conheceu o coronelismo tradicional da Republica Velha do resto do Brasil. Era comum que o chefe político municipal fosse de classe media, e não o mais rico proprietário.

Foi criada a categoria coronel burocrata, devido à subordinação dos chefes políticos regionais ao presidente do estado e ao PRR, porém no sul o coronel republicano não substituiu o Estado.

Em janeiro de 1898, Antonio Augusto Borges de Medeiros, assumiu a presidência do RS, apresentado por Julio de Castilhos.

Inicio do Borgismo

 Borges de Medeiros era o novo chefe político republicano, federalista, positivista, adepto da ortodoxia financeira e homem de poucas posses. Reformou o sistema tributário, instituindo o imposto territorial, investiu nos meios de transportes e na educação profissional e superior.

Na sua gestão foram decretados os códigos de Processo Penal, Civil e Comercial. Aprofundou o intervencionismo municipal, instituindo o intendente provisório.

Borges de Medeiros não concorreu à reeleição, indicando Carlos Barbosa Gonçalves a candidato do PRR, mantendo o comando.

A preterição do nome Fernando Abbott, propiciou que este se candidatasse como republicano dissidente (discordante) pelo Partido Rep. Democrático (PRD) fundado em Santa Maria, sob sua liderança e de Assis Brasil.

Em 1907, devido a feridas da guerra civil, os republicanos dissidentes receberam adesão de poucos lideres federalistas. Opunham-se ao financiamento da empresa colonial, as barreias alfandegários e ao apoio a industrialização.

Os republicanos dissidentes defenderam também a diminuição dos impostos sobre a propriedade da terra, a redução das taxas de importação e que a educação se voltasse mais as coisas do campo.

Assis Brasil pronunciou o livre cambio, contra o protecionismo industrialista.

O PRD expressava a reivindicação da propriedade latifundiária pastoril e propunha a consolidação do RS como espaço agrário – pastoril- latifundiário - mercantil. (por Taciane Gehlen)

Geração de 1907

Assis Brasil defendia não haver “no Brasil questão social” já que faltavam as condições estruturais para tal: “abundância de trabalhadores e falta de trabalho”.

Durante as eleições de 1907, estudantes de Direito, Engenharia, Medicina e Escola de Guerra formaram o “Bloco Acadêmico Castilhista” que defendiam o candidato governista. Eles fundaram O Debate, voltado à discussão da Política, Literatura e aos novos comportamentos. Um dos redatores era Getúlio Vargas, natural de São Borja.

O grupo integrou-se ao aparato do PRR. Ampliado, foi denominado de “Geração de 1907”.

Durante a gestão de Carlos Barbosa, Borges de Medeiros permaneceu na direção do PRR, dedicando-se à plantação de arroz em terras arrendadas, negou-se a advogar, perante as dificuldades, sua esposa teve que costurar pra fora.

Em sua gestão foram ampliadas redes ferroviárias e rodoviárias, em 1912 assumiu a responsabilidade pelo Porto de Porto Alegre, no período governamental construiu o Palácio Piratini. (por Graciele Bech)

Autonomismo gaúcho

Em 1908- 1913 o governo do Estado demarcou as terras indígenas, no norte do estado, a demarcação iniciou no início do séc. 19, quando da abertura do passo de Goio-en, no rio Uruguai, e da nova rota tropeira- Caminho das Missões- em direção a Sorocaba.

Em 1922 já existia reservas estabelecidas no RS como a de Cacique Doble, Carreteiro, Guarani, Inhacorá, Ligeiro, Nonoai, Serrinha, Ventarra e Votouro. Nas décadas que se seguiram, continuou o processo de apropriação privada das terras nativas. Nonoai foi a reserva que mais perdeu terras, cerca de vinte mil hectares de desde o início da demarcação.

Em 1910, o estado tinha a maior força política do país, porém o em 1915 o estado perde influência política nacional devido a morte de Pinheiro Machado com duas facadas nas costas.

José Gomes Pinheiro Machado nasceu em Cruz Alta em 1951, com 21 anos conduzia tropas de mulas para São Paulo, atividade da qual nunca se separou apesar da sua atribulada vida política.

Lutou ainda adolescente como voluntário na Guerra do Paraguai, era formado em Direito. Pinheiro machado participou do assalto republicano ao governo sulino em 1889 e foi eleito senador em 1891, lutou na Guerra Civil federalista de 1893 a 1895, após isso se transformou em grande representante do Rio Grande do Sul.

Foi porta voz no senado durante o governo de Hermes Fonseca e apoiou a ruptura da anistia dada aos marinheiros negros. Em 1912 foi eleito presidente do estado, lançado por Borges de Medeiros tomou posse em 1913 mantendo-se no poder até 1928, devida as repetidas reeleições.

Neste longo período governamental os portos de Rio Grande e de Porto Alegre foram modernizados, ferrovias foram ampliadas e hospitais construídos, como o Hospital São Pedro; o Arquivo Público, o Colégio Júlio de Castilhos, a Biblioteca Pública, o Quartel- General da Brigada Militar, o Palácio da Fazenda e das Obras Públicas também foram construídas.

Em 1920, consolida-se o novo perfil do Rio Grande. Os municípios com propriedade com mais de 5001 há, encontravam-se sobretudo no sul do estado, e as pequenas propriedades estavam ao norte, e sobretudo no nordeste. (por Rosemeri Machado)

A Pequena e a Grande Propriedade

        Em 1920, eram comuns os arrendamentos e os capatazes eram quem administravam. Mais de 20% das propriedades de Uruguaiana, São Borja e Rio Grande eram arrendados.

Muitos anos, a produção charqueadora sofria dura concorrência Uruguaia. Metade do gado de Rio Grande demorava de 10 a 25 dias de viajem até chegar aos Pelotenses. Então Bagé era responsável por um quarto das exportações de charque e couro.

O charque sulino sofria a concorrência da produção do Plata e desqualificava-se, devido às tecnologias de refrigeração. As exportações de charque gaúcho recuavam no mercado internacional.

A produção e a exportação de couros mantiveram-se estagnadas, apenas o desenvolvimento da lã ovina opunha-se à tendência de estagnação vivida pela Campanha, pois as lãs eram responsáveis por 4,3% das exportações rio-grandenses e grandes quantidades eram consumidas pelas indústrias têxteis regionais. (por Graciele Bech)

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