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Resenha - Movimento Negro

Por:   •  9/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.415 Palavras (6 Páginas)  •  606 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

SEMINÁRIO II

MOVIMENTO NEGRO BRASILEIRO

RESENHA

São Luís – MA

2018

DOMINGUES, Petrônio. Movimento Negro Brasileiro: alguns apontamentos históricos. Tempo [online]. 2007, vol.12, n.23, pp.100-122.

Petrônio Domingues possui graduação, mestrado e doutorado em História pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor vinculado ao departamento de História e Mestrado Profissional da Universidade Federal de Sergipe. Sua linha de pesquisa é voltada para o Brasil Republicano e Historiografia Brasileira, com ênfase em populações da diáspora africana, no Brasil e nas Américas, pós-abolição, movimentos sociais, identidades, biografias e multiculturalismo. 

Domingues, em seu artigo, se propõe a analisar as diversas estratégias de lutas realizadas por este Movimento, para inclusão do negro e superação do racismo. O Movimento Negro Brasileiro se tornou a principal ferramenta de contribuição para a produção de saberes que discutissem o papel do negro na sociedade, revisando as discriminações raciais, preconceitos, desigualdades, ações afirmativas e demais manifestações sociais, culturais, religiosas e econômicas. O aspecto da “raça” se torna importante e valorizado, não do ponto de vista inferiorizado como foi construído por intelectuais e cientistas, mas de maneira a preservar a sua própria história e auxiliar na construção de novos mecanismos emancipatórios, a raça torna-se então “um fator determinante de organização dos negros em torno de um projeto comum de ação”. Em sua análise histórica do movimento negro brasileiro durante a república, Petrônio Domingues divide em quatro fases. A primeira inicia em 1889 e dura até 1937, a segunda fase vai de 1945 a 1964, a terceira fase perdura de 1978 a 2000, a quarta fase tem início nos anos 2000 e perdura até os dias de hoje.

A primeira fase do movimento negro organizado na República tem o recorte temporal de 1889 a 1937 com o início do Estado Novo. Segundo Domingues (2007), a república, proclamada um ano após a abolição da escravatura, fez com que a população negra se tornasse marginalizada na sociedade brasileira tanto em termos políticos, econômicos e sociais. Em decorrência disto, houve a instituição de movimentos de mobilização racial negra por ex escravos e seus descendentes, essas primeiras organizações, de acordo com o autor eram “[...] de cunho eminentemente assistencialista, recreativo e/ou cultural, as associações conseguiram agregar um número não desprezível de “homens de cor”, como se dizia na época. ” (DOMINGUES, 2007, p. 103)

Nesse mesmo sentido, houve também o aparecimento de uma imprensa negra, marcada por uma imprensa alternativa, com o objetivo de tratar das questões que lhes eram pertinentes[1], o autor aponta que apenas em São Paulo havia 31 jornais desse segmento. Contudo, o movimento negro articulou-se significativamente com a fundação da Frente Negra Brasileira (FNB) na década de 1930 em São Paulo, essa organização foi, segundo o autor, na primeira metade do século XX, a mais importante entidade negra do país, responsável por sua transformação em um movimento de massa. Essa fase do movimento perdurou até 1937, quando a ditadura do Estado Novo desarticulou diversas organizações políticas, dentre estas, a FNB.

A segunda fase do movimento negro vai de 1945 com a fim da ditadura de Getúlio Vargas até 1964 quando começa a ditadura militar, diante disso, é possível perceber que o movimento negro passou por algumas rupturas durante essa fase que é ao mesmo tempo um ressurgimento, como também uma paralisação das atividades do movimento devido as ações dos militares. Esse ressurgimento do movimento negro nos anos de 1945 é marcado pelo expansionismo do movimento em vários estados do país e pelas contribuições da imprensa negra. Além disso, dois movimentos se destacam na segunda fase: a União dos Homens de Cor e o Teatro Experimental do Negro.

A União dos Homens de Cor (UHC), foi criada por João Cabral Alves, em 1943.Essa organização pretendia incluir os negros na sociedade nacional, como também oferecer mais qualificações aos negros marginalizados, assim sendo poderiam ter mais oportunidades. Filiais da União dos Homens de Cor (UHC) foram criadas em alguns estados do país como: São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Ceará entre outros.

O Teatro Experimental do Negro(TEN), foi fundado em 1944 pelo intelectual Abdias Nascimento. Essa organização também defendia os direitos dos negros enquanto sujeitos explorados e marginalizado de terem também o direito a educação e as artes, por isso a ideia inicial do Teatro Experimental Negro era de dar espaço as manifestações artísticas feitas por protagonistas negros de diferentes profissões.

Com o golpe civil-militar de 1964, o Movimento Negro passou a ser deslegitimado e, por conseguinte, perseguido por supostamente está criando um problema que não existia no Brasil. Talvez ainda influenciados pela "democracia racial" formulada por Gilberto Freyre em seu livro Casa Grande e Senzala, segundo o qual, no Brasil, as relações entre escravos e escravagistas estava permeada de paternalismo, e o escravo não se sentia tão violentado em todo processo de escravidão no Brasil, pois sua relação com o senhor era "amistosa". Desse modo, o Movimentos Negro enfrentou dificuldades em sua atuação que perpassava por "isolamento político, ditadura militar e o esvaziamento dos movimentos" (DOMINGUES, 2007, p.111 apud CUNHA JR, 1992, p.65).

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