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Resenha: O (pré)conceito de Idade Média

Por:   •  28/10/2023  •  Resenha  •  527 Palavras (3 Páginas)  •  24 Visualizações

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Hilário Franco Júnior é um historiador medievalista brasileiro. No capítulo O

(pré)conceito de Idade Média, introdução de seu conhecido livro Idade média:

nascimento do ocidente, o autor discorre acerca das tradicionais visões acerca da

Idade Média, tanto aquelas que a tratam como uma “idade das trevas” como as que

romantizam o período, e porque essas concepções devem ser postas de lado para

que se possa melhor compreender o Medievo.

O conceito de Idade Média tem suas origens no Renascimento. Os

renascentistas reviveram os ideais estéticos da Antiguidade greco-romana,

considerando-os superiores, e, deste modo, definiram o longo período entre eles e a

queda de Roma como uma época de decadência entre o que consideravam um

ápice civilizacional e a Renascença, época em que, como acreditavam, finalmente

dariam continuidade ao legado greco-romano.

Essa é a origem dos termos “Idade Média” e “Medievo”. Tais expressões

sugerem que se trata de mero intervalo entre duas grandes épocas. Esse período de

suposta decadência artística, tirania da Igreja Católica, fragmentação política e

comércio limitado, contrastaria com a nova era que se iniciara, a Idade Moderna.

Posteriormente, a partir do século XVIII, os iluministas também contribuíram

para a formação dessa visão essencialmente negativa da Idade Média. Seus valores

anticlericais e racionalistas os levaram a desprezar o período como uma antítese de

seus ideais, uma época de fanatismo religioso e supremacia da nobreza e da Igreja.

O Romantismo do século XIX criou uma visão mais positiva da Idade Média,

embora nem por isso menos preconceituosa. As Guerras Napoleônicas e outras

convulsões que se sucederam ao Iluminismo deram origem a uma visão

romantizada da Idade Média, tida como época de tradição, fé e surgimento das

identidades nacionais europeias, em oposição ao racionalismo iluminista que causou

diversas conturbações no continente. Era, portanto, uma época onde a emoção se

sobrepunha à razão.

A partir do século XX, esses lugares-comuns começam a ser defeitos, inobstante as

concepções tradicionais sobre o Medievo ainda sejam muito comuns. As visões

depreciativas e romantizadas foram formuladas a partir do viés de suas épocas, e

cabe ao historiador atual analisar o passado sem julgá-lo a partir

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