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Resenha: Terra em Transe

Por:   •  5/4/2023  •  Resenha  •  692 Palavras (3 Páginas)  •  76 Visualizações

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Resenha do filme: Terra em Transe

O filme "Terra em Transe", dirigido por Glauber Rocha em 1967, é uma obra-prima do cinema latino-americano que continua relevante até os dias atuais. Através de uma narrativa complexa e poética, o filme explora temas universais como poder, corrupção, arte e resistência, ao mesmo tempo em que dialoga diretamente com a história do Brasil e da América Latina.

A estética do filme é impactante e influenciada pelo movimento estético-político do Cinema Novo, que buscava fazer um cinema mais crítico e reflexivo sobre a realidade social brasileira. Glauber Rocha utiliza de uma linguagem visual ousada e experimental, com recursos estilísticos marcantes que constroem uma atmosfera de tensão e crítica social.

A obra reflete uma época importante da história do Brasil, marcada pela luta contra a ditadura militar e pela busca por uma sociedade mais justa e democrática. Em particular, o filme expõe as contradições e limitações do projeto nacionalista que dominava a cena política na época, e faz uma crítica contundente ao autoritarismo e à falta de liberdade e justiça social na América Latina. Ao mesmo tempo, "Terra em Transe" também celebra a capacidade de resistência e a importância da arte como forma de transformação e conscientização social.

A trama do filme se passa em Eldorado, um país fictício que representa simbolicamente o Brasil, governado por uma elite corrupta e opressora. O protagonista Paulo Martins, interpretado por Jardel Filho, é um poeta e jornalista que se envolve na luta política contra o governo e se torna uma figura importante na oposição. Sua atuação como voz ativa na resistência contra a opressão é marcada por ações e discursos inflamados em defesa da democracia e da transformação social, usando sua posição de poeta e jornalista para denunciar a opressão e a violência do regime político da cidade.

Apesar disso, contraditoriamente, Paulo sente certa repudia pelas forças populares que buscam controlar a narrativa e dominar a sociedade impondo uma mentalidade baseada na culpa e no medo, uma vez que isso limita a liberdade pessoal e impede o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Essa repulsa de Paulo pelas forças populares pode parecer paradoxal, uma vez que ele mesmo é um defensor da justiça social. No entanto, ele acredita que a imposição de uma mentalidade baseada na culpa e no medo não é o caminho para alcançar essa justiça. Para ele, a mudança real só pode vir por meio da educação e da conscientização, não por meio da imposição de ideias e valores.

Assim, Paulo se vê em uma posição delicada, pois deseja lutar pelos ideais em que acredita, mas não quer se tornar parte de uma estrutura de poder que não condiz com seus valores. Ele busca, então, um caminho que lhe permita agir com integridade e coerência, sem perder de vista sua visão de uma sociedade mais justa e livre.

Nesse cenário, é oferecida a ele a oportunidade de ser candidato à presidência pelo governo, mas recusa a oferta por não querer se tornar um instrumento do poder opressor. Essa decisão revela sua integridade e sua determinação em permanecer fiel às suas crenças e à luta pela liberdade e pela justiça social.

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