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Resenha de discursos de Fidel Castro

Por:   •  23/4/2016  •  Resenha  •  1.675 Palavras (7 Páginas)  •  406 Visualizações

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1° Discurso: “Revolução socialista e democrática em Cuba”. In: CASTRO, Fidel. La Revolución Cubana, 1953-62. México: Editora Era, 1976, p. 328-329.

  • Fidel faz esse discurso em 16 de Abril de 1961. Porque? Esse discurso ocorreu no Cemitério de Colón, como honra fúnebre em homenagem aos sete cubanos mortos em ataques aéreos feitos por tropas mercenárias a Cuba, dias antes. Fidel anuncia nesse discurso que todos se preparem para um ataque iminente, pois estes ataques anteriores que tinham como objetivo destruir as forças aéreas cubanas, tinham o objetivo maior de realizar um ataque a ilha.  Haviam informações de que os mercenários que realizaram estes ataques eram financiados pelos EUA, e hoje em dia sabemos que o eram de fato. O ataque de fato ocorre no dia seguinte, em Playa Girón, porém fracassou.
  • Este discurso é muito importante pois é a primeira vez que Fidel anuncia o caráter socialista da revolução na ilha, como podemos ver nesses trecho: “Isso é que não podem nos perdoar, que estejamos aqui, na frente do seu nariz, e que tenhamos feito uma revolução socialista no próprio nariz dos Estados Unidos!”
  • Importante também destacar pra quem Fidel lança esse discurso: “essa revolução, não a defenderemos com mercenários. Nós a defendemos com homens e mulheres do povo” e “operários e camponeses, homens e mulheres humildes da pátria, juram defender até a última gota de sangue esta revolução dos humildes, pelos humildes e para os humildes?”

2° Discurso: “De Martí a Marx”: In: CASTRO, Fidel. La Revolución Cubana 1953-1962. México, Editora Era, 1976, p. 394-399, 434-439.

  • Esse discurso foi pronunciado por Fidel em 2 de Dezembro de 1961, sendo transmitida em cadeia nacional de televisão, foi o momento em que Fidel anuncia pela primeira vez que é marxista-leninista e que ele se vale do marxismo como ideologia antiimperialista: “digo isso aqui com total satisfação e com total confiança: sou marxista-feminista e serei marxista-leninista até o último dia de minha vida.”
  • Fidel explica quem eram os trabalhadores e camponeses que eles encontraram em Sierra Maestra quando chegaram lá para montar a guerrilha. Fidel valoriza muito os trabalhadores da Sierra por serem no passado oprimidos pelo governo que retirava muito do dinheiro deles pois não possuiam títulos de propriedade, por isso viviam em precárias condições. Na Sierra não havia escola, não havia professor, só havia miséria. Tiveram que começar do zero quando os revolucionários chegaram, organizaram um aparelho militar e um aparelho político. Claro que muita gente jovem lutou na planicie, mas na Sierra havia uma organização revolucionária forjada por muitos anos de luta. Fidel fala que “O teatro para a luta eram as montanhas”. Lá, começou a tarefa de organizar o movimento guerrilheiro, dando-lhe experiência e adquirindo experiência, e ganhando as massas camponesas. O trabalho revolucionário chegou a contar com o apoio praticamente unânime dos camponeses da serra.
  • Fidel declara que o Pentágono e os imperialistas temem a luta revolucionária, mas que tentar evitá-la é perda de tempo: ela irá acontecer. “Ante a luta revolucionária dos povos não há remédio de nenhum tipo. Só o desaparecimento das causas que levam os povos à revolução.” Segundo Fidel, a guerrilha foi o fósforo que precisavam para colocar fogo, quem fez a revolução de fato foram as massas, o povo.
  • Fidel fala da Greve Geral, que ela não aconteceu na primeira vez que a lançaram pois não havia condições ainda para a sua vitória. “O que tem de fazer o revolucionário? Deve interpretar a realidade. Nós não interpretamos essa realidade e cometemos um erro.” “Quando a palavra de ordem foi lançada pela segunda vez, já tínhamos províncias inteiras isoladas, unidades completas do inimigo destruídas. O momento em que se lançou a palavra de ordem era o adequado, e então leva-se a cabo, simplesmente, a estratégia: a conquista do poder revolucionário com as massas”.
  • Fidel faz também a relação entre uma política capitalista e imperialista e uma política contrária a isso, anti-imperialista e socialista, política esta que Cuba seguiu. Sobre isso, Fidel declara que entre capitalista e socialismo não existe meio termo, os que caem nessa terceira posição ou são iludidos ou são falsos, defendem o imperialismo, são cúmplices.
  • Fidel, ao final do discurso, nos revela que a luta anti-imperialista é a única luta honrada que existe, e que por ser assim, teria de ser socialista. E além disso, teria de construir, no futuro, o comunismo “A revolução anti-imperialista e socialista tinha de ser só uma, uma verdadeira revolução, porque existe apenas uma revolução. Essa é a grande verdade dialética da humanidade: o imperialismo, e diante do imperialismo, o socialismo”. Fidel também declara que o socialismo deve superar a etapa do capitalismo e do imperialismo e seguir até o estabelecimento da era do comunismo.
  • Fidel termina dizendo que o marxismo é a teoria mais correta, mais científica, a única teoria verdadeira, revolucionária. E que ele então é um marxista-leninista, e o será até morrer.

3° Discurso: Discurso pronunciado em 8 de Outubro de 1987, no Ato Central pelo vigésimo aniversario da morte de Ernesto Che Guevara, na fábrica de Componentes Eletrônicos em Pinar del Río.

  • No início deste discurso, Fidel relembra os acontecimentos de 20 anos antes, quando milhares de pessoas se reuniram na Plaza de la Revolución, para prestar homenagem a Che Guevara. Foi quando receberam a notícia de que Che havia caído em combate.
  • Fidel, ao longo do discurso, vai lembrando do momento em que Che se junta ao movimento revolucionário no México, quando houve o desembarque do Granma, a guerrilha em Sierra Maestra e o triunfo da Revolução ao lado de Che. Anos depois Che resolve que irá se unir aos revolucionários latino-americanos em outros países. Che era persistente, queria cumprir um antigo desejo, uma velha ideia, de regressar a América do Sul, para a sua pátria, para fazer a revolução com toda a experiência adquirida em Cuba.
  • Fidel valoriza no discurso o talento de Che para grandes tarefas estratégicas. Conta que em Sierra Maestra eles utilizavam dos quadros mais antigos e experientes como Che e Camilo sendo estes preservados, para missões mais importantes que exigissem prática, experiência e maior liderança. Porém, dessa vez agora, Che não queria ser preservado, estava impaciente, queria participar pessoalmente das operações.
  • Depois de muitos meses sem notícias de Che, apenas sabendo o que acontecia pela Grande Mídia, e tendo que distinguir o que era verdade e mentira, vem a notícia que ninguém queria receber: a morte de Che. Segundo Fidel, por se tratar de uma pessoa como Che, tão exemplar, tão familiar, era difícil pensar na ideia de sua morte física. Isso tudo simbolizava um pouco do que Che era, do impacto que este teve, como este era presente físicamente, como também o era seus ideais, seus feitos, seus exemplos, as coisas que criou, com a vigência de sua figura em Cuba, na América Latina e em todo o mundo. Che virou a partir daquela data de 8 de outubro de 1967, um simbolo permanente e invencível de todos os oprimidos, dos explorados, dos revolucionários. Che também era um perfeito símbolo, a imagem do símbolo: com seu olhar franco e forte, com seu rosto que revela o caráter, a determinação, e ao mesmo tempo inteligência e pureza.
  • Fidel reflete que com o desaparecimento de seu corpo, os responsáveis queriam que não houvesse nada para enterrar e prestar homenagem, porém o que ocorreu a partir disso é que ocorrem homenagens a Che em todos os lugares do mundo, sem um lugar específico.
  • Se algum dia houver falta de um modelo para seguir, devemos seguir a Che como revolucionário, com seu hábito de ensinar pelo exemplo, do indivíduo que se entrega por uma causa ou uma ideia, solidário, que não abandona um companheiro etc.
  • Agora, o mais importante do texto, e que explica o quanto uma homenagem a Che, naquele momento em que Cuba vive, é tão importante, é o contexto da ilha em 1987: o período da retificação, da volta ao verdadeiro espírito revolucionário, do pensamento de Che, que a Revolução esqueceu-se por alguns anos.
  • Fidel critica firmemente atitudes que o país andava assumindo, de seguir o modelo soviético, com burocracias, mentiras, vícios. Ao invés de se afastar do espírito do capitalismo e seguir o caminho do socialismo, estavam fazendo o contrário. O trabalho voluntário, que Che tanto prezava, já não era mais valorizado e passa-se a valoriza as horas extras. O dinheiro voltou a comandar o país, e voltou junto a imoralidade e o roubo.
  • Fidel lamenta o que ocorria em Cuba e lança nesse discurso a volta as origens da Revolução, para que se aprenda com os erros cometidos. Pois Che teria se horrorizado ao ver tudo o que a ilha havia se tornado nos anos seguintes a sua morte.
  • Che acreditava nas pessoas, e essa fé que ele possuía é fundamental para que se acredite na Revolução, se acredite no triunfo do socialismo e no comunismo. Deve-se seguir o que Che acreditava e valorizava, o fator moral e da consciência antes do valor material. Isso é fundamental para que se busque a mudança das mentalidades que Che tanto queria, para que se alcance o comunismo.
  • Fidel, nesse discurso, tem um pedido a fazer ao mundo todo no vigésimo aniversário da morte de Che: que se busque, se aprenda e se espalhe pelo mundo o pensamento econômico de Che. Fidel por isso acredita que o período da retificação é o melhor período para homenagear Che, que realizar as mudanças que Cuba realiza nesse período é a melhor homenagem que podem fazer para a figura de Che.
  • Fidel conclui o discurso afirmando o caminho que Cuba deve perseguir, o caminho em busca do comunismo, que este caminho cria homens como Che, que caminhos como este podem criar homens e mulheres capazes de ser como Che. “E se um dia escolhemos o caminho da revolução, da revolução socialista, o caminho do comunismo, da construção do comunismo, hoje estamos orgulhosos de ter escolhido este caminho, porque somente esse caminho é capaz de criar homens como Che, é capaz de forjar um povo de milhões de homens e mulheres capazes de ser como Che.”

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