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Resenha - Discursos Criminológicos

Por:   •  29/4/2022  •  Resenha  •  1.257 Palavras (6 Páginas)  •  110 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

SAMUELY DA COSTA PEREIRA

RESENHA CRITICA DO FILME A EXPERIÊNCIA DE APRISIONAMENTO DE STANFORD

Niterói

 Março de 2021

O ABUSO DO PODER E A DESUMANIZAÇÂO

Samuely da Costa Pereira

O longa-metragem A experiência de aprisionamento de Stanford, dirigido por Kyle Patrick Alvarez, roteirizado por Tim Talbott, e produzido por Brent Emery, Lizzie Friedman, Karen Lauder e Greg Little, retrata um experimento real que tem o intuito de tentar entender como uma instituição afeta no comportamento de alguém.

O filme, publicado em 2015, usa jovens psicologicamente estáveis para participarem de uma experiencia de aprisionamento. Retratando, principalmente, em como as pessoas reagem quando tem o poder sobre absoluto sobre uma situação e como os que não tem direito nenhum lidam com a falta de poder.

Nesta obra, é retratado um experimento real conduzido pelo psicólogo e professor da Universidade de Stanford, Dr. Philip Zimbardo, no ano de1971, que consistia em simular uma prisão dentro do ambiente universitário, para isso, Zimbardo recrutou 24 voluntários dispostos a participar do experimento pelo período inicial de duas semanas, esses voluntários foram divididos igualmente em dois grupos, o dos prisioneiros e o dos guardas.

A prisão ficou localizada no subsolo do Departamento de Psicologia de Stanford, que foi organizado para o experimento. Haviam vários espectadores para essa pesquisa junto com Zimbardo o "Superintendente”.

Aos guardas tinham uniformes, óculos e cassetetes. Diferentemente dos prisioneiros, os guardas trabalhavam em turnos e poderiam voltar para suas casas nas horas livres. Já, os prisioneiros, deveriam vestir apenas uma espécie de vestido, sem roupa de baixo, descalços e teriam que ficar permanentemente no local até o fim da experiência. Tais medidas foram pensadas para aumentar o desconforto perante aquela situação. Eles receberam números em vez de nomes. Estes números eram costurados aos seus uniformes e os guardas deixaram explicito como eles não eram mais nada a não ser seus números, expandindo a desumanização sobre os prisioneiros.

O experimento ficou rapidamente fora de controle. Os prisioneiros sofriam abusos, tratamentos humilhantes e sádicos por parte dos guardas e, como resultado, começaram a apresentar severos distúrbios emocionais. Os guardas maltratavam os prisioneiros e impunham-lhes castigos físicos. De um dia para o outro, a prisão tornou-se um local insalubre, tanto mental quanto físico, pois os guardas também tiraram o direito de ir ao banheiro, forçando-os a usar baldes.

Os dias seguiram sendo sufocantes para os prisioneiros de forma que alguns deles foram dispensados do experimento e voltaram para casa, por receio dos diretores da pesquisa que eles contactassem a polícia ou advogados e comprometessem, ainda mais, toda a pesquisa.

No fim, ao ser alertado sobre os efeitos adversos do experimento, tanto nos objetos de pesquisa quanto nos diretores da pesquisa, Zimbardo decide abortar o ensaio. O experimento, que havia sido planejado para durar duas semanas, durou apenas seis dias.

Desse modo, é possível perceber que, segundo Foucault, no início do século XVIII a forma como as penas eram executadas não cumpriam com o que os reformadores queriam, pois, suas reais intenções, eram que o povo ficasse assustado com as execuções. Portanto, é notável o quanto a instauração do medo pretendia ser usada como uma arma política do efeito desses rituais. Assim como Nicolau Maquiavel disserta em sua obra “O Príncipe”, sugerindo que um líder deseja um equilíbrio em temor e amor, mas como é difícil reuni-las, é mais seguro ser temido do que amado.

Em tal época, esses espetáculos de dor eram considerados uma pena, um suplício, e para Foucault, para ser considerado como tal deve obedecer a três critérios principais: o suplício dever ser uma dor indescritível e pior que a morte, que ele deveria deixar uma marca no corpo e deve assustar aqueles que o veem.

As transformações no suplício aconteceram de forma gradativa, pois não houve um momento específico para seu fim. Portanto, para Foucault, as transformações são melhor observadas com a introdução de técnicas de penas de morte indolores ou com menor grau de sofrimento, como a decapitação, a partir da Revolução Francesa. A decapitação foi por muito tempo considerada uma forma limpa de morte, pois não havia sangue nas mãos de ninguém.

Um debate mais concreto sobre os direitos dos homens foi quando o direito natural toma maior força no Iluminismo, com os contratualistas, quando, John Locke, pensador iluminista e considerado o pai do liberalismo, escreve em O Segundo Tratado Sobre o Governo que os direitos naturais são os direitos à vida, liberdade e propriedade: um governo legítimo seria um que preservasse esses direitos. Também é citado na Declaração americana de Independência:“(…) Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade.”

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