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Resumo Do Texto "A Presença De Crianças De Etnia Cigana"

Artigo: Resumo Do Texto "A Presença De Crianças De Etnia Cigana". Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  20/11/2013  •  627 Palavras (3 Páginas)  •  306 Visualizações

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A presença de crianças de etnia cigana, em contextos de educação formal, é um “fenómeno” recente que, cada vez mais, ocorre na sociedade portuguesa. Tal situação coloca as crianças perante a incontornável necessidade de se confrontarem e de se relacionarem com outras crianças ciganas e não ciganas, que transportam consigo um conjunto de representações do que significa ser criança cigana e não cigana. Estas representações permeiam as interacções entre as crianças, num contexto de educação formal, onde existe uma ordem social adulta monocultural destinada à totalidade das crianças. No sentido de procurar compreender como é que as crianças de etnia cigana vivem a sua experiência num JI, em que existem outras crianças - ciganas e não ciganas - leva-se a cabo uma pesquisa num JI do ME. Esta, insere-se no âmbito de uma metodologia de orientação etnográfica, onde se privilegiou a observação participante - técnica capaz de colocar o investigador face à possibilidade de aceder aos mundos sociais e culturais das crianças e, assim, propiciar a recolha de informações em primeira mão, que permitam descodificar os sentidos por elas atribuídos à sua experiência vivida no JI, na vida de todos os dias. Ao longo do trabalho, tenta-se perceber (i) a ordem social instituída no JI, nomeadamente, no que concerne à organização do espaço/tempo, à distribuição e organização dos materiais por forma a explicitar, as suas regras e rotinas; (ii) de que maneira, perante a ordem institucional, as relações entre os grupos de pares se vêem dinamizadas ou constrangidas, e (iii) o(s) modo(s) como, no JI, as crianças se relacionam com aquela ordem institucional, ali (re)construindo as suas próprias ordens sociais. Procuram-se, assim, entender os processos interaccionais que emergem e se desenvolvem entre as crianças, no decorrer das diferentes rotinas implementadas no JI, nomeadamente, nos momentos da apresentação das surpresas, ou nos momentos do brincar e da arrumação. Tem-se, igualmente, a intenção de vislumbrar de que maneira as crianças se aceitam ou se rejeitam, superam (ou não) as distâncias que social e etnicamente as separam e de que modo interagem, cooperando no desenvolvimento de acções comuns, partilhando as culturas de pertença social, étnica, de género e de classe, e as culturas infantis – brincar/ jogar com outros. Sendo este estudo de âmbito exploratório, não ousamos fazer generalizações. No entanto, para os objectivos deste trabalho, torna-se pertinente referir a constatação de que as crianças de etnia cigana são as que mais explicitamente afrontam a ordem social adulta e as que, de modo velado ou declarado, evidenciam estratégias de a contornar, afirmando-se como actores sociais competentes, sobretudo, quando se trata de rotinas e regras que exigem maior imobilidade e se traduzem, por isso, em maior “violência simbólica” (Bourdieu e Passeron, 1978). De igual modo, se dá conta de processos de inter exclusão sociais, entre os dois subgrupos de crianças – ciganas e não ciganas –: geralmente, para as brincadeiras de grupos de pares, as crianças ciganas são as menos procuradas pelas não ciganas. Por outro lado, ocorrem processos de intra exclusão social entre as próprias ciganas, sobretudo com crianças ciganas pertencentes a um nível sócio económico inferior. Assiste-se, ainda, a situações em que as crianças de etnia cigana se aceitam mutuamente,

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