TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Revolução Francesa

Trabalho Escolar: Revolução Francesa. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  25/11/2014  •  5.547 Palavras (23 Páginas)  •  20.406 Visualizações

Página 1 de 23

UNIVERSIDADE ANHANGUERA

DIREITO

Alex Frazão Nascimento

Jorge Virginio Filho

Jose Marcos Pereira Nunes

Luis Carlos Bernardo

REVOLUÇÃO FRANCESA

SÃO PAULO

2014

Alex Frazão Nascimento 9896537852

Jorge Virginio Filho 1299100189

Jose Marcos Pereira Nunes

Luis Carlos Bernardo 9898538256

Saryta Oliveira Silva 1299103849

Severino Marcos Galindo 8871408984

REVOLUÇÃO FRANCESA

Trabalho desenvolvido para a disciplina Ciência Politica e Teoria Geral do Estado ,apresentado à Anhanguera Educacional como exigência para a avaliação do segundo bimestre

Professor Doutor Diamantino Sardinha Neto

SÃO PAULO

2014

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 5

1.ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO FRANCESA 6

2. AS CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA 8

2.1 QUESTÕES SOCIAIS 9

2.2 CAUSAS ECONOMICAS 10

2.3 CAUSAS POLITICAS 10

2.4 CAUSAS INTELECTUAIS 11

3. A REVOLUÇÃO FRANCESA 12

4. ASSEMBLEIA CONSTITUINTE E A QUEDA DA BASTILHA 14

5. A CONSTITUIÇÃO DE 1791.................................................................................................................17

6. A QUEDA DA MONARQUIA 18

7. A CONVENÇÃO 20

7.1 REPUBLICA JACOBINA 20

8. DIRETORIO 23

8.1 NAPOLEÃO NO PODER 23

9. O 18 BRUMARIO E O FIM DA REVOLUÇÃO 25

CONCLUSÃO 26

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 27

INTRODUÇÃO

Este trabalho trata-se de um estudo sobre a Revolução francesa falaremos sobre seus antecedentes suas causas e uma série de eventos que ocorreram de 1989 a 1799.

Estes eventos alteraram o quadro político, econômico e social da frança, antes da revolução francesa a França era regida pelo absolutismo monárquico, o mercantilismo e a sociedade estamental com a revolução a França rompeu com o regime absolutista monárquico que dominava a Europa desde o século XV.

A Revolução tornou-se um importantíssimo marco para a história e deu inicio a Idade Contemporânea além de inspirar reformas em outros Países ela também influenciou na independência das colônias espanholas e na independência do Brasil.

Embora a Revolução francesa tenha sido uma revolução burguesa, não podemos deixar de citar a grande participação popular.

Representa o momento em que a burguesia, já depositária do poder economico atinge também o poder político.

1. ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO FRANCESA

Antes de entrarmos de fato na revolução francesa, é necessário que antes entendamos com um breve relato as transformações ideológicas do período.

No século XVIII vários pensadores contribuíram para o movimento iluminista, que realizava critica contra os privilégios e problemas causados pelas monarquias nacionais. A sociedade francesa do século XVIII mantinha a divisão em três Ordens ou Estados típica do Antigo Regime:Clero ou Primeiro Estado, Nobreza ou Segundo Estado, e Povo ou Terceiro Estado cada qual regendo-se por leis próprias , com um Rei que detinha um poder supremo independente no topo da hierarquia dos Estados.

A maioria dos pensadores achava que o rei trazia uma situação política contraria ao exercício das liberdades e da desigualdade que atingia o homem. Sendo assim os pensadores iriam propor um regime novo dividido em três poderes que poderiam fazer o exercício da justiça através de um conjunto de leis que valiam para qualquer indivíduo e isso independeria de sua situação política, econômica ou religião.

E é por meio disso que nasceu o bordão revolucionário francês “Liberte, Egalité, Fraternité” (Liberdade, Igualdade, Fraternidade).

As questões políticas e sociais devem ser igualmente consideradas para compreendermos a ideia iluminista.

A França estava em uma situação muito contraditória antes da sua revolução liberal. A burguesia que era responsável pelo desenvolvimento financeiro e comercial do país começou a encontrar dificuldades para garantir os seus interesses particulares.

Em quanto isso a nobreza e o clero eram sustentados pela cobrança de impostos caros que atrapalhava a expansão da atividade comercial da burguesia do país.

Voltando a algumas décadas do século XVIII, podemos ver que a derrota na Guerra dos Sete anos, e os gastos que ocorreram na guerra da independência dos Estados Unidos, gerou muitos gastos na qual enfraqueceram a economia francesa, sendo assim a monarquia francesa aumentou os impostos e a fiscalização para ampliar as fontes de arrecadação que sustentavam o regime monárquico.

Se não bastassem os problemas com relação à burguesia, grande parte da população francesa ainda vivia no campo, sob as antigas tradições e exigências medievais.

Os camponeses eram oprimidos pelos nobres proprietários de terra que eram protegidos pela monarquia e isso abriu outro foco de tensões que se agravou com a crise de abastecimento que atingiu a França um pouco antes da revolução.

A partir de 1787, as más colheitas provocaram um grande aumento no valor dos alimentos, foi ai que percebemos que o grupo social mais numeroso no caso os camponeses e o mais próspero a burguesia estavam insatisfeitos com o regime.

Apesar da insatisfação, estes dois grupos não tinham condições de ter suas demandas atendidas pelo governo. Somente os membros do chamado Primeiro Estado e o Segundo Estado tinham influência suficiente para ter seus interesses atendidos pela figura do rei. Com isso, uma grande possibilidade de mudança viria a tomar conta de toda a França, no final do século XVIII.

2. AS CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA

Suas causas podem se dividir em políticas, econômicas, sociais e intelectuais.

Podemos destacar também o envolvimento da frança em várias guerras e os gastos de Luís XVI e sua corte, o antigo regime, a ascensão da burguesia a manutenção do mercantilismo e os ideais do iluminismo, mas o estopim para a revolução foi Ai ituação da frança em 1787, após o colapso financeiro no ano anterior. O país em divida e sua renda só dava para pagar os juros e os custos da corte.

Luís XV I implantou um novo imposto sobre a propriedade da nobreza e do clero, que foi rejeitado pela Assembleia dos Notáveis, e fez com que o rei convocasse a Assembleia dos Estados Gerais.

Depois da discórdia quanto ao sistema de votação, na qual cada classe teria direito a um só voto independente do numero de deputados, e o voto chamado "cabeça por cabeça", o terceiro estado defensor do último modelo, reunisse em Assembleia Nacional, com medo das implicações da elevação do Terceiro estado, frente às duas outras classes, Luís XVI impediu as reuniões e realizou uma sessão na qual anunciou reformas que tencionava decretar e a manutenção da separação de classes com sessões em salas separadas.

Depois da Desobediência do primeiro e terceiro Estados, a Assembleia Geral tornou-se Assembleia Nacional Constituinte, e teve direito de propor as reformas que desejar e seu exemplo se espalhou por toda a França, gerando a anarquia.

A monarquia decidiu desfazer a assembleia, e o povo se sentiu ameaçado.

As causas da revolução francesa são remotas a imediatas.

Entre as do primeiro grupo, há de considerar que a França passava por um período de crise financeira, e a causa mais forte da revolução foi a economia, já que as causas sociais, como de costume, não conseguem ser ouvidas por si só.

Em meio ao caos econômico e o descontentamento geral, Luís XVI não conseguiu promover reformas tributarias ele foi impedido pela nobreza e pelo clero.

2.1 QUESTÕES SOCIAIS

Na metade do século XVIII A França possuía grupos privilegiados:

O clero ou Primeiro Estado, que representava 0,5% da população, era a nobreza e era contra as reformas, e pelo Baixo Clero o povo.

A Nobreza, ou segundo Estado que era composta por palacianos que sobrevivia à custa do Estado, por uma camada provincial, que se mantinha com a renda dos feudos e uma camada chamada Nobreza Togada, onde alguns juízes e altos funcionários burgueses adquiriram os seus títulos e cargos, transmissíveis aos herdeiros é eram 1,5% dos habitantes.

Esses dois estados oprimiam e exploravam o Terceiro Estado,

Formado por burgueses, camponeses sem terra e "sans-culottes", uma camada heterogênea composta por artesãos, aprendizes e proletários, que tinham este nome graças às calças simples que usavam diferentes dos tecidos caros utilizados pelos nobres.

Os impostos e contribuições para o Estado, o clero e a nobreza incidiam sobre o Terceiro Estado, uma vez que os dois últimos não só tinham isenção tributária como ainda usufruíam do tesouro real por meio de pensões e cargos públicos.

A França ainda tinha grandes características feudais: 80% de sua economia eram agrícolas. Quando uma grande escassez de alimentos ocorreu devido a uma onda de frio na região, a população foi obrigada a mudar-se para as cidades e lá, nas fábricas, era constantemente explorada e a cada ano tornava-se mais miserável. Vivia à base de pão preto e em casas de péssimas condições, sem saneamento básico e vulnerável a muitas doenças.

2.2 CAUSAS ECONOMICAS

As riquezas eram mal distribuídas; a crise produtiva manufatureira estava ligada ao sistema corporativo, que fixava quantidade e condições de produtividade. Isso descontentou a burguesia.

2.3 CAUSAS POLITICAS

No mês 2 de 1787, o ministro das finanças, submeteu a assembleia de Notáveis, escolhidos entre a nobreza, clero, burguesia e burocracia.

Um projeto que incluía o lançamento de um novo imposto sobre a propriedade da nobreza e do clero. Esta Assembleia não aprovou o novo imposto, pedindo que o rei Luís XVI convocasse os Estados-Gerais.

Em 8 de Agosto, o rei concordou, convocando os Estados Gerais para Maio de 1789. Fazendo parte dos trabalhos preparatórios da reunião dos Estados Gerais, começaram a ser escritos os tradicionais cahiers de doléances, onde se registraram as queixas das três ordens.

O Parlamento de Paris proclama então que os Estados Gerais se deveriam reunir de acordo com as regras observadas na sua última reunião, em 1614.

Aproveitando a lembrança, o Clube dos Trinta começa imediatamente a lançar panfletos defendendo o voto individual inorgânico - "um homem, um voto" - e a duplicação dos representantes do Terceiro Estado. Várias reuniões de Assembleias provinciais, como em Grenoble, já o haviam feito. Jacques Necker, de novo ministro das finanças, manifesta a sua concordância com a duplicação dos representantes do Terceiro Estado, deixando para as reuniões dos Estados a decisão quanto ao modo de votação que podia ser pelas ordens que era chamado de orgânico ou por cabeça que era chamado de inorgânico.

Serão eleitos 291 deputados para a reunião do Primeiro Estado, 270 para a do Segundo Estado, e 578 deputados para a reunião do Terceiro Estado.

Entretanto, multiplicam-se os panfletos, surgindo nobres como o conde d'Antraigues, e clérigos como o bispo Sieyès, a defender que o Terceiro estado era todo o Estado. Escrevia o bispo Sieyès, em Janeiro de 1779: “O que é o terceiro estado? Tudo. O que é que tem sido até agora na ordem política? Nada. O que é que pede? Tornar-se alguma coisa”.

A reunião dos Estados Gerais vai iniciar-se em Versalhes no dia 5 de Maio de 1789.

2.4 CAUSAS INTELECTUAIS

A reavaliação das bases jurídicas do Antigo Regime foi montada à luz do pensamento Iluminista, representado por Voltaire, Diderot, Montesquieu, John Locke, Rousseau, Immanuel Kant etc. Eles forneceram pensamentos para criticar as estruturas políticas e sociais absolutistas e sugeriram a ideia de uma maneira de conduzir liberal burguesa.

3. A REVOLUÇÃO FRANCESA

A Revolução Francesa trata de acontecimentos que acontecerem e mudaram a política do país entre 5 de maio de 1789 e 9 de novembro de 1799 e foi um dos maiores acontecimentos da humanidade.

Neste intervalo de tempo, houve a convocação dos Estados Gerais, juntamente com a queda de Bastilha, além do golpe de estado de Napoleão Bonaparte, mais conhecido como 18 de Brumário.

Foi a Revolução Francesa que estimulou o início da Idade Contemporânea e seu principal benefício foi a eliminação da escravidão, a servidão e os direitos feudais, a promoção da liberdade e dos direitos individuais e da sociedade que foram conquistados.

Mas antes de tudo isso acontecer na França ocorreu os sistemas de governo como ditadura, impérios e monarquia constitucional.

Os principais motivos que geraram o surgimento da Revolução Francesa foram os seguintes:

A crise financeira sofrida pelo país antes da revolução

Os envolvimentos da França na Guerra de Independência dos Estados Unidos, além da participação e derrota na Guerra dos Sete Anos, resultaram em motivos bélicos para o surgimento da crise e também para a insatisfação geral do povo.

As finanças e os custos gerados pela Corte de Luís XVI foi um dos fatores para a crise financeira. Os tributos estavam pesados para o povo e, com a isenção de pagamentos de impostos para os Privilegiados, além dos gastos supérfluos da Corte, pesaram muito na balança da insatisfação do povo.

A Revolução Francesa pode ser dividida em quatro partes, cada uma delas com suas características e estágios diferentes:

O primeiro período foi a Assembleia Constituinte e ocorreu entre 9 de julho de 1789 até 30 de setembro de 1791.

O segundo período foi a Assembleia Legislativa e ocorreu entre 8 de outubro de 1791 até 7 de setembro de 1792 aproximadamente.

Logo depois veio a Convenção Nacional, ocorrida entre 20 de setembro de 1972 até 26 de outubro de 1795.

Por fim, veio o Período do Diretório, ocorrido até 1799.

Os principais fatos ocorridos e que tiveram importante colaboração e influência na Revolução Francesa foram os seguintes:

Revolta dos Notáveis em 1787.

Em 1789, com a Revolta do Terceiro Estado, a Tomada de Bastilha e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Confisco dos bens do Clero, em 1790.

Estabelecimento da Monarquia Constitucional e fuga seguida da prisão de Luís XVI, em 1791.

França sendo invadida pela Áustria e Prússia, em 1792.

Golpe de estado, em 1799, por Napoleão Bonaparte.

A participação de diversos personagens e força governamentais, além da influência do povo, deixaram a revolução mais intensa.

A Revolução Francesa foi um dos acontecimentos mais conturbados da História, além de ser uma das mais importantes revoluções na história da humanidade.

4. ASSEMBLEIA CONSTITUINTE E A QUEDA DA BASTILHA

A assembleia foi convocada para o dia 5 de maio de 1789, no Palácio de Versalhes. Após abrir a sessão, Luiz XVI deu por iniciada as votações e discussões sobre os problemas que afetavam a sociedade francesa. Porém, o sistema de votação era bastante peculiar: cada Estado tinha um voto e ao fazer a votação para saber como seriam pagos os impostos, o clero e a nobreza se aliaram, decidindo que o 1º e 2º Estado permaneceriam isentos da contribuição dos impostos.

Esse modelo de votação provocou uma revolta por parte dos representantes do 3º Estado, que exigiram que as reuniões tivessem que ser conjuntas e não separadas. Mediante a negação, o 3º Estado proclamou a Assembleia Geral Nacional.

O Rei tentando conter as exaltações ordenou o fechamento da sala de reuniões. Porém, os deputados do 3º Estado se dirigiram para um salão do palácio, utilizado pela nobreza, para jogos. Nesse local eles iniciaram uma reunião, onde juraram ficar reunidos até que a França adotasse sua própria Constituição. Este acontecimento recebeu o nome de “O Juramento do Jogo de Pela”.

Em 9 de julho de 1789, foi proclamada a Assembleia Nacional Constituinte, responsável por elaborar a Constituição da França. Com ela, o Rei não teria mais o poder absoluto.

Queda da Bastilha: No dia 14 de julho de 1789 um movimento comandado pela população francesa foi de encontro a Bastilha, uma prisão política que representava o tiranismo absolutista. A multidão libertou os presos, massacrou os guardas, incendiou e destruiu a Bastilha e decapitou o responsável pela prisão.

Os camponeses também se revoltaram invadindo os castelos, saqueando as casas e executando famílias nobres. Eles também ocuparam propriedades feudais e exigiram reformas. O Rei tentando acalmar a população toma algumas precauções e manda abolir o regime feudal dos camponeses e os privilégios tributários do clero e da nobreza. Com medo, muitos nobres fugiram do país e a monarquia francesa foi capturada.

A burguesia preocupada com as bases doutrinárias de sua revolução aprovou em 26 de agosto de 1789 a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, dando fim a qualquer dispositivo legal que juridicamente diferenciasse as classes sociais da França. O lema dos revolucionários ficariam conhecidos por muitos anos: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Os principais pontos foram:

Respeito a dignidade das pessoas

Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei

Direito à propriedade à opressão política

Liberdade de opinião e pensamento

O documento declarava a liberdade jurídica e pessoal para todos os homens do mundo, a propriedade privada sendo inviolável e sagrada e legitimava a burguesia no poder político do Estado, como classe dominante. Para a burguesia, a revolução já podia dar-se por encerrada, já que seus interesses haviam sido conquistados. Ela agora precisava impedir que o movimento se transformasse numa revolução popular.

Na primeira fase da Assembleia Nacional Constituinte , foi fundada uma Monarquia Parlamentarista ou Constitucional. O confisco dos bens do clero francês foi considerado um dos atos mais importantes da Assembleia. Uma parte do clero não aceitou a imposição e a Assembleia decretou a Constituição Civil do Clero, onde o clero passava a ser funcionário do Estado. Alguns fiéis concordaram e juraram fidelidade à revolução, indo contra o Papa. E houve aqueles que emigraram e no exterior se uniram para reagir contra a revolução.

O Rei não conseguiu assimilar a perda do poder e em contato com emigrados do exterior, começou a conspirar para invadir a França na tentativa de restaurar o absolutismo. O monarca fugiu para a Prússia, mas no meio do caminho foi reconhecido por camponeses, preso e enviado de volta à Paris, onde ficaria sob vigilância. Ele foi guilhotinado em 1793.

Em 1791 a Constituição ficou pronta, instituindo a Monarquia Parlamentar. As principais resoluções foram:

Três novos poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Caberia à Assembleia o poder legislativo e o rei o poder executivo. O trono continuaria hereditário e os deputados exerceriam mandatos de apenas dois anos.

Igualdade jurídica

Abolição dos privilégios do clero e da nobreza

Abolição do feudalismo

Liberdade de produção e de comércio

Separação da Igreja e do Estado

Nacionalização dos bens do clero e a Constituição Civil do Clero

Nessa nova fase o voto era censitário, ou seja, o poder continuava na mãos de poucos, sendo estes uma parte privilegiada: a alta burguesia. O povo francês continuaria sem poder de voto, o que gerou conflitos entre os integrantes do terceiro estado e resultou na separação e criação de novos partidos.

O partido radical era liderado por Robespierre, que eram considerados populistas. Eles eram chamados de Jacobinos, integrantes da baixa e média burguesia que defendiam os interesses do povo. Havia também o grupo conhecido como Girondinos, que eram integrantes da alta burguesia. Na extrema direita haviam poucos remanescentes da aristocracia, conhecidos por aristocratas, defendiam o poder absoluto.

A monarquia fugia aterrorizada temendo uma radicalização da revolução. Em 1792, as guardas nacionais foram tomadas por um grupo liderado por Robespierre. Essa fase foi marcada pelo processo de radicalização do movimento revolucionário e Robespierre incitou o povo contra a assembleia e os conservadores.

Em setembro de 1792, ocorreu a Batalha de Valmy, em que a população francesa venceu o exército contrarrevolucionário formado pelas lideranças absolutistas. Foi o momento para avaliar o peso do exército formado pelo povo contra um de verdade.

5. A CONSTITUIÇÃO DE 1791

Em setembro de 1791, foi promulgada a primeira Constituição da França que resumia as realizações da Revolução.

Foi implantada uma monarquia constitucional, isto é, o rei perdeu seus poderes absolutos e criou-se uma efetiva separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Além disso, foram concedidos direitos civis completos aos cidadãos.

A população foi dividida em cidadãos ativos e passivos. Somente os cidadãos ativos, que pagavam impostos e possuíam dinheiro ou propriedades, participavam da vida política. Era o voto censitário. Os passivos eram os não votantes, como mulheres, trabalhadores desempregados e outros.

Apesar de ter limitado os poderes do rei, este tinha ainda o direito de designar seus ministros.

De mais, a constituição aboliu o feudalismo, nacionalizava os bens eclesiásticos e reconhecia a igualdade civil e jurídica entre os cidadãos.

Em síntese, a Constituição de 1791 estabeleceu na França as linhas gerais para o surgimento de uma sociedade burguesa e capitalista em lugar da anterior, feudal e aristocrática.

Apesar disso, este projeto não teve muita sustentação. Alguns setores urbanos queriam continuar com o processo revolucionário, enquanto nobres fugiam e se refugiavam no exterior, planejando à distância organizar violentamente uma vingança armada. Os emigrados tinham apoio de Estados Absolutistas como Áustria e Prússia, que viam o resultado do movimento revolucionário francês como perigoso para os seus domínios.

Em agosto de 1791, após a tentativa frustrada de fuga da família real para a Áustria, os países que até então apoiavam a França lançaram a Declaração de Pillnitz, que afirmava (e apoiava) a restauração da monarquia francesa como um projeto de interesse comum a todos os Estados europeus. A população francesa ficou enfurecida, pois enxergava esta ação como uma intromissão direta aos assuntos do país.

6. QUEDA DA MONARQUIA

Os emigrados buscavam apoio externo para restaurar o Estado absoluto. As vizinhas potências absolutistas apoiavam esses movimentos, pois temiam a irradiação das ideias revolucionárias francesas para seus países. Os emigrados e as monarquias absolutistas formaram uma aliança destinada a restaurar, na França, os poderes absolutos de Luís XVI. Alegando a necessidade de se restaurar a dignidade real da França, na Declaração de Pillnitz (1791) esses países ameaçaram a França de uma intervenção.

Em 1792, a Assembleia Legislativa aprovou uma declaração de guerra contra a Áustria. É interessante salientar que a burguesia e a aristocracia queriam a guerra por motivos diferentes. Enquanto para a burguesia a guerra seria breve e vitoriosa, para o rei e a aristocracia seria a esperança de retorno ao velho regime. Palavras de Luís XVI: "Em lugar de uma guerra civil, esta será uma guerra política" e da rainha Maria Antonieta: "Os imbecis [referia-se a burguesia]! Não veem que nos servem". Portanto, o rei e a aristocracia não vacilaram em trair a França revolucionária.

Diante da aproximação dos exércitos coligados estrangeiros, formaram-se por toda a França batalhões de voluntários.

Luís XVI e Maria Antonieta foram presos, acusados de traição ao país por colaborarem com os invasores.

A Batalha de Valmy.

Verdun, última defesa de Paris, foi sitiada pelos prussianos. O povo, chamado a defender a revolução, saiu às ruas e massacrou muitos partidários do Antigo Regime. Sob o comando de Danton, Robespierre e Marat, foram distribuídas armas ao povo e foi organizada a Comuna Insurrecional de Paris. As palavras de Danton ressoaram de forma marcante nos corações dos revolucionários. Disse ele: "Para vencer os inimigos, necessitamos de audácia, cada vez mais audácia, e então a França estará salva".

O povo, entre o pânico e o rancor, responsabiliza os inimigos internos pela situação. Entre 2 e 6 de setembro de 1792, são massacrados os padres refratários, os suspeitos de atividades contrarrevolucionárias e os presos de delito comum das prisões de Paris. A matança dura vários dias sem que as autoridades administrativas ousem intervir. Os chamados “massacres de Setembro”, que chocam a opinião pública, marcam uma página importante da Revolução.

Em 20 de setembro aconteceu aquilo que parecia impossível: as tropas revolucionárias, famintas, mal vestidas, mas alimentadas por seus ideais, derrotaram, ao som da Marselhesa (o hino da revolução), a coligação anti-francesa na Batalha de Valmy

7. A CONVENÇÃO

A Convenção Nacional foi criada por uma assembleia após a tomada do palácio real pelos parisienses. A Convenção Nacional era uma espécie de regime republicano onde de um lado os jacobinos defendiam mudanças radicais que dessem mais direitos ao povo, esses eram liderados pela pequena burguesia e apoiados pelos sans-culottes, as massas populares de Paris, do outro lado os girondinos, povo conservador preocupado em manter suas atuais conquistas. Havia ainda um grupo de deputados sem opiniões muito firmes, que votavam na proposta que tinha mais chances de vencer. Eram chamados de planície ou pântano.

Nesse período foram descobertos documentos secretos que comprometiam o rei Luís XVI que foi julgado como traidor e com a força dos populares jacobinos executado na guilhotina.

7.1 REPUBLICA JACOBINA

A República Jacobina foi à fase mais dura: Radicalismo e terror, da Revolução Francesa sendo ainda hoje um marco inesquecível para todos os países. Sua influência é direta e universal; forneceu o modelo para todos os movimentos revolucionários posteriores. Foi a priori, uma revolução de massa, social e amplamente caracterizada pela radicalidade. A sua peculiaridade, segundo Hobsbawm, se encontra efetivamente sedimentada em uma facção da classe média liberal que decidiu continuar revolucionária mesmo no período posterior a revolução antiburguesa.Entendemos que, a radicalidade e o terror, são os principais instrumentos coercitivos da República Jacobina. Como eles poderiam, até certo ponto, ajudar a instituir a liberdade aniquilando todos os que se opunham aos seus ideais revolucionários? Um dos grandes expoentes do jacobinismo foi Saint-Just, ferrenho defensor da unidade nacional e de uma república democrática e igualitária. Os relatórios e discursos apresentados e proferidos por ele, em nome do Comitê de Salvação Pública discorrem, sobre a realidade vigente, a necessidade de punições severas aos adversários e a implantação do terror; esse último implantado através do tribunal revolucionário e da guilhotina. Segundo ele o terror seria a ordem do dia. Pois para os jacobinos, esse era o único método realmente seguro de preservar o país, por temerem uma aniquilação geral.Questionemos: Uma sociedade constituída pelo medo e violência, pode promover a paz, a liberdade e a organização do Estado Moderno? Para Hobsbawm,a república francesa descobriu ou inventou a guerra total e foi só em nossa época histórica que manifestaram as tremendas implicações desta descoberta. Segundo ele,a maioria dos observadores do século XIX, não conseguiu entendê-la, quando muito, somente observaram que as guerras levam as revoluções e que as revoluções vencem as guerras.

Para Saint-Just, a República jacobina, não era um instrumento para ganhar guerras, representava um ideal, um reino fundamentado na virtude e na justiça. No, entanto, o discurso jacobino, na ótica de Hobsbawm, era utópico. Essa afirmação se baseia nas diferenças econômicas e na supremacia do poder político sobre o social. Com base em seu pensamento, fica evidente, que o discurso político não é capaz de promover a igualdade.

A hegemonia jacobina foi estabelecida entre os anos de 1793 a 1794. O seu precedente foi um referencial, uma fonte única. Essa fonte encontrava-se notadamente no clube, no apogeu, na vitória da montanha, no governo de Robespiere e no momento da Salvação Publica.

Durou pouco a República jacobina. As execuções dos direitistas, a falta de apoio popular ao governo, apoio esse, retirado por consequência das dificuldades econômicas próprias da guerra, a corrupção encarnada na pessoa de Danton, foram fatores determinantes para a derrocada dos jacobinos. Para Saint Just as leis são revolucionárias, no entanto, para aqueles que as executam não o são. Mas, o que de significativo restou desta república jacobina para a sociedade francesa e demais países de mundo? Vale lembrar aqui, a proclamação de uma nova constituição radicalizada, genuinamente democrática proclamada por um Estado novo. Além do mais, a Revolução Francesa deu também o primeiro grande exemplo de organização técnica e científica, o vocabulário de nacionalismo, os códigos legais ,Essas contribuições historicamente marcadas são ainda hoje, apesar de toda a complexidade peculiar do contexto histórico revolucionário, lições incorporadas nas sociedades e regimes de governo, tais quais o socialismo e o comunismo, que substancialmente beberam na fonte do radicalismo francês. Hobsbawm, afirma ainda que não se pode lembrar-se da Revolução Francesa sem colocar em evidência a gélida elegância revolucionária de Saint-Just ,Entretanto, percebe-se não só a frieza em seus discursos, mais sim, dureza, autoridade e poder, permeados de uma paixão veemente. Fala com a paixão típica dos revolucionários, com a coragem dos que nada tem a temer para si próprio; com o calor dos que assumem e exteriorizam a radicalidade, contrariando a frieza sórdida daqueles que agem de forma arbitrária e, no silêncio, utilizando instrumentos de coerção. Suas falas são contra a impunidade e os ladrões do dinheiro público, que classifica de inimigos da liberdade.

A guerra com suas implicações horrendas, a radicalidade e o terror, a morte cotidiana nas batalhas; a fome, a miséria, a dor, são, por vezes, elementos do processo de construção de novas consciências, de novas leituras de mundo. Portanto, a Revolução Francesa, certamente abriu caminho para um novo paradigma de sociedade.

8. O DIRETORIO

Conhecido como Reação Termidoriana, o golpe de Estado armado pela alta burguesia financeira marcou o fim da participação popular no movimento revolucionário. Em compensação, os estabelecimentos comerciais cresciam, pois a ideia burguesa havia eliminado os empecilhos feudais. O novo governo, denominado Diretório , autoritário e fundamentado numa aliança com o exército foi o responsável por elaborar a nova Constituição, que manteria a burguesia livre de duas grandes ameaças: a República Democrática Jacobina e o Antigo Regime.

O Poder Executivo foi concedido ao Diretório, uma comissão formada por cinco diretores eleitos por cinco anos. E, apesar disso, em 1796 a burguesia enfrentou a reação dos Jacobinos e radicais igualitaristas. Babeuf liderou a chamada Conspiração dos Iguais, um movimento igualitário que propunha a "comunidade dos bens e do trabalho", cuja atenção era voltada a alcançar a igualdade efetiva entre os homens, que segundo Graco, a única maneira de ser alcançada era através da abolição da propriedade privada. A revolta foi esmagada pelo Diretório, que decretou pena de morte a todos os participantes da conspiração, e o enforcamento de Babeuf.

Externamente o Diretório teve de lutar na Europa Ocidental e na Suíça, além de Malta, Egito e Síria. Foi aí que se destacou a figura de Napoleão Bonaparte, um talentoso oficial do exército que bem jovem se tornou uma das principais figuras da história francesa.

8.1 NAPOLEÃO NO PODER

O governo não era respeitado pelas outras camadas sociais. Os burgueses mais lúcidos e influentes perceberam que com o Diretório não teriam condição de resistir aos inimigos externos e internos e manter o poder. Eles acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, uma espada salvadora, para manter a ordem, a paz, o poder e os lucros.

A figura que sobressai no fim do período é a de Napoleão Bonaparte. Ele era o general francês mais popular e famoso da época. Quando estourou a revolução, era apenas um simples tenente e, como os oficiais oriundos da nobreza abandonaram o exército revolucionário ou dele foram demitidos, fez uma carreira rápida. Aos 24 anos já era general de brigada. Após um breve período de entusiasmo pelos jacobinos, chegando até mesmo a ser amigo dos familiares de Robespierre, afastou-se deles quando estavam sendo depostos. Lutou na Revolução contra os países absolutistas que invadiram a França e foi responsável pelo sufocamento do golpe de 1795.

Enviado ao Egito para tentar interferir nos negócios do império inglês, o exército de Napoleão foi cercado pela marinha britânica nesse país, então sobre tutela inglesa. Napoleão abandonou seus soldados e, com alguns generais fiéis, retornou à França, onde, com apoio de dois diretores e de toda a grande burguesia, suprimiu o Diretório e instaurou o Consulado, dando início ao período napoleônico em 18 de brumário

O Consulado era representado por três elementos: Napoleão, o abade Sieyès e Roger Ducos. Na realidade o poder concentrou-se nas mãos de Napoleão, que ajudou a consolidar as conquistas burguesas da Revolução.

9.O 18 BRUMÁRIO O FIM DA REVOLUÇÃO

O Golpe do 18 Brumário foi um golpe de estado ocorrido na França, e que representou o fim da Revolução Francesa, a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder e a consolidação dos interesses burgueses no país. No calendário revolucionário francês, este dia ocorreu em 18 de brumário do ano IV .

Passados 10 anos do início da Revolução Francesa, o país vinha sendo governado por um colegiado de líderes chamado de Diretório. Napoleão havia retornado de sua desastrosa campanha no Egito, e a França sofria com revoltas internas, além de uma ameaça real de invasão da Segunda Coalizão.

Num primeiro momento, os deputados do Conselho dos Quinhentos e do Conselho de Anciãos se recusam a modificar a Constituição, mas, em face da forte pressão a que foram submetidos, acabam cedendo e nomeando um governo provisório que recebeu o nome de Consulado, onde três membros exerciam o poder de modo igualitário: Emmanuel Joseph Sieyès, Napoleão Bonaparte e Roger Ducos. Pouco depois, o Consulado seria reformado e deixaria de ser provisório, recebendo outros dois membros, Jean Jacques Régis de Cambacérès e Charles-François Lebrun, além de Napoleão, que permaneceu como cônsul.

Logo, porém, o futuro imperador começa a acumular poder em detrimento dos outros dois componentes, e acaba por se tornar o Primeiro Cônsul, passando a governar sozinho no dia 18 brumário. Napoleão utilizou muito de seu prestígio nos campos de batalha para derrubar seus opositores e consolidar seu poder, abrindo assim caminho para coroar-se imperador cinco anos mais tarde. Mesmo com a grande instabilidade política e econômica que havia naquele momento, Napoleão se valeu do forte apoio recebido da burguesia que defendia um governo forte para pacificar o país e gerar um ambiente de ordem. Alguns políticos astutos do Diretório deram o apoio necessário a Napoleão e propuseram o uso da força militar para que ele assumisse o governo, pois perceberam que ele era o homem certo para consolidar o novo regime. Assim foi feito, e numa ação eficaz, apesar de tumultuada, Napoleão fechou a Assembleia do Diretório. Era o início do primeiro dos três períodos de Napoleão como governante da França, seguindo-se o Império e mais tarde, o Governo dos Cem Dias.

Conclusão

A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. Os ideais políticos (principalmente iluministas) presentes na França antes da Revolução Francesa também influenciaram a independência de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

REVOLUÇÃO FRANCESA - História, causas da revolução, resumo ...

Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/francesa/>. Acesso em: 15 out 2014.

Revolução francesa – Causas, resumo - Aprovado no Vestibular

Disponível em: <http://aprovadonovestibular.com/revolucao-francesa-%E2%80%93-causas-resumo.html>. Acesso em: 16 out 2014.

Bússola Escolar>História Geral > Revolução Francesa

Disponível em:<www.bussolaescolar.com.br/historia_geral/revolucao_francesa.htm>. Acesso em: 16 out 2014.

Assembleia Nacional Constituinte - Revolução Francesa

Disponível em: <http://revolucao-ancesa.info/mos/view/Assembleia_Nacional_Constituinte/>. Acesso em: 16 out 2014.

Hoje na História: Napoleão dá o golpe do 18 Brumário. Disponível em: <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/1886/conteudo+opera.shtml>. Acesso em: 20 OUT 2014

HOBSBAWM, E. A era das revoluções &#8211; Europa 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

VOVELLE, Michel. Jacobinos e Jacobinismo. São Paulo: Edusc, 2000.

...

Baixar como  txt (37.3 Kb)  
Continuar por mais 22 páginas »