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Teoria feminista no RI

Artigo: Teoria feminista no RI. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  27/8/2014  •  Artigo  •  1.064 Palavras (5 Páginas)  •  419 Visualizações

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A teoria feminista em RI

O objetivo deste texto é fazer uma breve apresentação da teoria feminista das Relações Internacionais, que tem crescido nos últimos anos, especialmente nos EUA e Europa, porém tem tido pouca relevância nos centros de pesquisas e universidades do país. Segundo Halliday (1999) em seu livro “Repensando as Relações Internacioanais”, a teoria feminista surgiu no debate teórico das RI somente depois de outras áreas acadêmicas já terem incorporado o gênero como uma categoria de análise.

Contudo, foi o campo prático de abusos aos Direitos Humanos que definitivamente estabeleceu o papel da mulher nos estudos das RI. Quando a opinião pública e a mídia internacionais denunciaram que os estupros de mulheres se tornaram uma ação freqüente de limpeza étnica em algumas guerras da década de 1990, como a da Bósnia, a disciplina de RI não teve mais como descartar a importância da questão de gênero na política mundial, afinal “as mulheres se tornaram alvo de limpeza étnica não por serem de um grupo étnico ou tribal diferente, mas sim por serem o que são, mulheres”, como lembra o professor João Pontes Nogueira (em "Teoria das Relações Internacionais", 2005).

Um evento importante para a inserção deste tema nas Relações Internacionais foi a Conferência dos Direitos Humanos, em 1993, quando foram reconhecidos os direitos humanos das mulheres. A partir de então outras conferências e convenções internacionais foram realizadas, como uma conquista do movimento feminista, o que permitiu alguns autores começarem a tratar de forma diferenciada questões como violência, poder de decisão, conflitos armados e até particularidade da mulher.

De acordo com os princípios liberais, a teoria feminista de RI se situa no debate pós-positivista, ao criticar os conceitos da modernidade,que são vistos como uma construção masculina. O feminismo considera diferentes formas metodológicas para o entendimento das Relações Internacionais. Enquanto o debate positivista entre neoliberais e neo-realistas, na década de 80, se pautava por discutir a perspectiva da centralidade do Estado enquanto ator racional, a associação de poder e a perspectiva de aumento dos ganhos, as feministas estavam propondo levar para a teoria o cotidiano da mulher, trazendo o foco para o indivíduo e o espaço privado, desconsiderado na modernidade. A crítica é de que na divisão do espaço público/privado, a mulher se situava no último patamar e a sua exclusão não é uma coincidência.

A mulher é então caracterizada pelo cuidado, cooperação e emoção, como lembra Tickner no seu livro “You Just Don’t Understand: Troubled Engagements between Feminists and IR Theorists” (1997).

A visão feminista define que os Estados e as instituições como atores principais não conseguem transcrever a especificidade da mulher, porque não leva em consideração o indivíduo do sexo feminino que não tem igualdade de participação, tal como o sexo masculino, na construção e legitimação destes atores. O Estado não abrange o espaço privado, onde a mulher também sofre opressão e, portanto, não transmite a segurança que os realistas assumem ser garantida pelo Estado. João Pontes Nogueira (2005) diz em seu livro que: “ Esta é uma discussão atual e apesar de ser uma teoria marginalizada, desafia pesquisadores a responderem às mudanças decorridas da inclusão da mulher como ator parte do sistema internacional e a responder aos questionamentos feministas sobre soberania e identidade”.

Deve-se considerar que, como na teoria construtivista, a teoria feminista das Relações Internacionais possui uma vasta extensão de temas e seus autores e autoras, que muitas vezes discordam entre si, abordam temas variados sob perspectivas, instrumentos analíticos e metodologia diversificadas. Portanto, pode-se falar na existência de feministas liberais, marxistas, pós-modernas, construtivistas,

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